A Igreja Evangélica Brasileira precisa de uma
nova Reforma. Muitos daqueles que se dizem protestantes já não protestam mais.
Muitos daqueles que se autodenominam evangélicos têm transigido com a verdade e
caído na malha sedutora do pragmatismo e das falsas doutrinas. Doutrinas
estranhas têm encontrado guarida no arraial evangélico. Novidades forjadas no
laboratório do engano têm sido acolhidas com entusiasmo por muitos crentes.
Floresce em nossa Pátria uma igreja que tem extensão, mas não profundidade.
Cresce em números, mas não em maturidade. Tem influência política, mas não
autoridade moral. Faz propaganda de um pretenso poder, mas transige com o
pecado.
A Igreja Evangélica Brasileira precisa voltar
às Escrituras. Muitos púlpitos estão sonegando aos crentes o pão verdadeiro e
dando ao povo um caldo ralo e venenoso. Há aqueles que pregam o que o povo quer
ouvir e não o que o povo precisa ouvir. Pregam para entreter os bodes e não
para alimentar as ovelhas. Pregam para arrancar aplauso dos homens e não para
levá-los ao arrependimento. Pregam prosperidade e não salvação. Pregam curas e
milagres e não novo nascimento. Pregam auto-ajuda e não a ajuda do alto. Há
muitas igrejas fracas e enfermas por estarem submetidas a um cardápio insuficiente
e deficiente. A fraqueza e a doença começam pela boca. Há morte na panela. O
veneno mortífero das heresias perniciosas destila em muitas cátedras
teológicas. Muitos púlpitos espalham esse veneno e muitos crentes se intoxicam
com ele. Precisamos colocar a farinha da verdade nessa panela, a fim de que o
povo tenha pão com fartura na Casa do Pão.
A Igreja Evangélica
Brasileira precisa voltar às grandes doutrinas da Reforma. Precisamos reafirmar
que a Escritura é verdadeira, infalível, inerrante e suficiente e não podemos
acrescentar à sua mensagem as revelações, sonhos e visões que emanam de
corações errantes. Precisamos reafirmar que a fé em Cristo é suficiente para a
nossa salvação e não podemos acrescentar a ela as obras, os méritos nem o
misticismo variegado tão incentivado em tantos arraiais. Precisamos reafirmar
que a graça de Deus é a única base sobre a qual recebemos a nossa salvação. O
homem não merece coisa alguma a não ser o juízo divino, mas de forma benevolente,
Deus suspende o castigo e nos oferece seu favor imerecido. Precisamos reafirmar
que não há outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos,
além do nome de Cristo Jesus. Precisamos reafirmar que a glória pertence a Deus
e não ao homem, igreja ou instituição humana.
A Igreja Evangélica
Brasileira precisa não apenas de Reforma, mas, também, de Reavivamento. Não
basta ter doutrina certa, é preciso ter vida certa. Não basta ter apenas luz na
mente, é preciso ter fogo no coração. Não basta apenas conhecimento, é preciso
ter fervor espiritual. Não basta apenas conhecer doutrina, é preciso ser
transformado e impactado por essa doutrina. A igreja de Éfeso tinha doutrina,
mas lhe faltava amor. A igreja de Esmirna tinha amor, mas lhe faltava doutrina.
Ambas foram repreendidas por Cristo. Precisamos de doutrina e amor, reforma e
Reavivamento. Não glorificamos a Deus com o vazio da nossa mente e a plenitude
do nosso coração nem glorificamos a Deus com a plenitude da nossa mente e o
vazio do nosso coração. Deus não é exaltado quando deixamos de conhecer a
verdade nem Deus é glorificado quando deixamos de nos deleitar nessa verdade.
Razão e emoção não são coisas mutuamente exclusivas. Elas se completam. A
emoção que não provém de uma mente iluminada pela verdade é vazia, rasa e
inconsistente. Uma mente cheia do conhecimento da verdade, todavia, que não
exulta de alegria e santo fervor está, também, em total desacordo com a vontade
divina. Oh! Que Deus nos desperte para o conhecermos verdadeiramente! Oh! Que
Deus nos encha daquela alegria indizível e cheia de glória, a fim de que nos
deleitemos nele e passemos a viver tão somente para a sua glória!
Rev. Hernandes Dias Lopes
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