quinta-feira, 17 de setembro de 2020

“A SIMPLICIDADE DA FÉ” (7)

                              

“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra Ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a Ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém  o outro, repreendeu-o dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem, mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:39-43)

UMA BUSCA CORRETA DA SUA SALVAÇÃO.

        Aquele moço bem-aventurado, não somente reconheceu seu pecado, sua condição tão triste, como também reconheceu seu destino de condenação merecida. O engano do pecado no coração tem um efeito enganador tão drástico, que mesmo perante a morte o homem acha que não merece o que está acontecendo consigo. Ele e seu colega andaram de mãos dadas ao orgulho até que a graça salvadora entrou em ação na vida desse moço. O que o homem merece? No íntimo ele estabeleceu que merece viver aqui e gozar das mais saborosas comidas oferecidas pelo mundo, em termos de paixões pecaminosas. O homem no pecado não tolera um Salvador como o Cordeiro de Deus; ele quer um salvador político, um tipo de herói que lhe salve das desventuras terrenas. E mesmo que ele a morte chegue ele ainda aspira um lugar onde possa descansar.

        A natureza do pecado é assim. Cada ser humano se acha revestido de autoridade divina. Ele olha toda natureza criada e no íntimo declara que tudo pertence a ele, por isso clama por um salvador diferente, por um jesus que o livre dessas dificuldades que tanto estorvam seus intentos. Não há nada que possa fazer com a pobre criatura tão mesquinha, perversa e disposta a enfrentar o longânimo, paciente e bondoso Deus. O homem no pecado só sente o desespero do inferno na hora final, quando está à beira do abismo, pronto para cair lá e mesmo assim ainda brota uma esperança que não cairá. Mesmo no inferno, o pobre pecador clama em vão por uma condição melhor.

        Mas com aquele moço, assim que a venda do pecado foi tirada, ele se viu perante o Justo, Santo e Bendito Salvador; realmente ele presenciou a glória do Cordeiro ali e foi uma iluminação incrivelmente bendita, dada a ele pelo poder do Espírito Santo. Notemos em sua linguagem que houve nele uma profunda humilhação manifestada em temor. Ele não foi arrogante em sua petição, pois ali estava um réu perante Deus, crendo que merecia sim, ser atirado no sofrimento eterno. Suas palavras revelam que no íntimo ele caiu aos pés do Senhor, no íntimo ele adorou ao Cordeiro de Deus e no íntimo mostrou que estava profundamente quebrantado. Ele nem sequer pediu que o Senhor lhe socorresse naquele exato momento, mas sim quando o Senhor entrasse em Seu reino. O próprio fato que ele disse: “em teu reino...” prova o quanto ele reconheceu a divindade do Senhor.

        Eis aí as maravilhas de uma conversão genuína. Quanto falta isso em nossos dias! O encontro dos homens hoje não marcado com Deus, mas sim com elementos que querem ver suas igrejas cheias e por isso terminam carregando a bateria do coração de mais orgulho. O Senhor chama os pecadores ao arrependimento; o Senhor visita o contrito e abatido de Espírito, porque tem uma obra magnífica a fazer ali. Ele veio vivificar os abatidos. Hoje não há isso, pois tudo é feito mecanicamente. Basta fazer uma decisão e pronto e a pessoa é considerada salva, sem que nunca ouviu no íntimo o chamado gracioso. Não estou inventando no estilo de evangelismo, estou pregando o que Deus fala. Várias vezes o Novo Testamento fala que Deus chama os Seus. “Aos chamados” e isso é repetido. E foi assim que Ele fez com aquele moço, cuja vida foi desregrada. E o que temos nós de diferença? Somos melhores? Não! Somos os mesmos vis, caídos e ofensores no viver.


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