domingo, 23 de fevereiro de 2014

“Os incrédulos tropeçam" (2)




 Spurgeon

 — os crentes regozijam-se (2)
“Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido.” (Rm 9:33)
I. A primeira declaração não necessita de nenhuma prova, pois a própria observação nos ensina que MUITOS TROPEÇAM EM CRISTO. Logo que Deus foi manifestado na carne, os mortais começaram a tropeçar nEle. “Não é este o filho do carpinteiro?”, era a pergunta de quem esperava a pompa mundana e a grandeza imperial. “Conhecemos o Seu pai e a Sua mãe e, não estão connosco todas as Suas irmãs?”, era a objeção sussurrada pelos Seus próprios concidadãos. O maior de todos os profetas não tinha nenhuma honra na Sua própria terra. O nosso Senhor foi rejeitado por toda a espécie de homens. Ainda que O olhassem desde diferentes origens, todos o faziam com o mesmo olho escarnecedor.
Os fariseus tropeçavam Nele porque Ele não era, nem supersticioso, nem ostentoso; certamente, Ele não lavava as Suas mãos antes de comer, nem tampouco orava nas esquinas das ruas! Ele entabulava relações com os publicanos e pecadores! Ele não alargava os seus filactérios. Ele curava os enfermos doentes no dia de repouso! Ele não tinha qualquer respeito pelas tradições, e por tudo isso, cada “justo” fariseu O aborrecia. O saduceu, por outro lado, apesar de que odiava a superstição farisaica, desprezava igualmente a Cristo em grande medida. As suas objeções eram disparadas de outro âmbito. Para ele, Cristo era muito supersticioso, pois o saduceu não cria nem em anjo, nem em espírito, nem na ressurreição dos mortos — e a todas estas crenças o Profeta de Nazaré as sustentava abertamente.
O ceticismo filosófico detestava Jesus porque o Seu ensino continha muito do elemento sobrenatural. Ao longo de toda a Sua vida, tanto nas cortes superiores de Herodes ou de Pilatos, como entre as mais baixas fileiras da turba da Judeia, Cristo foi desprezado e rejeitado entre os homens. Desde tempos antigos haviam açoitado a todos os profetas que o Senhor tinha enviado, e era pouco surpreendente que agora atacassem o próprio Senhor. “Tocamos-vos flauta, e não dançastes; cantamos-vos lamentações, e não chorastes”, isto podiam dizer todos os profetas de Deus, pois Israel não recebeu nem ao homem solitário cujo alimento consistia em locustas e mel silvestre, nem ao mais cordial Espírito que chegou comendo e bebendo.
Eliminaram todos os profetas de Deus e não aceitaram nenhuma das repreensões deles. E quando o próprio Filho chegou, disseram: “Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança.” Os judeus a uma voz rejeitaram-No, com a única exceção do remanescente, conforme à eleição da Graça. Mas o judeu não está sozinho na sua ofensa dirigida à Cruz. Sabemos que quando o Evangelho foi levado aos gentios posteriormente, Cristo crucificado foi pedra de tropeço para eles. Os refinados gregos, com os seus diversos sistemas de filosofia, esperavam ver no Messias um pensamento profundo e um gosto clássico. Porém, quando ouviram pregar Paulo sobre a ressurreição dos mortos, não viram nada que adulasse a sua filosofia e então escarneceram abertamente dessa pregação. 
(extraído de NO CAMINHO DE JESUS)
tradução de Antônio Carlos

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