quarta-feira, 28 de maio de 2014

“A SINCERA PETIÇÃO DA ALMA” (5)




E acrescentou: Senhor, lembra-te de mim quando vieres no teu reino” (LUCAS 23:42)
UMA PETIÇÃO DE UMA ALMA HUMILHADA E AQUIETADA
         Caro amigo leitor, estamos vendo na conversão daquele ladrão na cruz o que realmente significa a sincera conversão da alma. Não pensemos que ali estava alguém que necessitava de uma conversão particularmente diferente, por ter sido um ladrão, um malfeitor. Caro leitor, curvemo-nos diante do fato que todos os homens são igualmente culpados; que todos estão sentenciados à morte eterna, porque todos são culpados diante de Deus. Aquele moço foi alcançado pela misericórdia de Deus, da mesma maneira que Deus agiu com todos os que Ele salvou e está agindo com todos os que estão sendo salvos. Não há diferença! Quando um pecador é salvo sua boca é aberta para invocar ao Senhor, da mesma maneira que aquele moço invocou. É claro que as palavras não são as mesmas, mas o desejo é igual, a motivação é igual.
         Agora é o momento para que aprendamos que a petição daquele moço foi a petição de uma alma humilhada e aquietada. Quando o Espírito de Deus operou em seu coração a fé que lhe abriu os olhos da alma, certamente tudo o que ele precisava para conhecer as maravilhas da graça desse Salvador, lhe foi concedido. Naquele momento ele viu que ao seu lado estava aquele que era Ele o Messias prometido; que era Ele o próprio Jeová encarnado, cheio de gracioso amor. Caro leitor, quando o Espírito de Deus opera a salvação numa alma, imediatamente a luz do céu brilha em seu coração; dissipa-se toda ignorância e a verdade vinda do Alto faz com que naquele instante haja o encontro entre o Salvador bendito e uma alma quieta perante o amor do Redentor.
         Numa linguagem mais compreensiva, a alma é enlaçada pelo amor; é abraçada pela onipotência desse amor; é cercada de completa certeza de que ela tem perante si tudo o que precisa. O caminho para o céu é visto carregado de glória e poderosa força lhe atrai para cima, para os braços eternos. Então, nada mais ele precisa, a não ser da salvação e do Salvador; aqueles interesses mundanos e transitórios simplesmente desaparecem e o mundo revela ser o que o império das trevas. Tudo o que ocorre na conversão de um pecador é incompreensível para a mente natural; não há aqui quem possa entender essas verdades eternas que transformam um pecador arrependido. Então, passemos a ver como a graça aquietou aquela alma antes tão agitada, assustada, aterrorizada e marcada para o sofrimento eterno.
         A primeira lição com a qual deparamos é que aquele moço estava consciente de sua triste condição. Estava cheio de pecado. Quão importante é isso! Vemos como milhares estão iludidos por uma fé que nada tem dessa santa iluminação que vem da Palavra e do Espírito Santo. Afinal, como um pecador pode achegar-se a Deus sem consciência de sua penúria e miséria? Mas o que vemos hoje são “conversões” destituídas dessa verdade. As almas hoje jamais sentiram as dores de seus pecados, por isso não buscam Cristo, mas sim pastores que lhes concedem paz que não vem de Deus aos seus corações. Mas não foi o que aconteceu com aquele moço. É claro que ele não mencionou seus pecados, mas sua humilhação lhe mostrou o quanto era um pecador arrependido! Mostrou que nada mais queria com aquele viver de outrora; mostrou que em nada mais compartilhava com as maldades de seu colega. Agora era um inimigo do mundo e que pertencia a Deus, ao reino de Deus e à família celestial.
         Meu amigo, houve em sua vida esse conhecimento no íntimo da sua total condição de um pecador perdido? Chegou ao seu coração o fato de sua condenação, de sua miséria e de sua total inutilidade perante Deus? Chegou ao seu coração aquela condição na qual você se viu como um mendigo espiritual? A petição para salvação requer isso. Requer humilhação; requer aquela demonstração de que o velho homem foi atirado ao pó e que nada merece, senão a condenação. É assim que um pecador consegue encontrar o Salvador.  

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