quinta-feira, 6 de junho de 2019

O CLAMOR DOS ELEITOS (7)


                                   
“Por isso o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança. Esperamos pela luz, e eis que há só trevas, esperamos pela claridade, mas andamos na escuridão” (Isaías 59:9-11)
O CLAMOR PELA SUA CONDIÇÃO DE POBREZA ESPIRITUAL: “Pelo que a justiça está longe de nós, e a retidão não nos alcança”
        Outra lição aparece no tocante ao clamor dos eleitos, é que eles veem a vida de retidão aqui como algo impossível: “...e a retidão não nos alcança”. A alma que clama por salvação, que se vê perdida, nada vê de justiça em si mesma; ela olha para si e só sua própria tortuosidade e incapacidade de alcançar as perfeições de Deus. Ela tenta de todos os meios, chega a frequentar religiões, coloca-se sob as instruções dos homens, mas sempre se depara com a impossibilidade da retidão. Sua alma é vista sempre direcionada por caminhos tortos. Ela olha a lei de Deus como sendo perfeita lei e declara-se a si mesma como maldita, porque quebrou a lei. Todos os esforços religiosos e toda tentativa para moralizar seu viver aqui não passam de pretensões inúteis. Por essa razão os perdidos clamam, dizendo que é impossível.
        Os eleitos (ou perdidos) não estão procurando viver em santidade; eles não querem ser hipócritas; não querem agir com falsidade. Na visão dos eleitos só há escuridão, pois não veem qualquer escape. Foi assim com Abel, porque ao ter consciência de sua condição, eis que a tristeza ocupou seu viver e não descansou até que achou o caminho de escape, mediante o sangue do cordeiro (Gênesis 4). Os eleitos não tentam “empurrar com a barriga”. Quando eles são despertados pelo poder da graça, logo eles se asseguram que estavam enganados, iludidos pelas artimanhas dos homens, por aqueles que são usados por satanás no propósito de prender as almas em seus embustes religiosos. Os não eleitos tentam ser o que não podem ser; fazem de tudo para serem, religiosamente falando, os melhores aqui. Eles utilizam um tipo de vestes religiosas, costumes religiosos, linguagem religiosa, etc. na tentativa de encobrir a situação agravante de seus corações, mas é inútil, porque a vida é tortuosa. O mundo está lá dentro, os vícios lhes convidam; os prazeres lhes chamam, o amor às riquezas lhes e seus ídolos lhes fascinam com promessas ilusórias.
        As almas que são despertadas por Deus logo veem que diante do Senhor são pobres e miseráveis. Mesmo que por foram sejam ricas, com todo conforto material aqui, os eleitos reconhecem que diante de Deus são mendigos espirituais. Eles são chamados pelo Senhor de “Pobres de espírito” (Mateus 5:2). Esse é o verdadeiro estado de pobreza, visto por Deus. Essa é a verdadeira humildade que Deus exalta; essa é a mão que realmente está vazia, solicitando da parte de Deus aquilo que de fato vale a pena ter. Humildade, sinceridade e confissão fazem parte dos eleitos. Com seus olhos abertos pela graça eles veem realidades eternas. Debaixo dos seus pés eles percebem que o abismo está escancarado e que facilmente poderão cair no terror eterno. Acima deles está a glória celestial e eles não acham ninguém aqui neste mundo que poderá lhes levar a Deus. Por essa razão os eleitos clamam por salvação.
        Já mencionei tanto Saulo de Tarso, mas vale a pena usar a vida desse homem como ilustração daquilo que aqui tento mostrar aos meus leitores. Saulo foi esmagado, por assim dizer, diante da luz que veio da glória de Cristo. A luz do sol não passou de lamparina ante o facho de luz que partiu do santuário celestial. Os eleitos perguntarão com Saulo: “Quem és tu Senhor?”. Os perdidos dirão com Isaías: “Ai de mim, vou perecer!”. A alegria da salvação vem quando os eleitos percebem a glória do Salvador; quando eles sabem acerca Daquele que veio ao mundo buscar pecadores. Eles são descobertos pelo evangelho. Quando Jesus deixou a casa de Zaqueu, um coração ficou ali tomado de prazer, porque o Senhor passou a habitar na vida de alguém que Ele mesmo salvou.

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