sexta-feira, 23 de maio de 2014

“A SINCERA PETIÇÃO DA ALMA” (4)




E acrescentou: Senhor, lembra-te de mim quando vieres no teu reino” (LUCAS 23:42)
UMA PETIÇÃO CHEIA DE CONHECIMENTO
         Caro leitor estamos presenciando uma cena do impressionante encontro entre o amor misericordioso do Senhor com a fé genuína. Tal acontecimento está completamente longe do entendimento deste mundo, pois enquanto a multidão incrédula gritava em torno da cruz, eis que o Filho de Deus tem seus olhos de amor fitando a face daquela alma que busca sua salvação com sincera petição. Vemos no texto como a fé chega seguindo o facho de luz da graça. Sua petição é carregada de verdadeiro conhecimento; ele tem consigo tudo o que precisa para abrir a boca e invocar o Nome do Senhor, a fim de ser salvo. A fé conhece o caminho certo; a graça segue a vereda até o Salvador.
         Caro leitor, notemos bem que Aquele que sempre fora atirado à busca de um reino terreno melhor neste mundo; que sempre ambicionara a riqueza mundana; que tinha as mesmas intenções que Judas tinha. Mas agora tudo é mudado e ele é atraído para as coisas eternas. Meu caro amigo, pense na natureza corrompida do ser humano, pois nossa natureza terrena é como a de leão que rejeita o prato de salada e corre em busca da carne. Se não houver a soberana atividade da graça é completamente impossível para qualquer ser humano achegar-se a Cristo. Aquele moço teria agido da mesma maneira que seu colega agiu. Aliás, ambos estavam mancomunados; ambos partilhavam da mesma rebeldia, ignorância e atrevimento, pois zombavam e escarneciam do Senhor com a mesma intensidade da multidão.
         Mas algo mais é visto na petição daquele moço. Percebemos que ele recebeu conhecimento da imortalidade do Senhor Jesus:quando vieres no teu reino”. Vimos que a verdadeira fé brilhou em suas palavras, mediante o conhecimento de que aquele que estava ali pendurado ao seu lado era de fato o Filho de Deus; era o Messias prometido e não um mero sofredor. Também vimos que sua mostrou ter ele interesses eternos, pois agora anelava o reino de Deus. Ele havia passado toda sua vida sendo elevado pela vaidade e pela cobiça de ganhar o mundo e viver despreocupado com sua alma. Agora o mundo é colocado no pó e seus interesses se voltam para as riquezas eternas.
         Mas a verdade é ainda mais profunda, porque quando a fé é verdadeira, ela confessa a verdade; a fé quando vem de Deus ao coração jamais há de transigir-se com qualquer mentira. Aquele moço encara Jesus como o Autor da vida; ele vê ali mais do que um mero homem, ele contempla o próprio Deus. Naquele momento a fé confessa que aquele Senhor veio para vencer a morte; veio para abater esse terrível inimigo e arrancar seus aguilhões; veio para desfazer o reino da morte e do diabo, a fim de revelar o reino eterno. Aquele moço sabia tudo o que precisava saber, pois o tal compreensão foi dado por Aquele que veio nos guiar em toda verdade – o Espírito Santo (João 14).
         Caro leitor, tais fatos não lhe trazem regozijo? Quando uma alma deseja a sua salvação e libertação dessa terrível prisão do pecado e da morte, eis que tudo o que ele precisa vem cheio de luz. Para o pecador que deseja a salvação Cristo é Deus – Homem. Não há outro salvador! A fé mira o Senhor da glória e desse rosto de amor seu olhar jamais é desviado. A fé não busca dois ou mais salvadores; a fé é singular. Cristo conquistou tudo, pois veio para sozinho para destruir as obras do diabo e dar vida aos pecadores, a fim de levá-los para Seu reino de glória.
         Naquele momento a fé daquele moço foi envolvida pela ressurreição; ali a alegria da vida eterna encheu seu coração da real esperança; ali o poder da morte simplesmente foi subestimado, porque se despontou a ressurreição. O Salvador estava ali para morrer, mas para em Sua morte derrotar a morte! Ali estava o poderoso Senhor que tomaria a mão daquela pobre alma, a fim de arrancá-la dos interesses terríveis e letais do inferno, a fim de conduzi-lo para o paraíso!

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