“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que
é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a
benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6:8).
O
HOMEM EM RELAÇÃO AO SEU PRÓXIMO - AMOROSO: “...que ames a misericórdia...”
Prezado
leitor, já passamos pela primeira parte da exposição desse texto. Ó quanto
espero que essas verdades estejam enchendo os corações de alegria, diante
dessas verdades eternas exibidas da soberana graça! Temos visto em Miquéias que
aquilo que a lei jamais pode nem poderá fazer, a graça realiza transformando o
perdido e fazendo dele alguém justo, amoroso e piedoso.
Caro
leitor gastei um bom tempo tratando da justificação, porquanto é o tema central
do evangelho bíblico; é a mensagem gloriosa da cruz; é o brado da pregação
bíblica, anunciando a triste condição do homem, que tudo o que ele produz não
passa de trapo de imundície (Isaías 64:6). O evangelho começa com a perfeita
justiça! O evangelho desnuda o homem, leva-o ao pó, ao desespero e é nessa
circunstância de arrependimento e confissão que Deus mostra a perfeita justiça
do Senhor Jesus, como uma veste branca, mais alva do que a neve para cobrir e
aceitar o pecador perante Ele como sem culpa.
O
segundo assunto depende do primeiro, porque ninguém poderá cumprir a exigência
de Deus: “...que ames a misericórdia...”, sem que primeiro tenha sido
justificado, a fim de praticar a justiça. Noutras palavras, amar a misericórdia
é um ato da justiça. O leitor atento e cauteloso vai perceber que tudo cairá
por terra se tentarmos inverter a ordem. Ninguém consegue amar a misericórdia,
sem que tenha primeiramente conhecido o poder da justiça. A razão é que Deus
não está pedindo para amar as pessoas, mas sim a misericórdia. Toda tentativa
de amar nossos semelhantes, sem que antes tenhamos conhecido o poder da
justificação é obra da carne e manifestação da soberba usando disfarce
religioso.
Creio
que devo uma explicação melhor aos meus leitores. Quando homens e mulheres são
desarmados de qualquer justiça própria; quando homens e mulheres chegam ao pó,
como vermes diante de Deus; quando homens e mulheres reconhecem que nada podem,
que são culpados, que realmente são dignos e merecedores da eterna condenação,
então eles ficam sabendo o que realmente significa misericórdia. Quando
homens e mulheres têm seus olhos espirituais abertos para contemplar a cruz,
onde o cordeiro puro foi atingindo pela fúria do fogo da Ira de Deus; quando
homens e mulheres estão certos que o inocente Senhor ocupou o lugar deles ali,
morrendo em lugar de ímpios, profanos e atrevidos pecadores, então eles ficam
sabendo por experiência própria o que realmente significa misericórdia.
Digo
mais, que o evangelho moderno que disfarçadamente entrou nas igrejas anula
completamente o significado de misericórdia. Os crentes modernos largamente
desconhecem o Deus que na bíblia se manifesta como o Deus que lida com os
homens na base de Sua compaixão: “Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus
que usa de misericórdia” (Romanos 9:16). Milhares de corações têm
recebido uma paz que não vem de Deus, mas sim dos homens: “Dizem continuamente aos que
desprezam a palavra do Senhor: Paz tereis...” (Jeremias 23:17).
Veja caro leitor, o evangelho da
justiça humilha o homem, para erguê-lo do pó e viver na plena consciência de
foi alcançado pela compaixão de Deus. Os santos de Deus são homens e mulheres
que agora enxergam seu próximo com misericórdia. Homens e mulheres visitados
pela tão grande salvação sabem o que é o homem em Adão, assim como conhecem o
homem em Cristo. Eles sabem o que significa a escravidão do pecado; sabem o que
realmente significa a condenação; sabem onde poderiam estar, caso não fossem
salvos, lavados e purificados pelo sangue de Cristo.
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