segunda-feira, 26 de novembro de 2012

É CORRECTO QUE AS MULHERES FALEM, OREM OU ENSINEM EM PÚBLICO? “O QUE DIZ A ESCRITURA?”



C. H. Mackintosh

         A Escritura é muito clara quanto ao lugar da mulher (veja-se 1Coríntios 11:1-16) Não cremos que seja conforme à natureza, nem conforme à revelação, que uma mulher seja proeminente na Igreja, nem no mundo. É nossa profunda convicção que não existe outra esfera na qual a mulher se desenvolva com tanta graça e dignidade, do que na privacidade e no retiro do círculo doméstico. Ali ela pode demonstrar que é a ajuda idônea do homem, para toda a boa obra. O lar é proeminentemente o lugar da mulher. O Espírito Santo atribuiu-lhe muito pontualmente a Sua obra, quando declara que ela deve “governar a sua casa” (1Tm 5:14).   Pode haver, segundo as circunstâncias, casos excepcionais em que a mulher cristã, ao não ter nenhum dever caseiro particular, desempenhe um trabalho exterior para o autêntico benefício de muitos; mas, tais casos são muito poucos e excepcionais. A regra geral é tão clara como a água (veja-se 1Timóteo 5:14). Quanto à questão a respeito «dos direitos da mulher», «a liberação da mulher», etc., não temos nada que ver com política. É nosso desejo sermos ensinados exclusivamente pelas Escrituras. E, de fato, não encontramos nada no Novo Testamento a respeito de que as mulheres ocupem um lugar na legislatura.
         Na história de Israel, sempre que a mulher foi promovida a uma posição de proeminência, era uma prova da baixa condição espiritual da Nação. A diminuição e o abandono de Barac foi o que impulsionou Débora para a dianteira. De acordo com a ideia divina normal, o homem é a cabeça. Isto é visto, em perfeição, em Cristo e na Igreja. Eis aqui o verdadeiro modelo sobre a base do qual temos de formar os nossos pensamentos. No que respeita a este pobre mundo, tudo nele é confusão. A marcha deste acha-se afastada dos fundamentos. Deus tem dito: “À ruína, à ruína, à ruína o reduzirei, e isto não será mais, até que venha aquele de quem é o direito, e eu o entregarei.” (Ezequiel 21:27) Não pode haver nada direito até que “os reinos do mundo tenham vindo a ser de nosso Senhor e de seu Cristo.” (Apocalipse 11:15).
         Até então, o cristão tem de estar contente, sendo um “estrangeiro e peregrino” nesta Terra (1Pedro 2:11) tendo a sua “cidadania”, o seu lar, a sua porção, “nos céus” (Filipenses 3:20). Que assim seja com todos os que pertencem a Cristo! Não poderíamos esperar tal coisa, naturalmente, daquelas pessoas que se inclinam por levar a cabo os seus próprios pensamentos; cuja própria vontade nunca foi quebrantada; que discutem e argumentam, em vez de submeter-se à autoridade das Escrituras; que dizem: «eu penso», em vez de procurar e ver «o que Deus pensa.» Não esperamos que qualquer de tais pessoas aprove ou aprecie o que vamos escrevendo em resposta à sua pergunta. Mas, devemo-nos inclinar ante a autoridade de Deus nisto, assim como em todo o resto.
         Compartilhamos plenamente consigo todos os exercícios de coração que está experimentando a respeito deste tema. Acreditamos que obra de uma maneira absolutamente correta ao recusar-se a estar presente quando uma mulher toma a palavra para falar ou para orar em público. O espírito e o ensino do Novo Testamento estão contra semelhante prática. À mulher ordena-se o «silêncio» em público, na presença de um homem (1Tm 2:8-11). 
         Quanto a 1Coríntios 11, não encontramos nada a respeito da reunião da Assembleia até o v. 17, onde se introduz um novo tema; e, como o faz notar bem, o Espírito de Deus não pode contradizer-Se. Este não pode dizer-lhe que num lugar a mulher guarde silêncio, e, noutra passagem, que rompa esse silêncio. É contrário a Deus, e contrário à natureza, que uma mulher proceda como pregadora em público. A mulher deve ilustrar o lugar próprio da Igreja —a sujeição —, não o ensino. A Igreja não ensina — não deveria fazê-lo —, e se o fizesse, seria falsa. “Toleras que essa mulher Jezabel, que se diz profetisa, ensine” (Apocalipse 2:20). Este é o espírito e o gênio do Papado. Dizer que a Igreja tem poder para decretar, estatuir e ensinar, é apostasia. A Igreja é ensinada pela Palavra de Deus. Ela tem de obedecer e estar em sujeição. Deveria ser “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3:15), quer dizer, deveria sustentar e manter a verdade, mas nunca ensinar. Tal é o invariável ensino do Novo Testamento quanto à Igreja, da qual a mulher deve ser a imagem.
         Pode ser que em resposta a isto, se diga que Deus utiliza a predicação  e a oração das mulheres para a bênção das almas. Pois bem, o que é que isto prova? Acaso, que seja correto que as mulheres preguem? Não; mas a soberana bondade de Deus. Vamos arguir, apoiados no fato da bênção divina, o que não deveríamos ser levados a aprovar? Deus é soberano, e pode operar onde e mediante quem Lhe agrade; nós somos servos, e devemos fazer o que Ele nos diz que façamos.
         No tempo do avivamento do Ulster em 1859, foram alcançadas muitas almas em Igrejas Católicas Romanas, em presença do sacrifício da missa. Demonstra isso que o Catolicismo Romano é correto? Não; só prova que Deus é bom. Raciocinar a partir dos resultados, pode conduzir-nos ao mais crasso erro. Deveria ser suficiente, para todo aquele que se inclina debaixo da autoridade das Escrituras, saber que o Espírito Santo manda estritamente à mulher que guarde silêncio na Assembleia pública (1Coríntios 14:34-35). E certamente podemos dizer: “A natureza mesma não vos ensina” o moralmente inapropriado que é o fato de que uma mulher apareça num púlpito ou sobre uma plataforma? Inquestionavelmente o é. Há muitas e diversas maneiras em que as mulheres podem “combater conjuntamente com Evangelho” (Filipenses 4:3) sem o indecoroso da predicação em público. Não nos é dito como “elas combateram conjuntamente” com o bem-aventurado Apóstolo; mas com toda segurança, que não o fizeram falando em público.
         Quanto às quatro filhas de Filipe, o evangelista “que profetizavam” (Atos 21:9), falta que os defensores da predicação das mulheres demonstrem que elas exerciam esse dom em público. Cremos que o faziam na privacidade e no retiro da casa de seu pai.
Em conclusão, pois, querido amigo, só queríamos expressar sempre a nossa profunda convicção de que o lar é, proeminentemente, a esfera de atividade da mulher. Ela pode mover-se ali com graça e dignidade moral. Pode brilhar ali ou como esposa, ou como mãe ou como pessoa, para glória Daquele que a chamou a ocupar essas santas relações. Ali se desenvolvem os mais belos traços do caráter feminino, traços que são completamente desfigurados quando ela abandona o seu trabalho doméstico e usurpa o domínio do pregador público.
         Já em várias outras ocasiões desenvolvemos o tema das irmãs ensinando e pregando. Cremos que é claramente oposto às Escrituras que uma mulher fale na Igreja, ou que ensine, ou que usurpe de uma ou de outra maneira a autoridade do homem (1Timóteo 2:8-14). Mas, se houver uma reunião de caráter privado, social, então, na nossa opinião, há liberdade para a livre comunicação de pensamento, sempre que a mulher guarde o lugar que lhe foi atribuído pela voz da natureza e pela Palavra de Deus.
         A julgar pelo tom de sua carta, estamos persuadidos de que o Senhor o guiará no caminho do serviço correto. Não nos diz de maneira específica como aquelas mulheres “combateram no evangelho” juntamente com Paulo, mas sabemos que há milhares de maneiras em que uma mulher pode servir no Evangelho sem jamais dar um passo para fora dessa esfera de atividade que propriamente lhe pertence. Quanto às mulheres casadas, cada vez estamos mais persuadidos de que o lar é proeminentemente o seu lugar. Ela tem ali uma sagrada e elevada esfera de atividade na qual pode servir estando plenamente consciente de que se encontra exatamente no lugar onde a mão de Deus a colocou, e onde a Sua Palavra a dirige. Queira o Senhor abençoa-la e guardá-la! 
         A Escritura é muito clara quanto à maneira como a mulher cristã se tem de vestir, não só ante a Mesa do Senhor, mas também em todo o momento (1Timóteo 2, etc.). Certamente que nisto, como em todas as demais coisas, existe a urgente necessidade de ter uma consciência dócil e exercitada; uma piedosa sujeição à autoridade da Palavra de Deus. Se os crentes não querem emprestar atenção à exortação do Espírito Santo, o mais provável é que tampouco emprestem muita atenção às páginas de uma revista. Uma das especiais necessidades do momento presente é uma completa submissão aos verdadeiros ensinos das Escrituras. Quando o coração está debaixo do direito governo da Palavra, tudo estará bem; mas quando não está, nada estará bem.

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