“Porque
a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e
culto a ídolos do lar. Visto que rejeitastes a Palavra do Senhor, ele também te
rejeitou a ti, para que não sejas rei” (1 Samuel 15:23)
Caro
leitor, nesta época tão incapaz de julgar as coisas com a precisão da verdade
bíblica, realmente precisamos discernir bem entre o falso e o verdadeiro. Se
olharmos a fé de Saul veremos que era uma fé dele mesmo, criada em seu coração
maligno, arrogante e rebelde. Sua fé não foi erigida sobre a profunda e
poderosa Rocha dos séculos, por isso era como um bloco de gelo sem qualquer
profundidade vagueando no oceano. Olhada do ponto de vista da religião moderna,
a fé de Saul seria vista como de um crente frágil, inconstante e carente de
ajuda espiritual.
Mas,
eis que apareceu o crivo do Senhor para joeirar essa fé e mostrar que não
passava de um produto carnal, desprovido de qualquer brilho da glória de Deus.
Ora, qual foi o pecado tão grosseiro de Saul? O que aquele monarca fez parecia
tão simples; suas motivações pareciam tão justas. Afinal, sua desobediência não
foi tão cem por cento; será que não faltou alguma orientação? Ora, analisando
bem, Saul foi um rei mais justo do que Davi, pois não cometera um pecado tão
sério como o deslize de Davi no adultério e no assassinato de Urias (2 Samuel
11).
Caro
leitor, se analisarmos as coisas desse ponto de vista tão frágil, sob a ótica
humana, sem qualquer dúvida ficaremos decepcionados com Deus por ter recusado
um rei como Saul. Mas, nosso exame no texto é feito com a ótica divina e não
nossa. O Senhor está analisando a fé com Seu olhar profundo, olhar que sonda o
coração e não vê mera aparência e religiosidade externa. Qual foi o problema de
Saul? Onde Deus pôs Seu dedo e apontou o diagnóstico verdadeiro? “...Visto
que rejeitastes a Palavra do Senhor...”. Eis aí, caro leitor a causa da
ruína de Saul e o fim de seu reinado. Ele havia rejeitado a Palavra de Deus,
por isso não podia aceitá-la como ela é, mesmo com ordenanças tão drásticas e
severas. Ele não podia e nem queria a Palavra de Deus como elemento de
misericórdia, justiça e juízo. Noutras palavras, Saul não queria o domínio do
Senhor em sua vida e em seu reino; queria fazer o que bem quisesse e Deus deveria
aceitar seus padrões de cultos, aparentemente espirituais e piedosos, mas que
no fundo era puramente malícia, rebelião e adoração aos demônios.
Caro
leitor, a diferença está aí. A fé é sempre obediente, mas a incredulidade é
sempre rebelde. A fé habita em corações frágeis, caídos e muitas vezes
decepcionantes, como foi o caso de Davi e de todos os crentes. Mas a verdade é
que os santos são humilhados e quebrantados perante o Senhor, reconhecendo
sempre suas imperfeições e submetendo à liderança de Deus. A fé nunca avança
passando por cima da Palavra; a fé é sempre submissa e esperançosa no Senhor.
Caros
leitores, trago esse texto aos seus corações, a fim de mostrar-lhes que o
evangelho moderno é caracterizado pela mesma fé de Saul, pois o que largamente
vemos é uma rejeição à Palavra do Senhor. Aparentemente vemos cultos e mais
cultos, louvores e mais louvores, barulhos e muito oba, oba! Mas o que vemos
por dentro é um culto de adoração aos ídolos. O evangelho moderno despreza o
verdadeiro evangelho da cruz; despreza a glória de Deus, a fim de exaltar o
homem. Sim, o evangelho moderno vai abrir a boca e dirá que tudo o que fez e
está fazendo tem em vista agradar a Deus, mas a verdade é que o Senhor está
declarando que rejeitou esse sistema satânico de culto, atraente à carne, mas
desprovido presença bendita do Senhor.
Ó
caro leitor, fuja disso que por fora parece ser ouro, mas por dentro não passa
de uma mensagem amaldiçoada! Corra para a sublimidade da Palavra e de todo
coração finque sua confiança naquilo que é eterno e agradável a Deus!
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