TEXTO: LUCAS
15:11-24 .
Caro leitor, quero prosseguir no texto,
mostrando quantas bênçãos eternais vêm sobre a alma que humilhada se converte a
Cristo de todo coração. Já pudemos ver nas vestes recebidas pelo moço a
perfeita justiça de Cristo que reveste o salvo de completa paz, a fim de que
para sempre possa estar livre da ira de Deus. No anel que foi posta no dedo
vimos a aliança de Cristo feita com o pecador, a fim de que ele possa pertencer
para sempre a família de Deus – como filho de Deus (João 1:12).
Agora veremos o calçado: “...ponde-lhe
um anel no dedo e sandálias nos pés” (15:22). Andar descalço em Israel era
sinal de desamparo, de humilhação. Àquele moço foi dado as sandálias, para que
todos soubessem que não mais vagueava como um errante; não mais peregrinava.
Sandálias nos pés mostra posição triunfante; que está pronto para prosseguir,
para caminhar vencedor. Ao salvo Deus lhe concedeu esse calçado: “Calçai os pés
com a preparação do evangelho da paz” (Efésios 6:15). Eis ai a demonstração da
fé triunfante e perseverante. O salvo é chamado para prosseguir na jornada, sua
posição é de um soldado; as sandálias nos pés mostram que foi chamado por Deus,
que pertence ao povo de Deus; que não há de que se envergonhar; que não volta
mais ao mundo e que seguirá firme até ao fim.
Ó quanto esse evangelho moderno ignora
isso! Não havendo lugar para o arrependimento, o pecador é mantido no lugar de
vergonha. Na aparência é salvo, mas quando olha para os pés eis que estão
descalços. Muitos são como camelos, pois na boca parecem crentes, porque estão
sempre ruminando; sempre estão falando versos bíblicos. Mas seus pés lhes
denunciam, porque não têm as “unhas fendidas” (Levítico 11:4). Olhe os pés dos
salvos, eles estão calçados: “As minhas ovelhas... me seguem”
(João 10:27). Quando não há arrependimento normalmente as conversões acontecem
pela metade. Muitos que se intitulam
crentes em nossos dias jamais se levantaram e caminharam na direção certa, em
profunda tristeza na busca do Salvador. Aquele moço jamais enxergaria seu pai
se não se levantasse, deixando para trás toda maldade e prazeres da carne.
Mesmo que pensasse em seu pai; mesmo que lembrasse do conforto do lar; mesmo
que sentisse saudades de todas as regalias e privilégios que desfrutou. Ele se
levantou e foi. Caso contrário, continuaria indo de mal a pior, com suas vestes
sujas, passando fome, sem nada de anel nem sandálias nos pés.
Meu caro leitor, já aconteceu em sua
vida essa disposição humilde de arrependimento? Já foi um dia erguido da sua
miséria no pecado, a fim de ir de coração ao Salvador? Pela fé, de coração
inteiro, já retornou para o lar, ou ainda vive como um perdido neste mundo? Não
adianta pensar bem de Deus, porque longe dele sua alma há de continuar assim,
faminta e na miséria. Não adianta pensar nas riquezas da salvação, e até mesmo
saber mentalmente todas essas coisas. Você não iria saciar-se vendo o banquete
de longe, ou mesmo meramente sentindo o cheiro da comida. Venha amigo, o
banquete de Deus está pronto:
Vem
filho perdido, ó pródigo vem!
Ruínas
te esperam nas trevas além!
Tu
de medo tremendo e de fome gemendo.
Ó,
filho perdido, vem pródigo vem!
Mas eu sei que esse convite de amor
chega apenas ao coração humilhado e quebrado por Deus. Eu sei que o coração
altivo e arrogante prefere dar crédito a todas as mentiras de satanás, porque o
mundo é o lugar onde os homens colocam seu afeto e coração. Quando não há lugar
de arrependimento, eis que os homens continuam seguros e apegados às suas
iniquidades, e jamais querem voltar de coração para Deus. Por isso o trabalho
de atrair pertence a Deus, pois pelo poder da graça Ele puxa o pecador para Si.
Quando Ele chama é porque Ele está esperando o pecador para salvar-Lhe com
maravilhosa e eterna salvação!.
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