quarta-feira, 6 de junho de 2018

HERÓICA DECISÃO (11)


                                           
“Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje, a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15).
PARTE DE UMA CONSCIÊNCIA CORRETA DAQUELE A QUEM VAI SERVIR. “ao Senhor”
       
        Chego agora à parte final da mensagem em torno desse verso tão profundo e conhecido do povo de Deus. Todo problema relacionado ao cristianismo atual, a meu ver consiste no fato que Deus não tem sido apresentado como o verdadeiro Deus em sua glória e sublimidade. Josué não teve sua fé arrefecida durante os anos de guerra; ele não chegou à exaustão e pediu sossego e paz para viver o resto de seus anos. Pelo contrário, os anos trouxeram aperfeiçoamento da sua fé e manteve seu coração firme como soldado pronto para a peleja. Foi assim com ele e com Calebe, os quais mesmo chegando à avançada idade estavam prontos para o combate. Para Josué a vida aqui consiste em servir ao Senhor e para isso é o coração sincero que vale; para tal serviço os anos fortalecem a fé e dinamizam a sabedoria e convicção; para a fé somente o toque final com a morte chegando é que faz com que o servo do Senhor entregue a espada.
        Veja bem que não é uma decisão insensata. Há insensatez em servir ao mundo, ao diabo e ao pecado, mas servir ao Senhor? Jamais! Foi quando o povo voltou do cativeiro babilônico e com a sociedade de Israel posta em ordem sob a liderança de Josué após a construção do muro, que os levitas ecoaram a canção de louvores a Deus, reconhecendo a miserável ingratidão de Israel no transcorrer dos anos (Neemias 9). Enquanto os homens não reconhecem seus miseráveis pecados e sua culpa diante de Deus com a condenação merecida marcada em sua testa, certamente nunca esperaremos essa prontidão de viver como servos de Deus neste mundo. O que nós éramos no pecado? Não servimos ao pecado com maior prazer? Não consagramos mente, emoções e cada membro de nosso corpo para a construção deste império do mal? Por que não servir ao Senhor? Foi essa a disposição que envolveu os crentes de Tessalônica, pois assim que se converteram ao Deus, lançaram fora seus aberrantes ídolos, a fim de servir ao Deus vivo e verdadeiro (1 Tessalonicenses 1:9).
        Também, não servimos por servir; não há uma imposição sobre nós. Nosso Senhor deu sua prova de amor e de serviço por seres humanos tão indignos como nós. Foi ele quem desceu da sua glória e veio até aqui para conhecer por experiência nossa miséria e chegar até à cruz, a fim de destruir o pecado, a morte, satanás, o inferno e o mundo, a fim de que pudéssemos ser dele de uma vez por todas. Há um antigo hino do cantor cristão que reflete essa verdade na vida do autor, quando numa das estrofes ele diz o seguinte: “Que grande amigo é meu Jesus, de longe quis buscar-me; desceu, chegou, sofreu, penou, morreu pra resgatar-me”. Os santos estão revestidos dessa verdade que tanto contagia seus corações, enchendo-os de temor e de santa disposição em servir ao Senhor, tendo em vista o fato que ele os amou primeiro. Foi essa verdade que tomou o coração de Paulo, como ele mesmo testemunha em Filipenses e foi assim com todos os verdadeiros crentes em toda história, pois fundamentaram a vida na história do Cordeiro amado que veio ocupar o nosso lugar aqui.
        Foi essa a determinação que teve Josué, o grande líder de Israel e essa deve ser a santa determinação de qualquer crente sincero. Aliás, espera-se que cada crente proceda assim e que tenha esse ânimo vindo de seus corações. O falso crente prova que sua fé não é verdadeira quando não tem intenção de servir ao Senhor com alegria. Eles querem usar uma religião apenas como um trevo da sorte; querem as bênçãos materiais e eternas, mas aqui não têm disposição de envolver com a guerra santa.

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