“Há no coração do ímpio a voz da
transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos” (Salmo 36:1)
CONHECENDO O HOMEM (continuação):
Caro
leitor, na meditação de ontem procurei mostrar a importância do conhecimento do
coração humano. Boa parte das Escrituras se ocupa com isso, especialmente na
época da lei. Uma das manobras ardilosas de satanás é encobrir a verdade da
culpa e do estado corrompido do homem no pecado. O evangelho vem para trazer
essa verdade à tona, e assim levar pecadores à confissão sincera de seus
pecados perante aquele que é o Salvador dos perdidos (Lucas 19:10).
Continuemos
vendo o restante do verso 1: “...não há temor de Deus diante de seus olhos”
(Salmo 36:1). O começo do verso mostrou com clareza o que está no recôndito do
coração do homem no pecado. Saiamos desse lugar tenebroso para que vejamos o
que acontece no lado de fora. O engano do pecado nos leva a entender
de forma errônea o que realmente significa pecado. Achamos que o homem é mais
pecador devido aos terríveis males praticados, como roubar, matar, beber, usar
drogas, e outros atos semelhantes. Não há dúvida que são atos horrorosos,
detestáveis e reprovados por milhares. Porém, a Palavra não revela a situação
do homem baseando-se nesse ponto de vista. Encaremos seriamente as sagradas
letras, porquanto no texto lido tudo é revelado de uma maneira bem simples:
“...não há temor de Deus diante de seus olhos”.
O
amigo leitor percebeu? Qual é a principal função do pecado operando dentro do
coração do homem? Simples! Deus é retirado da frente dos olhos do pecador. Eis
aí a mais ardilosa obra de arte maligna do pecado, porque ao retirar o temor de
Deus diante de seus olhos, imediatamente o caminho pela frente é caminho de transgressão. Não importa o tamanho do pecado; não importa se os atos
serão feios ou não aos nossos olhos, a verdade é que se há ausência do temor do
Senhor, o viver é de transgressão. Repito, a principal função do pecado no
coração é retirar da frente do homem toda e qualquer verdade a respeito de
Deus. Não há qualquer acordo entre Deus e o pecado; não há no coração do homem
uma sala para as atividades de Deus e outra para o
serviço maligno do pecado. Não há possibilidade de servir a dois senhores,
conforme diz o Senhor Jesus.
Amigo
leitor, visto que a atividade do pecado é conduzir o homem pelo caminho da
transgressão, obviamente Deus tem que ser retirado da frente do pecador. O Deus
da revelação bíblica é eliminado da sua mente, de suas emoções e de suas
determinações, para que seu caminho seja desobstruído. Eis aí, meu amigo leitor
a triste verdade a respeito do caminho pelo qual anda o homem no pecado, dentro
ou fora de uma igreja; praticando pecados feios ou sendo excelente pessoa aos
olhos humanos. A nossa queda em Adão nos levou à condição natural de escravos do pecado
(João 8:34). No comando do pecado não há lugar para o senhorio do Senhor; não
há lugar para o comando daquele que é Santo. O viver do homem no pecado é como
uma ovelha errante, sem pastor, sem esperança e sem Deus neste mundo (Efésios
2:12).
Quão
terrível é o reino tirânico do pecado no coração! O pecado habilmente conduz o
pecador naquilo que o pecado quer, e assim toda mente, emoção e volição são
conduzidas sob a prisão do pecado. Aquele homem que foi a Cristo querendo saber
o que poderia fazer para herdar a vida eterna, não sabia que o pecado lhe
controlava no amor às riquezas. Ele não queria perder seu ídolo, por isso
afastou-se ao deparar com o caminho estreito rumo à vida eterna, apresentado
pelo Senhor (Lucas 18:22,23). Judas parecia um genuíno apóstolo de Cristo, até
que a ocasião própria revelou seu amor aos prazeres. Quando a fortuna
chegou-lhe às mãos, mostrou que o pecado comandava seu viver no sonho de ser
grande, na soberba da vida. O peso atroz do pecado empurrou-lhe para o triste e
amargo destino das almas impenitentes.
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