"Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e
vede, perguntai pelas veredas antigas: qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para as vossas almas;
mas eles dizem: não andaremos." Jeremias 6:16.
A BENÇÃO DAS
ANTIGAS VEREDAS: (nona)
É somente no bom caminho que o pecador pode achar
descanso para sua pobre alma. Tenho procurado mostrar que é exatamente isso o
que a alma procura, mas que jamais pode achar em sua peregrinação pelo caminho
largo e fácil. O Senhor é o Pastor das ovelhas compradas pelo Seu sangue; Ele
comanda suas vidas, seguindo sempre à frente delas sem jamais abandoná-las um
segundo sequer. Na lição anterior pudemos ver que essa paz, esse descanso que o
salvo encontra no bom caminho aparece, mormente,
em doce manifestação do amor de Deus.
Também o descanso aparece
em forma de consolação. Não podemos
esquecer daquilo que nosso Senhor deixou bem claro para Seus discípulos antes
de Sua morte na cruz: “... no mundo tereis aflições...” (João 16:33). Ele nada
lhes falou a respeito de prosperidade, bonança e paz. Aqueles Seus perplexos
seguidores deveriam estar conscientes do que enfrentariam enquanto aqui
vivessem após a partida do Senhor para o céu. Todo verdadeiro crente é sabedor
que este mundo é liderado pela crueldade do pai da mentira, e que a ferocidade
da morte e do pecado é a nuvem que encobre essa atmosfera mundana. Somente os
santos de Deus sabem o que significa o sofrimento causado continuamente pelo
pecado. Paulo conta a respeito das suas lutas, tribulações, angústias e
perseguições que tanto sofreu, mas eis o que Ele fala do Senhor seu Deus: “...
o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação, que nos consola em toda a
nossa tribulação...” (2Coríntios 1:3, 4). Paulo entendia bem que o descanso da
alma não estava em Deus retirar o desconforto externo, mas sim no benefício
advindo das tribulações, que é a consolação. Ora, o mundo entende e quer
isso? Jamais! As multidões fecham os olhos para a realidade a fim de viver da
utopia mundana.
Mas, voltemo-nos para
aquela gloriosa passagem em João 16, onde nosso Senhor reveste aqueles fracos
discípulos da mais gloriosa e preciosa promessa, que era a vinda do Espírito
Santo para estar neles e com eles. No verso
7, o Senhor intitula o Espírito Santo de “Consolador”. Por quê? Aqueles
discípulos enfrentariam as tormentas de um mundo que odiava Cristo e que fatalmente
iria transferir seu ódio contra os Seus seguidores. Mas eis que eles não
estariam sozinhos e desamparados, porquanto, o Espírito Santo viria para
habitar neles com a função principal de Consolador. Eles seriam guiados na
verdade; eles teriam o júbilo, o regozijo de Cristo em seus corações, quando
tudo parecesse escuridão ao seu derredor, e quando a morte chegasse para
trazer-lhes pesadelo e tristeza. Ora, tem sido assim a vida do povo de Deus
neste mundo, sempre marcado por lutas, provas, perseguições, mas eles sempre
conseguem retirar o consolo advindo da graça, nas mais tempestuosas
adversidades desta vida. Pela fé conseguem render graças e louvores ao Senhor;
em plena fraqueza humana são erguidos pela suficiência da graça e estão prontos
a prosseguir rumo ao lar eternal, dizendo sempre que são peregrinos e
forasteiros neste mundo.
Amigo leitor, eis aí uma
brevíssima exposição a respeito do consolo que têm aqueles que trilham
pelo bom caminho. Se você é um
genuíno crente em Cristo sabe bem desta verdade na prática. Não nos é prometido
um caminho fácil; não é fácil a jornada rumo ao céu, mas eis que o Senhor
prometeu estar sempre com Seu povo, especialmente trazendo o consolo em seus
corações, dissipando as tristezas e angústias, fazendo fortalecer neles a
verdadeira alegria, a alegria de Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário