sexta-feira, 16 de novembro de 2012

“A porção do SENHOR é o Seu povo.”



(Deuteronômio 32:9)
Spurgeon
POR QUE são eles Seus? São-no pela Sua soberana eleição. Ele escolheu-os e pôs neles o Seu amor. Isto Ele fê-lo independentemente de qualquer bondade que Ele tenha havido neles ou que Ele tenha previsto neles. Ele teve misericórdia de quem quis, e ordenou para a vida eterna uma escolhida companhia, de modo que são Seus pela Sua voluntária eleição.
            Eles não só são Seus por eleição, mas também por compra. Ele comprou-os, e pagou por eles até ao último cêntimo; não pode, pois, haver discussão a respeito do Seu título de propriedade. A porção do SENHOR não foi redimida com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, mas com o precioso sangue do Senhor Jesus Cristo. Não há hipoteca sobre os Seus bens; nenhum pleito pode ser suscitado por nenhum reclamante, pois o preço foi pago em pleno tribunal, e a Igreja é a absoluta e eterna propriedade do Senhor.
       Vê a marca de sangue que está sobre todos os Seus escolhidos; invisíveis aos olhos humanos, mas conhecidas por Cristo, pois “o Senhor conhece os que são Seus”. Ele não olvida a nenhum dos que Ele redimiu de entre os homens. Ele conta as ovelhas pelas quais pôs a Sua vida, e recorda distintamente a Igreja pela qual Ele se deu a Si mesmo.
            Eles são Seus, também, por conquista. Que batalha teve de sustentar em nós antes de ganhar-nos! Por quanto tempo sitiou os nossos corações! Quão amiúde nos enviou condições de capitulação! Mas nós trancamos as nossas entradas e fortificamos contra Ele as nossas muralhas. Não recordamos aquela gloriosa hora quando Jesus tomou de assalto os nossos corações? Quando Ele colocou a Sua cruz contra a muralha, e subindo pelas nossas defesas, colocou sobre a nossa praça forte a bandeira encarnada da Sua omnipotente misericórdia?
       Sim, nós somos, na verdade, os cativos conquistados pelo Seu omnipotente amor. Sendo nós escolhidos, comprados e conquistados, os direitos que Ele tem sobre nós são inalienáveis. Regozijamos no fato de que nós jamais podemos ser de nós mesmos; e nós desejamos, diariamente, fazer a Sua vontade, e proclamar a Sua glória.

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