sexta-feira, 31 de maio de 2019

O CLAMOR DOS ELEITOS (5)


                      
“Por isso o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança. Esperamos pela luz, e eis que há só trevas, esperamos pela claridade, mas andamos na escuridão” (Isaías 59:9-11)
O CLAMOR PELA SUA CONDIÇÃO DE POBREZA ESPIRITUAL: “Pelo que a justiça está longe de nós, e a retidão não nos alcança”
       Quando os eleitos clamam é porque eles veem a si mesmos sem a justiça perfeita de Deus. A balança daqui não tem validade para eles; eles podem ser pessoas boas, honestas, trabalhadoras e até mesmo admiradas no mundo; podem até mesmo ser pessoas religiosas, educadas, cultas, etc. Mas nada disso terá qualquer valor quando elas se veem perante a perfeição da justiça divina. O mundo avalia tudo pelo sistema de justiça humana, mas tal justiça se ergue num movimento de perseguição quando está diante da justiça de Cristo. Quando condenaram Barrabás, o mundo estava mostrando sua justiça, mas ao deparar com o Justo Filho de Deus, rapidamente livraram um criminoso e incriminaram um inocente.
       O mundo age assim, mas quando os eleitos são despertados, eles logo percebem que o problema deles está no coração e não por fora; o problema deles é visto por Deus e não por vizinho, amigos, parentes ou religiosos. O mundo premia o melhor que o mundo pode produzir, mas há de atacar aquilo que Deus exibe através dos salvos. Os salvos não atacam a justiça do mundo, eles simplesmente a ignoram, porque sabem que não tem qualquer valor perante os olhos de Deus. O melhor daqui está sob total fracasso e é envenenado pelo pecado. O mundo não consegue segurar o que acha ser melhor. A corrupção aparece para destruir tudo, porque o fundamento é errado e não pode suportar as pressões que surgem.
       Os eleitos também percebem que a ausência de justiça há de produzir falta de paz no íntimo. A equação é esta: Falta de justiça é igual falta de paz. Não há como edificar a vida nesse ambiente de guerra no coração. Sem a paz que vem numa alma reconciliada com Deus, ali há ausência de “chuvas de bênçãos”. Um homem sem paz tem sua alma ressequida, devido a ausência de fruto ali. Um homem que ainda não foi justificado está em constante tiroteio contra Deus, porque ele luta para tentar inutilmente implantar sua vida aqui num clima infernal, num ambiente sem um alicerce sólido. Ele está como que, querendo dizer que pode fazer tudo aqui sem Deus; que pode prevalecer, cuidar da família, viver bem, ter alegria, ser feliz, tudo isso sem a liderança de Deus e de Sua Palavra no viver.
       No caso dos eleitos, eles percebem essas coisas no íntimo, por isso dar-se o início ao clamor em seus corações; por isso eles sentem a infelicidade no íntimo; por isso nada mais satisfaz seus pobres corações; por isso eles contemplam a si mesmos como sendo pessoas que foram pesadas na perfeita balança divina, e foram achadas em falta. Eles não estão buscando paz consigo mesmo; não estão interessados naquilo que o mundo pensa. Eles querem achar a paz com Deus. Eles se veem culpados, merecedores do castigo eterno; eles se veem incapazes de pagar o terrível débito, por isso se humilham, como que clamando: “Quem me poderá salvar?”; “Quem pode tirar minhas culpas e perdoar meus terríveis débitos?”
       Ora, nós sabemos sim, que quando devemos a alguém, seremos considerados devedores, até que paguemos. A dívida dos eleitos eles sabem bem que não é mera dívida, como temos aqui quando devemos aos homens. A dívida dos eleitos é contra Deus. Eles percebem que tal dívida é tanta, que não tem como pagá-la. Se forem atirados à prisão eterna a sentença deles será eterna. Essas verdades vêm aos corações daquelas almas que neste mundo são despertadas por Deus, a fim de achar a salvação que há somente no Justo Filho de Deus.

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