“As palavras de sua boca são malícia e
dolo; abjurou o discernimento e a prática do bem. No seu leito maquina a
perversidade, detém-se em caminho que não é bom, não se despega do mal” (Salmo 36:3,4)
CONHECENDO O VIVER DO HOMEM
(continuação):
Querido
leitor, estamos vendo como os versos 3 e 4 fazem, com clareza uma exibição do
viver do homem no pecado. Vimos que a língua é o mais poderoso instrumento do
pecado. Ela revela a sujeira, o dolo, a maldade que saem do coração. Cristo foi
bem claro ao afirmar que é do coração do homem que procede toda sorte de
perversidades, e mesmo que essas iniqüidades não são presenciadas de maneira
prática, a língua desenha com exatidão todo curso maligno das intenções que o
homem carrega na alma. A língua é especialista em revelar a exatidão do
coração, por isso nosso Senhor afirma que “a boca fala o que está cheio o
coração”.
Prossigamos
em conhecer o modo de vida do homem no pecado. Em segundo lugar veremos seu viver rebelde:
“...Abjurou o discernimento e a prática do bem”. O termo abjurar significa “renunciar publicamente uma religião”. A idéia transmitida é que o homem no
pecado não tolera discernimento espiritual; odeia ser avaliado pela Palavra de
Deus, por esse fato ele espiritualmente se oculta. O homem no pecado não gosta
de qualquer luz de Deus para seu caminho, preferindo seguir sem rumo, buscando
a mentalidade e a força humana. Noutras palavras, o homem natural confia no
homem e faz da carne mortal o seu braço (Jeremias 17:5). Ele acha que a vida
pode ser estabelecida sobre o frágil alicerce da iniqüidade. Sob a liderança do
pecado não há dependência de Deus; não há busca pela sabedoria do Alto. No
comando do pecado, o homem não passa de uma ovelha sem rumo, sem pastor, nada sabendo
dos perigos tremendos que ameaçam sua frágil e limitada existência terrena. Não
há discernimento espiritual em sua mente, por isso não tem possibilidade de
julgar as coisas à luz da eternidade. Qualquer discernimento é puramente
natural.
O
texto também transmite a idéia de que o pecado faz do homem um ser que vive por
si mesmo. Significa que para ele não há um superior, alguém diante de quem terá
que prestar contas, por essa razão qualquer idéia de um deus será produto do
seu coração. Amigo leitor veja que loucura é o viver sob o comando do pecado!
Na própria divindade há conselho. Vemos na bíblia acerca do “conselho de Deus”;
vemos o Filho se submetendo à vontade do Pai e o Espírito Santo submetendo-Se
para glorificar o Filho. Sendo assim, a vida no pecado é sinônima de loucura; é
correr em direção ao abismo!
A
vida do ímpio Caim (Gênesis 4) ilustra bem essa verdade gloriosa da frase: “Abjurou o discernimento”. Ora, ele estava perto da entrada do paraíso de Deus! A
salvação estava ao seu alcance, mas a brutalidade do pecado manifestou num
tremendo ódio ao Senhor e ao caminho da salvação. Abel humildemente curvou-se
aceitando a redenção mediante o sangue, mas Caim mostrou seu coração rebelde ao
dar as costas à compaixão divina. Não houve humilhação, mas sim uma rejeição
aberta e descarada à oferta da graça. Ao dar às costas ao amor de Deus correu
em busca de um mundo melhor aqui, para sua perdição eterna.
Meu
caro leitor, como pode o homem escapar da verdade revelada? A palavra de Deus é
confrontadora, mas tem em vista revelar o meigo coração de um Senhor bondoso,
gracioso e fiel salvador dos perdidos. Milhares puderam deparar com a loucura
de andar errante por este mundo à serviço do pecado. Milhares foram despertados
e reconheceram o caminho da perdição no qual andavam, na falsa impressão de
bem-estar. Não foi assim com Saulo de Tarso? Como um touro raivoso corria em
busca daqueles que seguiam ao Senhor Jesus, crendo que estava no caminho certo,
até que a misericórdia de Deus lançou-o ao pó, exatamente ao lugar onde a graça
encontra com o perdido. Foi ali que o velho Saulo foi humilhado para reconhecer
seu Salvador bendito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário