“Ninguém pode vir
a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
A
NECESSIDADE DA SOBERANIA (continuação) “Ninguém pode vir a mim...”
Prezado
leitor, na meditação anterior vimos a necessidade da soberania de Deus no
ensino do novo nascimento. Quando nosso Senhor afirmou: “Ninguém pode vir
a mim...”, Ele mostrou que
todos estão na mesma situação; que todos, não importa a cor, a raça, a nação, a
condição social, etc. todos tombaram em Adão e circula o mesmo sangue adâmico
em suas veias, por isso: “...Necessário vos é nascer de novo.” (João 3:7).
Creio que
preciso ampliar um pouco mais o assunto em pauta, visto que nossa natureza
milita contra a soberania de Deus. Veremos a necessidade da soberania vendo a
condição do homem como alguém espiritualmente morto. Acredito que milhares não
perceberam a seriedade com que a Palavra de Deus mostra esse ensino. Não posso
esquecer quando um pastor amigo meu declarou que aquilo que a bíblia fala a
respeito da condição do homem morto em seus delitos e pecados (Efésios 2:1),
realmente não significa morte no sentido de imobilidade, ausência total de
vida. Para ele a condição do homem é de um semimorto; em seu coração ainda
pulsa o sangue da fé e do desejo de salvação. Absurdo! Paulo declara ali que
Deus deu vida aos santos de Éfeso, porque eles estavam mortos! Não diz que
estavam quase mortos, porque alguém quase morto ainda está vivo.
Convido o
amigo leitor para o texto que realmente mostra a relevância desse assunto, que
é o cap. 5 de João. Obviamente não lidarei exaustivamente com essa incrível
manifestação da inspiração divina, mas procurarei ser claro mesmo tendo que
fazer uma abordagem superficial. Tudo começou com aquela cura do paralítico do
tanque de betesda. Notemos bem que Cristo efetuou aquele milagre tendo em vista
chamar a atenção dos judeus para o confronto. A cura foi realizada em pleno
sábado, por isso atraiu o ódio daquele povo contra o Senhor. Mas, quero tomar a
resposta do Senhor Jesus àqueles fanáticos judeus: “...Meu pai
trabalha até agora e eu trabalho também” (verso 17). Se não entendermos o que nosso Senhor está
querendo ensinar nessa declaração, certamente perderemos o brilho desse ensino
cheio da preciosidade da graça.
Amigo
leitor, aqueles judeus eram conhecedores de toda história narrada no Velho
Testamento. Eles sabiam que Deus, o Criador havia criado todas as coisas e que
tomou o sétimo dia para descansar, mas eis que aquele homem simples que está
perante eles afirma: “...Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também”.
Incrível! O que nosso Senhor está ensinando? Por que Deus não parou de
trabalhar, visto que a criação havia sido completada? Ora, a resposta é
simples. O pecado entrou e destruiu toda perfeita criação! A entrada do pecado,
não somente trouxe a vaidade, a nulidade em todos os setores da criação de
Deus, como também fez com que os horrores da morte pairassem sobre toda criação
e em todos os homens. Prezado leitor, fixe sua atenção no texto, pois nosso
Senhor está declarando que a divindade não está descansando; que a divindade
não está submetida a um mero sábado. A entrada do pecado trouxe a necessidade
de uma nova criação! A divindade entrou para exibir a tremenda força da graça e
assim anular os horrores do pecado e da morte. Nosso Senhor está afirmando que
não veio ao mundo para consertar as pernas tortas de um paralítico, restaurar
os olhos do cego, fazer com que um mudo passe a falar e o surdo passe a ouvir.
Nada disso resolve o problema do morto. Que adianta consertar membros
destruídos de um morto? Note o que nosso Senhor diz em João 5:21: “Pois, assim como o Pai levanta os mortos e
lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer”.
Querido
leitor, para Deus não há meio termo, se não recebeu a vida que há no Filho,
prossegue em seu lastimável estado de morto em seus delitos e pecados.
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