quarta-feira, 5 de setembro de 2018

A FÉ QUE VEM DE DEUS (6)



“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:1-10)
AS CARACTERÍSTICAS DA GENUÍNA FÉ
        Caro leitor, creio que é de grande valor se puder mostrar aqui as características da fé verdadeira. Já falei tanto sobre esse assunto em meus comentários, mas sei o quanto isso é de imensa importância, especialmente nestes dias cheios de terríveis e absurdas invenções religiosas. Satanás é o autor da falsa fé, por isso ele vai fazer de tudo para imitar o genuíno. Seus propósitos são os de sempre, enganar os homens e desviá-los da verdade revelada. Desde a entrada no pecado ele sempre agiu assim e há de agir enquanto não for atirado ao lago de fogo de uma vez para sempre.
        Notadamente vemos o quanto nosso Senhor distingue “os filhos de Abraão” conforme a carne e “os filhos de Abraão” conforme a fé. Em João 8 essa diferença é mostrada por ele de forma dinâmica. Ali ele lança fora todo errôneo pensamento dos judeus de que estariam com Abraão no reino do céu, somente por serem filhos, descendência física de Abraão. Nosso Senhor, noutras palavras mostra a eles que não passavam de filhos de um Adão caído, por isso filhos obedientes de satanás e herdeiros do inferno. Enquanto os homens pensam de um modo natural, nosso Senhor mostra a verdade do ponto de vista espiritual e eterno. Quando Deus prometeu uma descendência a Abraão, nosso Senhor mostrou que essa descendência sairia de todas as nações da terra num número incalculável, como as estrelas no céu.
        Assim, aquilo que nosso Senhor mostra no texto acima ninguém pode explicar, porque esmaga a arrogância da sabedoria humana. Cristo veio buscar perdidos e esses perdidos constituem os filhos de Abraão, ou o povo eleito. Noutras passagens, como em Isaías 6 vemos que é o “toco”, ou o povo chamado de “descendência santa”. Em Mateus 11 e noutros capítulos nosso Senhor chama Seu povo de “Meus pequeninos”. E assim vemos como a palavra de Deus está cheia de argumentos santos, fortes e claros para mostrar quem são esses perdidos que Cristo veio buscar e salvar. Quem era Zaqueu? Ele era o improvável, segundo os pensamentos religiosos daqueles dias. Zaqueu nem mesmo podia fazer parte daquela sociedade; foi alguém atirado fora pelos homens, mas atraído pela força da graça.
        Quem poderia dizer que Cristo iria à busca de Zaqueu? Os homens incrédulos queriam barrar Jesus com seus preconceitos, mas a graça impeliu o Mestre a buscar um perdido. Os religiosos, bonzinhos e justos conforme o padrão mundano de justiça, jamais se sentirão perdidos. Os perdidos, conforme os pensamentos de Deus, são aqueles que Deus os vê perdidos. Assim estava Zaqueu, por essa razão ele foi encontrar com o Senhor, sem saber que era o Senhor quem foi ao seu encontro e o atraiu para Si. Deixe o poder da graça atuar, porque ela jamais perderá o endereço de uma alma perdida. O Senhor conhece o Seu povo de longe; nenhum deles estará distante do Seu alcance. O Senhor sabe bem onde está o sepulcro que Ele abrirá para chamar alguém da morte para a vida, seus olhos de amor eterno miram as almas por quem Ele morreu e ressuscitou.
        Quem é o homem em qualquer lugar, em qualquer tempo ou de qualquer raça? Não é igual a Zaqueu? Que diferença entre um pecador e outro pecador? Nenhuma. Nenhum salvo fica se torna orgulhoso porque creu, ele fica admirado, perplexo, sem entender porque Deus veio salvá-lo enquanto deixou outros entregues a si mesmos. Esse é o modo de atuação da graça neste mundo. Ela não circula em vão; ela não opera inutilmente. Sua voz é a voz do amor eterno do Senhor, Daquele que foi à cruz, cujo sangue foi vertido para a purificação completa daqueles que o Pai havia escolhido e que Lhe entregou. Nossa fé descansa na firme redenção e num fundamento inabalável, porque o trabalho foi perfeito e eterno.

Nenhum comentário: