“Por isso, quem crê no
filho tem a vida eterna; o que todavia, se mantém rebelde contra o filho, não
verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”. João 3:36.
Amigo
leitor procurei enfatizar o assunto do arrependimento como algo essencial na
obra da fé. É de suma importância aqui esclarecer que nem toda manifestação de
arrependimento é verdadeiramente o arrependimento que vem de Deus. Judas,
depois de ter traído o Senhor, deu uma impressão de arrependimento, mas foi
apenas um remorso que o levou ao suicídio. Alguém pode sentir uma tristeza
porque cometeu um determinado pecado, vai chegar à margem de sua cama, vai
ajoelhar e pedir perdão, mas foi apenas um remorso egoísta. Quando aquele
transe passar, e as paixões reativarem, ele voltará a prática pecaminosa.
Amigo
leitor, enquanto não houver a evidência da fé que leva o pecador a olhar para o
Senhor Jesus, não aconteceu o genuíno arrependimento. Pedro negou a Jesus três
vezes, foi uma tragédia que ocorreu em sua vida; foi um verdadeiro golpe na
vida daquele Apóstolo que confiava muito em sua capacidade própria. Pedro
chorou, mas nem sempre o choro estará indicando quebrantamento. Não são as
lágrimas do coração. Mas Pedro chorou, e aquele choro foi importante, pois foi
uma obra de arrependimento: prostrou aquele homem. Pedro foi defrontar-se com
seu mestre novamente após a ressurreição. Após aquela pesca milagrosa, os
discípulos desceram do barco para aproximarem do mestre Amado na praia do mar
da Galiléia. O Senhor Jesus, aproximando-se de Pedro, disse-lhe: “Simão, filho
de Jonas amas-me”.
Essa
pergunta foi feita três vezes, pois Pedro havia negado três vezes. Notemos algo
interessante naquele encontro. Primeiro, estava ali um homem humilhado,
convicto de seu pecado, mas cheio de convicção do amor do Senhor. Pedro não
procurou camuflar-se; não encobriu as suas culpas; não desculpou-se. O Senhor
Jesus foi a Pedro, e não o chamou de Pedro, mas de Simão. Ora, o nome Pedro
significa pedra pequena, e foi o próprio
Jesus quem lhe tinha dado tal nome. Mas o Senhor foi àquele homem
chamando-lhe pelo nome que seus pais lhe haviam dado. O Senhor Jesus chega a
Ele com terno amor e lhe pergunta: “Simão, tu me amas?” Simão responde: “Sim
Senhor, tu sabes que eu te amo!”
O interessante
aqui é que Pedro respondeu a Cristo não usando a mesma palavra que foi usada
por Cristo. Quando o Senhor perguntou-lhe se ele O amava, o Senhor usou a
palavra ágape e ágape significa de fato
o amor verdadeiro; o amor sacrificial, o amor que é derramado no coração do
salvo pelo Espírito Santo. Mas, Simão respondeu-lhe usando a palavra filós e filós significa amor natural, amor de
amizade. Veja a confissão de Simão; Cristo havia lhe perguntado: Simão, tu me
amas com o amor sacrificial, eu te amei Simão ao ponto de morrer por ti, é esse
amor que tu tens por mim?
Jesus não
estava cobrando nada; Ele ama o pecador incondicionalmente. Ele estava apenas
levando Simão a conhecer o seu próprio coração. Simão lhe respondeu: “Senhor,
tu sabes que eu gosto de ti.” Pedro respondeu sempre assim nas três vezes. Na
terceira vez que ele foi mais firme
ainda: “Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu gosto de ti”. Pedro
estava na realidade dizendo: Eu estava te seguindo não por ter um coração
transformado, mas porque eu tinha o Senhor como um grande amigo. Ali foi o
momento em que a misericórdia do Senhor foi estendida para aquele homem, e
doravante Pedro era uma nova criatura.
Ó meu
amigo, sem arrependimento, como o pecador vai olhar para a suficiência do
calvário? Como vai beber a água da vida se nunca sentiu a intensa sede
espiritual? Sem arrependimento o homem continua sendo o mesmo homem, endurecido
contra o Espírito de Deus. Poderá dar uma impressão de temor a Deus, mas será
apenas algo de fora, não será algo do coração.
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