domingo, 23 de fevereiro de 2014

SOMENTE PELA GRAÇA (2)




Porque pela graça sois salvos, mediante a fé e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não de obras para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8. 9).
A OBRA DA GRAÇA NA SALVAÇÃO: “Porque pela graça...”
         Caro leitor, já pude introduzir esse tema e agora é o momento de examinar o texto com temor e cheios de apreensão por conhecer a verdade. Estamos entrando em terreno santo, por isso devemos tirar as “sandálias” do preconceito, a fim de que conheçamos as maravilhosas obras dessa graça. Não esqueçamos que Paulo no cap. 2 está desenvolvendo e avançando o tema da graça. Logo no início ele procurou levar os crentes à humilhação, pois nossa pretensão de achar algo bom em nós foi desfeita, quando ele afirmou que nós não passávamos de mortos espirituais, sem qualquer vestígio de vida. Então, os versos 8 e 9 aparecem como um resumo da obra da graça em cada salvo, trazendo tudo consigo para fazer da igreja de Deus o que a igreja é em Cristo – perfeita e preciosa.
         Nosso primeiro assunto agora é ver A OBRA DA GRAÇA NA SALVAÇÃO: “Porque pela graça...”. O termo traduzido por “graça” jamais pode ser traduzido como algo “gratuito”, como vejo em muitos comentários. Ao traduzir essa maravilhosa palavra como “gratuidade” e não “graciosidade”, certamente ela há de perder toda beleza e força. “Graça” significa que Deus opera nos pecadores segundo aquilo que Ele mesmo vê no Filho Dele; nada há nos pecadores que possa atrair a graciosidade de Deus; nada há de formosura nos homens; nada há de encanto nos mortos. Deus está realizando Sua obra “em Cristo”, porque a única pessoa que agrada ao Pai é Seu próprio Filho: “Este é meu Filho amado, em quem tenho prazer”. Pela graça Deus está operando a Nova Criação (2 Coríntios 5:17), e assim tirando pecadores da triste condição no pecado e colocando-os “Em Cristo”. Caro leitor, “graça” nunca significou “dom imerecido”, “misericórdia” sim. Quando Deus se aproxima dos perdidos, Ele o faz em Sua misericórdia e é a misericórdia que chega com toda provisão para perdoar, purificar, e tornar o pecador plenamente aceitável perante Deus. Agora sim, nessa condição é “graça”.
         Então, creio que pude lançar o firme fundamento da nossa fé, porque se não houver essa base sólida da Rocha da nossa salvação, não há como edificar a vida dos santos, nem tampouco levar a verdade aos corações dos pecadores. Então, quando a Bíblia diz que foi “pela graça”, ela simplesmente retira tudo, anula toda ajuda tanto da parte do homem como da parte da lei. Convido o amigo leitor, para que meditemos nisso. Não foi pela lei. Que saibamos bem disso, porque a lei nada pode fazer para sequer mover um pecador à salvação. A lei funciona como um diagnóstico de um médico, mostrando a triste condição de cada homem no pecado. A lei veio declarar o estado de merecida condenação; veio avisar que todos são culpados e amaldiçoados; veio tirar homens e mulheres do sossego e da falsa paz; veio para mexer na ferida, a fim de que homens e mulheres gritem de dor, por causa da malignidade de seus corações.
         Permita que eu avance um pouco mais nesse assunto. Importa que pregadores fiéis falem da lei; que tragam a lume os terrores da lei. Sem essas verdades os homens jamais saberão da sua condição. Não temos que fechar o Velho Testamento, pelo contrário, precisamos de fato abrir as páginas da lei em toda sua extensão, nos salmos e nos profetas, a fim mostrar o estado natural do homem; para que os pecadores saibam que são responsáveis pelos seus atos malignos e que hão de prestar contas perante a face do Todo poderoso. A lei é o único instrumento realmente cortante para a alma enganada; é o único elemento capaz de romper com toda confusão e que consegue apagar essas velas acesas da falsificação religiosa. A lei quando pregada mobiliza os pecadores à humilhação; para todo amém e todos os aleluias banais.
         Mas, acima de tudo é a lei que prepara o caminho para o poderoso exercício da graça, a fim de mostrar aos pecadores a mensagem da cruz. Quando a lei é pregada, então os pecadores conseguem ver sua miséria e reconhecer Cristo como o perfeito substituto.

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