Spurgeon
— os
crentes regozijam-se” (2)
“Como está
escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de
escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido.” (Rm 9:33)
I. A primeira declaração não necessita de nenhuma
prova, pois a própria observação nos ensina que MUITOS TROPEÇAM EM CRISTO. Logo
que Deus foi manifestado na carne, os mortais começaram a tropeçar nEle. “Não é
este o filho do carpinteiro?”, era a pergunta de quem esperava a pompa mundana
e a grandeza imperial. “Conhecemos o Seu pai e a Sua mãe e, não estão connosco
todas as Suas irmãs?”, era a objeção sussurrada pelos Seus próprios
concidadãos. O maior de todos os profetas não tinha nenhuma honra na Sua
própria terra. O nosso Senhor foi rejeitado por toda a espécie de homens. Ainda
que O olhassem desde diferentes origens, todos o faziam com o mesmo olho
escarnecedor.
Os fariseus tropeçavam Nele porque Ele não era, nem
supersticioso, nem ostentoso; certamente, Ele não lavava as Suas mãos antes de
comer, nem tampouco orava nas esquinas das ruas! Ele entabulava relações com os
publicanos e pecadores! Ele não alargava os seus filactérios. Ele curava os
enfermos doentes no dia de repouso! Ele não tinha qualquer respeito pelas
tradições, e por tudo isso, cada “justo” fariseu O aborrecia. O saduceu, por
outro lado, apesar de que odiava a superstição farisaica, desprezava igualmente
a Cristo em grande medida. As suas objeções eram disparadas de outro âmbito.
Para ele, Cristo era muito supersticioso, pois o saduceu não cria nem em anjo,
nem em espírito, nem na ressurreição dos mortos — e a todas estas crenças o
Profeta de Nazaré as sustentava abertamente.
O ceticismo filosófico detestava Jesus porque o Seu
ensino continha muito do elemento sobrenatural. Ao longo de toda a Sua vida,
tanto nas cortes superiores de Herodes ou de Pilatos, como entre as mais baixas
fileiras da turba da Judeia, Cristo foi desprezado e rejeitado entre os homens.
Desde tempos antigos haviam açoitado a todos os profetas que o Senhor tinha
enviado, e era pouco surpreendente que agora atacassem o próprio Senhor. “Tocamos-vos
flauta, e não dançastes; cantamos-vos lamentações, e não chorastes”, isto
podiam dizer todos os profetas de Deus, pois Israel não recebeu nem ao homem
solitário cujo alimento consistia em locustas e mel silvestre, nem ao mais
cordial Espírito que chegou comendo e bebendo.
Eliminaram todos os profetas de Deus e não
aceitaram nenhuma das repreensões deles. E quando o próprio Filho chegou,
disseram: “Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua
herança.” Os judeus a uma voz rejeitaram-No, com a única exceção do
remanescente, conforme à eleição da Graça. Mas o judeu não está sozinho na sua
ofensa dirigida à Cruz. Sabemos que quando o Evangelho foi levado aos gentios
posteriormente, Cristo crucificado foi pedra de tropeço para eles. Os refinados
gregos, com os seus diversos sistemas de filosofia, esperavam ver no Messias um
pensamento profundo e um gosto clássico. Porém, quando ouviram pregar Paulo sobre
a ressurreição dos mortos, não viram nada que adulasse a sua filosofia e então
escarneceram abertamente dessa pregação.
(extraído de NO CAMINHO DE JESUS)
tradução de Antônio Carlos
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