“Curai enfermos,
ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes,
de graça daí” (Mateus 10:8).
INTRODUÇÃO (continuação)
Caro
leitor, meu trabalho consistirá em provar a todos os que amam a Palavra de
Deus, que nesse texto de Mateus 10:8, nosso Senhor mostra o quanto o evangelho
executa no homem um trabalho irretorquível e insofismável, quando opera na
salvação dos pecadores. Eu sei que nosso Senhor, enquanto peregrinou rumo à
cruz, sempre procurou fazer o bem. Nosso Senhor sempre orientou Seus discípulos
à prática do amor ao próximo em todos os aspectos das necessidades físicas e
psicológica das pessoas.
Ora,
estamos envolvidos com um texto que aparentemente nos comissiona a fazer
exatamente aquilo que tanto as multidões esperam ver acontecendo da parte de
Deus. Entretanto, o fato que nosso Senhor fez essas coisas, não significa que
elas são necessárias no ministério dos servos do Senhor. Ele mesmo deixou de
operar muitos milagres. Aqueles que Ele realizou tinham como objetivo aliviar
as multidões dos problemas resultantes do pecado, mostrar que Ele veio de Deus
e que era o Filho de Deus e também através desses milagres, mostrar como eles
podem ilustrar o serviço glorioso e eternal feito na salvação dos pecadores. A
meu ver este é o propósito principal de todos os quatro milagres patentes em
Mateus 10:8.
Acrescento
nesta parte introdutória que precisamos ver essas coisas sempre do ponto de
vista eterno e não passageiro. Nosso Senhor censurou os judeus, porque depois
de ver o milagre da multiplicação dos pães, a multidão foi pressurosa e
sacrificial à busca do Senhor. Veja amigo, na leitura do cap. 6 de João como
nosso Senhor recusou mostrar ao povo mais espetáculos de milagres. Note essas
palavras exortativas, mas esclarecedoras do Senhor: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a
vida eterna...” (verso 27). Ele poderia fazer milagres e mais milagres
perante aquele povo, mas é claro que Ele contemplava a verdadeira necessidade
deles. Ali estavam almas perdidas, caminhando para o inferno e era preciso
avisar-lhes que Ele veio ao mundo para libertá-las da condenação.
Também, nosso
conceito de milagre é baseado mais em espetáculos do que na verdade que
habitamos no meio dos milagres. A criação, a existência de todas as coisas, a
nossa manutenção e a provisão de Deus, todas essas coisas e muito mais indica
que estamos cercados de milagres da parte de Deus. Basta que encaremos melhor a
vida do ponto de vista da misericórdia atuante de Deus, para que vejamos que a
poderosa mão de milagre está estendida, dando-nos tudo aquilo que realmente
precisamos e que jamais podem vir da parte dos homens. A existência de
remédios, médicos e outros meios, além da comida, água e outros recursos, prova
que tudo vem de um Deus bondoso, sábio, justo e fiel.
Mas quando
entramos na zona de impacto do evangelho, eis que tudo deve ser visto do ponto
de vista da eternidade, e a linguagem de nosso Senhor, conforme vemos em Mateus
10:8, é uma figura de linguagem. Seu ministério é eterno, Sua salvação é
eterna, porque Ele “...veio buscar e
salvar o perdido” (Lucas 19:10). Qualquer tentativa de mudar isso pode acarretar
em prejuízos terríveis; pode ser o caminho para heresias. A persistência nisso
pode ser o caminho para a chegada do pai da mentira com seus recursos mundanos,
na tentativa de enganar os incautos e desobedientes.
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