“Ninguém pode vir
a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
A
IRRESISTÍVEL GRAÇA: “...se o Pai que me enviou não o trouxer...”
Caro
leitor, depois de passar um bom tempo em torno da frase inicial, destacando ali
a absoluta necessidade da soberania de Deus na salvação do pecador, chegou o
momento para que destaquemos o assunto que cobre a frase: “...se o pai que me
enviou não o trouxer...”.
Veja como o Filho não somente exalta o Pai, como também revela a todos Sua
atuação na salvação do perdido. A salvação é um trabalho completo e total de
Deus e cada pessoa da tri-unidade tem sua atividade. Há plena unidade,
dedicação, zelo e ordem em cada atividade, a fim de que em tudo Deus seja
plenamente exaltado e glorificado. Conforme 1 Pedro 1:2, o Filho e Espírito
estão subordinados à vontade do Pai: “...segundo a
presciência de Deus o Pai...
. O termo “segundo” indica que pessoas estão subordinadas a alguém. É por isso
que o Filho tanto ressalta a vontade soberana do Pai, diante da qual Ele está
plenamente submisso.
Mas, o que
é mais importante é ver a atividade soberana do Pai em tomar o pecador e
entregá-lo ao Filho. É a força Dele em realizar tal ato; é o domínio, poder e
força de Deus em tomar alguém espiritualmente morto, a fim de que tal alma
passe a pertencer eternamente ao Filho. Deus, o Pai não é um mero assistente
assentado no céu; foi Ele quem escolheu soberanamente e Seu braço forte está em
constante ação neste mundo. Ora, quem pode narrar os Seus feitos? Quem é capaz
de fazer essas reportagens e abrir nossos olhos para que fitemos encantados os
grandes feitos da graça? Que grandiosa ação da graça! Quão grandiosa e gloriosa
é essa salvação!
Querido
amigo consideremos bem a frase: “...se o Pai que
enviou não o trouxer...”.
Notemos como o Filho expõe Sua dedicação e lealdade à vontade do Pai: “...se o Pai que me
enviou...”. Percebe-se
a disposição do Senhor Jesus em tudo de mostrar que Sua vinda ao mundo foi em
obediência ao Seu Pai. Veio para cumprir a vontade do Pai; veio para que fosse
realizada aquilo que foi planejado na eternidade. Então, fica claro que nada
pode acontecer na salvação de uma alma sem a autorização e trabalho do Pai,
porquanto foi Ele quem escolheu Seu povo e é Ele quem conhece individualmente
Seus eleitos. Seu braço forte não tem qualquer dificuldade com a distância, por
isso pode alcançar perdidos aqui no Brasil, na China, no Japão, na África, nas
tribos, em qualquer lugar. Também, não há dificuldade quanto ao tempo, pois o
Soberano não está limitado ao tempo; o grande Eu Sou faz com que os anos,
meses, dias, horas e segundos cumpram fielmente Seus santos propósitos, a fim
de que no determinado tempo, no prazo exato cada eleito seja alcançado.
Aquele que
tudo planejou não é pego de surpresa, porque seu relógio funciona de maneira
diferente. A ação da Sua Palavra está presente agora, falando, falando e
falando, da mesma maneira que falou a duzentos, quinhentos, mil anos atrás. Sua
Palavra será a mesma, eficaz e poderosa
daqui a duzentos, quinhentos, mil anos adiante. Tudo está perante os olhos do
Onisciente e tudo se subordina perante o Onipotente. Ele não é um aprendiz; Ele
não está estudando psicologia. Seus decretos foram estabelecidos na eternidade
e tempo, espaço, anjos, diabo, demônios, etc. são funcionários do Eterno.
Ó seres
humanos, vermes que nasceram ontem, para viver alguns milésimos de segundos e
morrer amanhã conforme o relógio do Eterno, será que desejam continuar exibindo
sua vontade e seu querer? Será que querem continuar em contínuo atrevimento
perante aquele que afirma ter compaixão de quem Ele quiser ter compaixão?
Afinal, ainda não compreendeu que é a misericórdia Dele que está em plena
atividade, e que na santa justiça Dele está pronto para lançar o culpado no
castigo eterno?
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