“Os
néscios são mortos pelo seu desvio e aos loucos, a sua impressão de bem-estar,
os leva à perdição. Mas o que me der ouvidos, habitará seguro, tranquilo e sem
temor do mal” (Provérbios 1:32,33)
O PERIGO
OCULTO PARA OS LOUCOS.
Caro leitor, creio que o conhecimento
bíblico acerca dos néscios é largamente conhecido, porque neste mundo vemos
como eles se multiplicam como ervas daninhas. Mas a dificuldade maior está em
reconhecer os “loucos”: “...aos loucos, a sua impressão de bem-estar...”.
Porque justamente os loucos não parecem ser aquilo que a bíblia designa a
respeito deles. Eles não são vistos assim pelo mundo. Os loucos normalmente são
reconhecidos pela sua moral, justiça, religiosidade e integridade. Quem diria
que um “Nicodemos” é louco aos olhos de Deus? Quem acreditaria que um dinâmico
e severo religioso como Saulo de Tarso é tachado na linguagem inspirada como um
louco?
Caro leitor, estamos manuseando o livro
santo, cujos pensamentos não são como os pobres pensamentos ocos e inúteis os
nossos, e cujos caminhos são tão altos que os nossos não passam de medíocres e vis.
Todo nosso desvio pelas sendas tortuosas desta vida é porque não pesquisamos o
livro santo, a fim de aceitar nossas concepções carregadas de mentiras. Então,
chegou o momento agora para que pesquisemos juntos a Palavra, a fim de conhecer
o que realmente significa ser um louco. Aquele homem chamado por Cristo de louco
(Lucas 12:13-21), aos nossos olhos apaixonantemente humanistas seria
considerado como um homem capaz, inteligente, previdente e hábil. Mas a
linguagem perfeitamente sábia disse o que para ele?: “...Louco, esta noite te pedirão a
tua alma...”
Entrando nos pormenores, digo e afirmo
que é ser louco, quando o homem anda numa confiança carnal. Os néscios costumam
se cobrir com lindas vestes de justiça própria, e é isso que lhes concede paz.
A religião moderna está muito bem preparada para dar aos homens essa
sofisticada vestimenta. Os loucos não querem ser vistos espiritualmente nus,
querem fazer o que fizeram Adão e Eva com as folhas de figueira, e assim buscam
aqui e ali nas invenções religiosas de seus corações esses trajes que os fazem
parecer aceitáveis perante Deus. Vivemos hoje os dias dessa festa religiosa, assim
como os judeus faziam nos dias de Jeremias. Os loucos se multiplicam porque não
há um esconderijo que parece tão forte e seguro do que uma religião impregnada
de heresias.
Então, o que acontece é que os loucos
sabem como esconder bem seus ídolos. Como aquele Jeú, o qual foi chamado por
Deus para executar juízo contra o reino e a casa de Acabe (2 Reis 9 e 10), os
loucos normalmente são pessoas zelosas, são inspiradas e aptas para a batalha
que parece ser espiritual. Jeú em seu zelo foi com Deus longe, parecia que era
um homem de Deus e que reinaria em Israel com justiça, piedade e temor. Mas,
logo mostrou o quanto seu coração era idólatra e que só serviu para a ocasião
certa. Quando reinou mostrou que não foi zeloso em seu coração, a fim de
erradicar de sua vida a religião idólatra dos dois bezerros de ouro.
Os loucos são assim, pois vestidos de
piedosos podem esconder as tramas de um coração que não teme ao Senhor. Seus
ídolos estão bem disfarçados e a confiança neles está segredada em seus
corações. Judas era um louco, pois andou com Jesus e com apóstolos, mostrando
por fora que pertencia à classe dos verdadeiros discípulos do Mestre. Mas por
dentro estava guardado o mesmo ídolo do jovem rico (Lucas 18). Enquanto por
fora estendia as mãos para servir a Cristo, por dentro estava prostrado perante
o altar chamado “deus fortuna”.
Ó meu caro leitor, não está você
trajado por fora de justiça própria? Não está você andando como um justo, mas
por dentro de mãos dadas com a vileza? O fato é que não há outro meio de
pertencer a Cristo, a não ser mediante o sincero arrependimento e a confissão
de seus pecados perante aquele que veio para justificar o ímpio.
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