“Se alguém não ama ao Senhor, seja
anátema! Maranata” (1 Coríntios 16:22)
Caro leitor, perscrutemos juntos essa
incrível declaração de Paulo no final de sua carta aos Corintos. Precisamos
conhecer o que realmente significa pertencer a Cristo; o que significa fazer
parte da noiva do Senhor, daquela que foi comprada com sangue. Quanta zombaria
com o Nome do Senhor em nossos dias! Quanta profanação ao Nome bendito! Quanto
louvor que é nascido da natureza maligna, tão encharcada do mundanismo! Tudo
isso porque esta atual geração desconhece o Senhor da glória (Tiago 2:1).
Cristo Jesus veio ao mundo e na cruz comprou um povo para Si, um povo zeloso de
boas obras (Tito 2:14). O povo de Deus ama seu Senhor e prova isso no viver. O
povo de Deus, mesmo cheio de fraqueza e cercado de tantos inimigos cruéis, os
quais lutam para frustrar a fé cristã, ainda assim ama o Senhor. Paulo afirma
no texto que se alguém não ama o Senhor essa pessoa é anátema, maldita de Deus.
Vamos prosseguir mostrando por que o
Senhor é o único digno de nosso amor. Já pude mostrar que Ele é o único que
envolveu o coração do Pai em afeto: “Este é meu Filho amado”. Jesus
também deixou claro que o Pai Lhe amava e Seu prazer estava no amor do Seu Pai.
Mesmo caminhando pela jornada tão árdua rumo à cruz, habitando aqui num corpo corruptível
e na profundidade da humilhação de ser homem e servo (Filipenses 2:7,8), nosso
Senhor vivia embalado nesse constante amor do Pai eterno. Esse era seu contexto
de alegria e de satisfação; sua satisfação era a realização plena da vontade do
Pai e para isso Ele se entregou voluntariamente e caminhou obediente e
triunfantemente rumo ao plano estabelecido na eternidade, de ser o Cordeiro de
Deus, e assim comprar com Seu sangue os eleitos (João 17:2).
Então, embasados dessa verdade, afastemo-nos
desse Jesus da nova era; desse Jesus tão bem desenhado pelo diabo e tão
cortejado pelo coração mundano, supersticioso e corrompido dos homens no
pecado. Caro leitor, que fitemos a cruz; que saiamos dessa atmosfera
religiosamente mundana; que encaremos o privilégio de pertencer a Cristo. A
religiosidade moderna mostra o quanto o homem é maravilhoso e digno da atenção de
Deus! Mas, a verdade aparece nas Escrituras para mostrar que nós seres humanos
somos imundos (Isaías 64:6) e que em nós mesmos nada tem que possa trazer
qualquer satisfação ao coração de Deus. Não há qualquer recurso em nós; não há
qualquer mérito, a não ser a dignidade do inferno. Então, ser crente em Cristo
é privilégio eterno; é algo que deve extravasar nossos corações de alegria, de
profunda gratidão. Ora, o que houve em nós para alcançar tal posição? Nada!
Estávamos mortos (Efésios 2:1), éramos defuntos espirituais e foi necessário o
braço forte do Senhor para nos arrancar dessa tumba mundana e obscura; éramos
fregueses que o inferno cobiçava ansiosamente.
Então, caro leitor, o amor de Deus
pelos salvos não é amor recíproco. Os santos não são amados porque houve algo
neles que atraísse a atenção de Deus. Os homens no pecado querem se enfeitar, a
fim de parecerem bondosos, religiosos, fraternos e santos, mas tudo isso não
passa de serem ornamentos externos, os quais nada possuem de valor para Deus.
Os santos são alvos do amor eterno de Deus porque foram ligados a Cristo. É se
alguém está em Cristo que é nova criatura (2 Coríntios 5:17). Nada tem a ver
com qualquer mérito nosso; nada tem a ver com nossos cânticos, orações e fervor
espiritual. Caro leitor, não esqueçamos dessa verdade, porque nada, nem a mais
forte expressão de vida cristã santa e separada para Deus há de acrescentar
qualquer quantidade de amor a mais. Os santos foram aceitos no Amado (Efésios
1:6 versão corrigida).
O viver do crente deve está arraigado
nessa verdade e a prova desse amor do Senhor pelos Seus santos foi mostrada na
cruz. Ali está tudo o que precisamos saber, a fim de que mostremos em nossas
vidas que foi a misericórdia do Alto que nos visitou. Alguém inocente, puro e
santo ocupou o lugar de homens tão vis, imundos e dignos do inferno. Todas
essas verdades reveladas devem transbordar nossos corações, a fim de que cada
crente possa mostrar que realmente ama a Cristo, somente a Ele.
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