quinta-feira, 25 de setembro de 2014

OS FALSOS PROFETAS (4)




John Wesley
Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com vestes de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes  (Mateus 7:15).
         2.      Em todas as ocasiões podeis facilmente aplicar esta regra. Para discernir dentre os que falam em nome de Deus quais são os falsos ou os verdadeiros profetas, é fácil observar, primeiro – quais os frutos de sua doutrina que eles próprios mostram? Que efeito suas doutrinas produziram sobre sua própria vida? São eles santos e indesculpáveis em todas as coisas? Que efeito têm essas doutrinas sobre seu coração? Transparece do teor geral de sua conversação, que seu caráter é santo, celestial, divino? Que neles há a mente que houve também em Cristo Jesus? Que são pacíficos, humildes, pacientes, amantes de Deus e dos homens e zelosos de boas obras?
         3.      Podeis facilmente observar, em segundo lugar, os frutos de sua doutrina sobre os que ouvem - em muitos, pelo menos, embora não em todos, pois que os próprios apóstolos não converteram a todos que os ouviram. Têm eles a mente que houve em Cristo? E andam conforme Ele mesmo andou? Foi por terem dado ouvidos àqueles homens que começaram a proceder assim? Eram interna e externamente maus até o dia em que os ouviram? Se assim é, eis uma prova manifesta de que os tais são verdadeiros profetas, mestres enviados da parte de Deus. Mas, se os fatos não se passarem assim, se eles efetivamente não ensinam a si mesmos, nem aos outros, a amar e servir a Deus, aí está uma prova manifesta de que são falsos profetas, e de que Deus não os enviou.
         4.      Duro discurso, este! Quão poucos podem ouvi-lo! Jesus o sentiu e, assim, condescendeu em prová-lo mais extensamente, por argumentos vários e convincentes. “Colhem, porventura, os homens” – pergunta Ele – “uva dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (verso 16). Esperaríeis que esses homens ruins produzissem bons frutos? Mais depressa poderíeis esperar que os espinheiros produzissem uvas ou que figos crescessem dos abrolhos. “Toda árvore boa produz bons frutos; mas a árvore corrupta produz mau fruto” (verso 17). Todo profeta verdadeiro, todo ensinador que eu tenha enviado, dará bons frutos de santidade. Mas o falso profeta, o mestre que Eu não tiver credenciado, somente produzirá pecado e iniquidade. “A árvore boa não pode produzir mau fruto, nem pode a árvore corrupta dar bom fruto”.
         Um verdadeiro profeta, um mestre enviado da parte de Deus, não produz bons frutos somente algumas vezes, mas sempre; não acidentalmente, mas por uma espécie de necessidade. Da mesma maneira, um falso profeta, o que Deus não enviou, não produz mau fruto acidentalmente, ou algumas vezes apenas, mas sempre – e necessariamente. “Toda árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo” (verso 19). Tal será infalivelmente o destino daqueles profetas que não mostram bons frutos, que não salvam as almas de seus pecados, que não levam os pecadores ao arrependimento. Por isso fiquem essas palavras como regra eterna: “Pelos seus frutos os conhecereis” (verso 20). Aqueles que de fato levam os orgulhosos, os apaixonados, os impiedosos, os amigos do mundo, a serem humildes, devotados, amantes de Deus e dos homens – esses tais são verdadeiros profetas; são enviados de Deus, que através dos resultados lhes confirma a palavra. Por outro lado, aqueles cujos ouvintes, se eram injustos, injustos permanecem, ou, pelo menos, não chegam a possuir justiça que exceda “a justiça dos escribas e fariseus” – são falsos profetas; não são enviados de Deus; sua palavra cai sobre a terra; e, sem um milagre da graça, ele e seus ouvintes reunidos se precipitarão no abismo insondável!                                                                                                                                                                  
                           






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