II. NOS CRISTÃOS
1. Com relação à Palavra de
Deus. - Parece que há pouca sede de ouvir a Palavra de Deus entre os
cristãos de hoje em dia. Do mesmo modo que um estômago delicado obriga a comer
escassamente, assim parece que muitos cristãos estão agora submetidos a uma
verdadeira dieta espiritual. Muitos cristãos parece que ouvem a Palavra de Deus
mesclando orgulho em vez de fé. Acodem mais como juízes do que como meninos.
Poucos se comportam como meninos de peito. A maioria prefere a cadeira do
Moisés à cadeira de Maria, aos pés de Jesus. Muitos vêm ouvir a palavra de um
homem que há de que morrer, em vez da palavra do Deus vivo. Oh! Não se deve
ensinar aos cristãos esta oração: "Oh! Esperança do Israel”?
2.
Com respeito à oração. –Abunda o trabalho de arar e de semear, mas não,
por outro lado, o de revolver o terreno com oração. Deus e a vossa consciência
são testemunhas de quão pouco orais. Sabeis que seríeis homens de poder se
fosseis homens de oração e, sem embargo, não quereis orar. Instáveis, inconstantes
como as águas, não vos orgulheis. Lutero dedicava as suas três melhores horas
do dia à oração. Quão poucos homens como Lutero temos agora! John Welch passava
sete horas diárias em oração. Quão poucos John Welch há agora!
É
de temer que haja pouquíssima oração agora entre os cristãos. O
sumo-sacerdote levava os nomes dos filhos do Israel sobre as suas costas e
diante do seu peito quando entrava diante da presença de Deus no lugar
santíssimo, um quadro do que agora faz Cristo e do que os cristãos deveriam
fazer. Deus e as vossas consciências são testemunhas de quão pouco intercedeis
a favor dos vossos filhos e dos vossos servos, dos vossos vizinhos, da igreja,
dos vossos pais, e dos ímpios que vos rodeiam nos ambientes em que vos
envolveis. Quão pouco orais pelos ministros, pelo dom do Espírito Santo, pela
conversão do mundo.
É de temer que haja pouca união na oração. Os
cristãos envergonham-se de se juntarem para orar em comum. Cristo prometeu: “Se
dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso
lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.” (Mt 18:19 ARC1995). Muitos
cristãos são negligentes deitando no esquecimento esta promessa. E nos Atos
encontramos que quando os apóstolos e os discípulos oraram juntos, "De
repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu
toda a casa em que estavam assentados.” (As 2:2 ARC1995) Oh, quão amiude e por
quanto tempo temos andado pouco este caminho de obter a unção do Espírito
Santo! Não falam com desprezo algumas pessoas da oração unida? Eis aqui uma
razão pela qual Deus manda que as nuvens, cuja função normal é produzir a
chuva, não chovam sobre nós. Ele aguarda até que O busquemos juntos e então
abrirá as janelas do Céu e derramará a Sua bênção. Oh, que todos os cristãos
olhando ao Céu clamassem: "Oh! Esperança de Israel"!
III. NOS NÃO CONVERTIDOS
Há
muito que envergonha os ministros e muito que envergonha os crentes, mas muito
mais é o que envergonha aos não convertidos.
1.
Os pecadores hoje em dia têm uma grande insensibilidade pela sua própria
condição de perdidos. –Muitos sabem que nunca se aproximaram nem
acreditaram no Filho de Deus e, não obstante, vivem satisfeitos e felizes.
Muitos sabem que não nasceram de novo e que a Bíblia diz que não verão o reino
de Deus, e ainda que andem por caminhos de perdição alegram-se como se fossem
herdeiros do reino de Deus em vez de herdeiros do Inferno. Isto é o que faz que
Deus esteja longe e seja um peregrino na Terra.
2.
Os pecadores hoje em dia têm uma grande insensibilidade pela sua própria
necessidade de Jesus Cristo. - A Bíblia declara ser Ele o amigo dos
pecadores e, sem embargo, quantos que leem isto estão contentes vivendo sem
conhecê-Lo! Ainda que os cristãos estejam sempre falando das excelências de
Cristo, que é "o primeiro entre dez mil e todo Ele cobiçável", eles,
sem embargo, não descobrem Nele "parecer nem formosura", não vêem
nEle "atrativo para O desejar". Preferem ouvir falar do Céu ou do
Inferno mais do que de Cristo. Ah! Este é o pecado supremo da Escócia, o
desprezo de Cristo, a rejeição do livre oferecimento do Salvador. Oh!, vós,
víboras surdas, que não quereis ouvir a voz do Encantado, sois vós quem faz que
Deus seja um peregrino na Terra e "como o viandante que se retira a passar
a noite"!
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