terça-feira, 9 de novembro de 2021

“A VENENOSA JUSTIÇA PRÓPRIA” (3)


“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar os justos, e sim pecadores ao arrependimento” MATEUS 9:13

A SUTILEZA DA JUSTIÇA PRÓPRIA: “...porque não vim chamar         justos...”

        Trato agora da aparência da justiça própria, porquanto os judeus, com sua religião enganosa e perigosa viviam da aparência. Eles se acobertavam de uma religiosidade formal e superficial. Jesus lidou com essa falsificação por várias vezes, conforme os registros sagrados. Mas sempre foi assim que a justiça própria mostrou e mostra sua sutileza e seus ardis. Podemos ver isso em toda religiosidade falsa dos homens, porque quando a verdade não chega ao coração, imediatamente os homens começam a traçar no viver a religião que focaliza a aparência. Mas com as palavras do Senhor, conforme o texto de Mateus 9, vemos que os segredos do coração não ficavam encobertos, pois manifestavam em ausência de amor e de misericórdia. A justiça própria mostrou o quanto aqueles homens que censuraram Jesus não se ocupavam com o bem eterno do seu próximo.

        Veja como a justiça própria é tão arrogante, a ponto de desprezar os outros, porque se sente melhor, mais religioso e mais apto para o reino de Deus. A justiça própria consegue trancar o portão do coração de tal maneira que parece ser impenetrável. Mas o Senhor vai e com suas palavras derruba tal portão e mostra o que ali está oculto. Ali estava o Senhor lidando com  pecadores, homens que não se vestiam dessa religião farisaica; homens que não se vestiam dessa capa de justiça. Eles eram pecadores e não acobertavam seus pecados; não eram os “espirituais” segundo o costume judaico que desprezavam os outros, por se acharem mais espirituais. Mas é exatamente isso que podemos esperar da justiça própria, porque nada tem para dar, a não ser alimentar o ego de maior orgulho. Ao falar de misericórdia e não sacrifícios, o Senhor estava dizendo àqueles homens arrogantes que todos eram igualmente culpados; que era para eles se humilharem, lançando fora essa capa de justiça que nada tinha de qualquer valor para Deus.

        A justiça própria esconde-se de tal maneira que no orgulho a pessoa não vê que ela é tão culpada quanto qualquer pecador na face da terra; que todos pecaram e que o tombo foi igual. Veja bem o que ocorre neste mundo enquanto os homens são levados pelo orgulho do pecado. É o pecado que causa discriminação e faz os homens perversos, sem compaixão para com seus semelhantes. Cheio de justiça própria, nem mesmo a religião permite que os homens vejam a situação de miséria, de luta, de choro, angústia, tristeza, solidão, além dos perigos eternos que envolvem a raça caída. Nosso Senhor deixou claro àqueles judeus que Deus requer misericórdia e não sacrifício. Ele estava dizendo que é para saber que não há acepção de pessoas, que debaixo do mesmo teto onde habita o pecado e a morte.

        Então, veja o que acontece é que a justiça própria desconhece quem é o Deus que age no meio dos homens. Era para os judeus entender essa verdade, porque no Velho Testamento está cheio de versos onde Deus mostra que Ele usa de compaixão com os fracos, humildes e sofredores. Na própria lei foi ordenado a Israel que não fizesse sofrer as viúvas e órfãos, porque Deus julga a causa dele. Aqui em Mateus 9 o Senhor está lidando com pecadores que Ele veio buscar e salvar. A justiça própria daqueles homens ignorava o serviço do Senhor. A justiça própria quer ordenar a Deus porque se acha nas alturas da espiritualidade, mas cegos quanto a situação pessoal. Que o Senhor tenha misericórdia desta atual geração, carregada dessa maligna e perversa justiça.

Nenhum comentário: