“As palavras de sua boca são malícia e
dolo; abjurou o discernimento e a prática do bem. No seu leito maquina a
perversidade, detém-se em caminho que não é bom, não se despega do mal” (Salmo 36:3,4)
CONHECENDO O VIVER DO HOMEM
(continuação):
Amigo
leitor, que a misericórdia do Senhor esteja sobre minha vida enquanto digito
esta meditação. Não é fácil lidar com um assunto como este, conforme o Espírito
Santo nos mostra no Salmo 32. Que a misericórdia desse Deus venha, também,
encher o coração dos leitores com um espírito de humilhação, a fim de que a
Palavra seja recebida com muita satisfação.
Pretendo passar a vocês aquilo que o
texto nos mostra acerca do viver do homem no pecado. Já passamos pelo
conhecimento do seu coração, o que ele é no íntimo. Que jamais esqueçamos que
revelamos por fora o que realmente somos no coração. No verso 3 vemos que o
homem sob a escravidão do pecado é conhecido pela sua linguagem: “As palavra de sua boca são malícia e dolo...” . Observemos bem que a palavra malícia
mostra a causa, dolo mostra o efeito. Malícia mostra as intenções
egoístas do coração, enquanto que dolo é o meio usado para alcançar seus
objetivos. Preste atenção nas palavras maliciosas de um homem em relação a uma
mulher, e os meios dolosos que ele utiliza para alcançar seus objetivos. Foi
assim com o infeliz Amnon, filho do rei Davi quando estava apaixonado pela
formosa Tamar, sua meia Irmã. Logo tramou meios bem ardilosos para que ficasse
sozinho com a jovem em seu quarto (2 Samuel 13).
A língua é a mais mortífera arma do
pecado, por isso a Palavra de Deus vezes após vezes combate esse mal. Os
crentes são constantemente exortados para que lancem fora sua linguagem mundana
que tinham quando viviam no pecado. O livro de Provérbios está cheio de
ensinamentos contra o mau uso da língua, a razão disto é que a ela é o
principal instrumento da iniqüidade. Vemos isso em Romanos no cap. 3, a partir
do verso 10, quando Paulo resume a triste situação da raça humana caída em Adão.
Notemos bem o que Paulo afirma no verso 13: “... veneno de víbora está debaixo
dos seus lábios”. Incrível! Da mesma maneira que o veneno de uma serpente está
na sua boca, os homens no pecado usam sua língua como veneno para destruir seu
próximo. Tal fato é mostrado especialmente em nossos dias. Nunca houve um tempo
quando os homens têm usado tanto suas línguas para o mal! Destroem suas
famílias usando a língua, criando assim um ambiente de terror dentro do lar.
Ofendem, maltratam, fazem os mais fracos sofrerem tanto por meio de palavra
feias, imorais. O ambiente social hoje tem sido manchado, aviltado somente com
o uso da língua. Quando falam de amor, não passa de ser um amor sujo; quando
falam de amizades, suas palavras revelam malícias e motivações sujas, com
planos de destruir o seu próximo.
Trago a ilustração bíblica de Isaías 6. Parece
que ali temos o acontecimento que marcou a conversão de Isaías. Ele era bem
jovem quando pode ver a glória de Deus. Foi um momento extremamente alarmante
na vida daquele moço, porquanto a visão da glória de Deus invadiu as
profundezas de sua alma. Não foi um espetáculo que pudesse captar as emoções,
mas foi uma visão aterradora para um homem caído. Foi ali que Isaías pode
conhecer quem realmente era ele. A presença da santidade do Senhor mostrou ao
jovem o que ele era no coração, por isso ele disse: “Ai de mim, estou perdido”!
Por quê? Eis a resposta: “...porque sou homem de lábios
impuros...”.
E ainda acrescenta sua situação social: “...habito no meio de um povo de impuros lábios”.
Veja leitor, que naquele momento Isaías não somente percebeu sua condição de
escravo, como também percebeu seu trágico destino: “estou perdido...”. Ele estava
diante do inferno naquele momento e certamente cairia lá, não fosse a
misericórdia do Senhor.
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