sexta-feira, 30 de junho de 2017

O AUTOR DA NOSSA FÉ (3)




“Olhando firmemente para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hebreus 12:2).
ELE É O AUTOR DA NOSSA FÉ POR SER PERFEITO HOMEM
        Estou tentando mostrar o quanto nosso Senhor, Autor da nossa fé se identificou conosco enquanto trilhou o caminho, desde seu nascimento até à cruz, a fim de nos conceder a fé que precisávamos para a salvação e para andarmos por este mundo vil até nossa entrada no céu. Os santos creem porque obtiveram a fé que vem dele; os santos confiam porque essa confiança inaudita veio dele aos nossos corações. Ninguém pode naturalmente crer; ninguém pode por si andar para o céu; ninguém pode trilhar a jornada que Cristo trilhou sem ser um crente genuíno.
        Para isso precisa ouvir sua chamada à salvação e à glória. Judas, mesmo tendo andado com os discípulos, não era capaz de andar como os outros puderam andar, porque não passava de um filho da perdição. Pedro tentou imitar Jesus e quis se aventurar na carne a seguir o mesmo caminho, mas logo mostrou que não passava de um imbecil e covarde, pronto para negar o Senhor, como de fato ocorreu.
        É a partir daqui que começaremos a ver a perfeita e gloriosa fé que nosso Senhor exibiu, porque foi ele o modelo perfeito da fé que daria aos santos. Os santos do Velho Testamento tiveram essa fé porque contemplaram o Cordeiro que foi morto, a fim de que eles fossem justificados e é exatamente isso o que acontece com todos os irmãos em Cristo em todos os lugares, porque eles têm a mesmíssima fé. Tanto faz a fé João é a mesma do ladrão que foi morto e que foi direto para o Paraíso. Tanto faz a fé de Paulo, porque é a mesma fé que o eunuco obteve quando creu no Senhor e foi batizado. Essa é a obra sobrenatural do Espírito Santo nos corações dos pecadores chamados à salvação. Tomemos a fé de nosso Senhor como a pepita preciosa, o diamante mais puro já achado, porque ele como Homem perfeito teve uma fé perfeita, de tal maneira que em tudo o Pai se agradou dele.
        A primeira lição é que não houve em nosso Senhor qualquer atitude de desobediência ao comando de Deus em seu viver, conforme ele mesmo confessa em Isaías 50:5: “O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fui rebelde, nem me retirei para trás”. Toda desobediência contra Deus é sinal de orgulho, como ocorreu com Lúcifer. Os homens são rebeldes contra o Filho porque em seus corações querem correr de Deus e viver em suas práticas pecaminosas (João 3:21). Mas não foi assim com o Senhor, porque em tudo ele foi obediente, desde a descida do céu à terra, até à sua morte de cruz. Houve momentos terríveis que abalaram o Senhor; houve instantes de confusão, de terror e de solidão em todos os aspectos, mas nada fez com que ele recuasse um milímetro sequer.
        Então, esse Homem entendeu o que significa confiar em Deus. Nosso Senhor viu à sua frente o caminho pelo qual andaria e onde chegaria, a fim de conquistar seu povo. Ele viu à frente a oposição do mundo e as bestas feras do inferno e deste mundo vindo contra ele; ele viu a fraqueza e a incapacidade dos seus discípulos para crer em Deus. Mas a verdade é que ele avançou triunfante e pela fé foi esmagando todos os obstáculos que apareciam à frente. O caminho pelo qual andaria até à sua morte exigia da sua parte que ele cresse em Deus. Em nada ele tomou dos poderes da sua divindade; em tudo ele se posicionou como um homem vazio de si mesmo, totalmente entregue ao Espírito Santo, a fim de agradar a Deus.
        Sei que muitos acreditam que o homem tem fé. Mas a fé que eles têm é a fé natural, mais tosca do que a fé dos demônios. Muitos que começam a vida cristã fundamentados nessa vã confiança, logo percebem que não têm pés para andar, mãos para servir, olhos para vê nem coragem para persistir. Se não houver obra do Espírito Santo no coração, o homem não passa de um vaso imprestável, atirado ao lixo e totalmente inútil para Deus.

Nenhum comentário: