“Ninguém
pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no
último dia”
(João 6:44).
A NECESSIDADE DA SOBERANIA “Ninguém
pode vir a mim...”
Prezado leitor tendo dado as
considerações gerais em torno do cap. 6 e do texto em pauta, nosso trabalho
agora consiste em examinar esse verso tão revestido dos tesouros do evangelho
da graça. Aproximemos desse verso com nossos corações trêmulos perante o Deus
que se revelou a nós pecadores. Lembremos bem que qualquer atitude de revolta
contra o Deus de toda misericórdia acarretará em sério prejuízo para ao nosso
viver. Estamos lidando com os tesouros de Deus escondidos em Cristo, com Suas
profundas revelações entregues àqueles que O buscam de todo coração.
Três lições despontam perante nossos
olhos e a primeira
é que a soberania de Deus na salvação é absolutamente necessária.
A frase: “Ninguém
pode vir a mim... explica essa necessidade. Na segunda lição sobressai o
poder atuante de Deus: “... se
o Pai que me enviou não o trouxer...”. Ora, essa
lição aparece revestida de real importância, porquanto é justamente aqui que
brilha o sol da misericórdia e toda fumaça do orgulho humano é desfeita. E na
terceira lição aparece a salvação como ela realmente é quando é vinda das Mãos
soberanas: “...e eu
o ressuscitarei no último dia”.
Notemos bem que a salvação bíblica
começa com Deus, continua com Deus e terá sua apresentação gloriosa na
eternidade com Deus. Percebe-se que nada tem do homem, porquanto não passa de um
morto. Na salvação dos perdidos é Deus quem aparece para mexer com os defuntos
espirituais. Ele não vem para embalsamar esses defuntos, como faziam os antigos
egípcios, Ele aparece para dar-lhes vida, arrancar das mãos, dos pés, da boca,
dos olhos todo domínio da morte. Quão grandiosa é essa salvação, porquanto ela
abarca o passado, o presente e o futuro; ela anula a pena, o poder e as
conseqüências futuras do pecado na eternidade. A salvação bíblica faz do
culpado um inocente; faz do escravo alguém liberto; e anula completamente o
poder da morte eterna que domina o indivíduo.
Permita-me que eu analise um pouco mais
esse insofismável evangelho da glória de Cristo à luz daquilo que está sendo
tão apregoado em nossos dias. A mensagem que Cristo transmite em João 6:44 faz
com que os pecadores sintam o peso atroz de suas culpas e se lancem ao pó, ao
desespero, a fim de que apelem única e exclusivamente ao Deus de toda
misericórdia. O evangelho moderno desconhece esse elemento de humilhação,
porque faz que o homem seja também co-participante da obra salvadora. O
evangelho moderno é revestido da justiça humana, porquanto desconhece o Deus de
toda misericórdia, o qual afirma que é livre para agir com compaixão com quem
Ele quiser (Romanos 9:15).
Vejamos também, que o ensino do nosso
Senhor mostra a atuação exclusiva de Deus. O Pai e o Filho aparecem juntos
atuando na nova criação. Há um absoluto silêncio no meio dos homens, em virtude
do horrível trabalho da morte como resultado do pecado. O efeito foi dramático,
paralisante, destruidor e aterrorizante. Quando os homens se levantam é para
pecar, ofender a Deus e afrontar Seu reino de amor e de bondade. O Senhor Jesus
está enfrentando essa horrível hostilidade da parte de uma multidão considerada
religiosa, mas pronta para apedrejar o gracioso Senhor da glória.
Querido amigo, essas verdades chegam e
anulam nossa falsa alegria; rasga como papel a falsa paz; queima por completo o
falso culto e lança por terra toda obra feita na carne. O momento agora é de
temor e tremor perante o Rei da glória, Autor de uma tão grande salvação! O que
os homem podem oferecer a Ele? O que Ele quer? Ah sim! “Rendei graças ao Senhor por Sua bondade e por Suas
maravilhas para com os filhos dos homens!” (Salmo 107:1)
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