Alleine
9. Escolha as leis de Cristo como
uma norma de conduta para as suas palavras, pensamentos e ações. Esta é a
escolha do verdadeiro convertido. Mas lembre-se destas três regras.
1. Você deve escolher todas elas,
pois, não é possível chegar ao Céu através de uma obediência parcial. Não basta
cumprir as partes mais leves e fáceis da religião e deixar de lado as tarefas
mais difíceis, as quais exigem uma auto - negação e uma oposição aos interesses
da carne; tem de obedecer a tudo ou a nada. Aquele que é sinceramente
convertido leva a sério não só os maiores pecados e as mais pesadas tarefas,
como também os pequenos pecados e deveres.
2. É preciso escolher as leis de
Cristo para todos os momentos — seja na prosperidade ou na adversidade. O
verdadeiro convertido está determinado quanto ao seu caminho; mantém a sua
escolha e não andará à mercê dos ventos nem pertencerá à religião da moda.
"Apego-me aos teus testemunhos; Inclinei o meu coração a guardar os teus
estatutos, para sempre, até o fim. Os teus testemunhos tenho eu tomado por
herança para sempre. E de contínuo me recrearei nos teus estatutos".
(Salmo 119).
3. Isso deve ser feito deliberada
e racionalmente. O filho desobediente disse: "Irei, Senhor", mas não
foi. Quão sinceramente o povo de Israel prometeu a Moisés: "Tudo o que te
disser o Senhor nosso Deus, faremos". E parecia que falavam a sério, mas
quando veio a provação descobriu-se que seus corações não estavam realmente
inclinados a fazer o que haviam prometido (Deuteronômio 5:27-29).
Se
você for sincero em aceitar as leis e os caminhos de Cristo, estude o seu
significado, a sua largura e a sua extensão. Lembre-se de que são espirituais;
alcançam os pensamentos e as inclinações do coração; de modo que, se andar
conforme essa regra, os seus próprios pensamentos e impulsos interiores estarão
sob controle. São, também, muito rígidos e exigem uma auto - negação, os quais
são bastante contrários às suas inclinações naturais. Você precisa entrar pela
porta estreita, andar no caminho estreito e contentar-se em ter a sua carne
restringida da liberdade que ela deseja. Em suma, são muito grandes, porque
"o teu mandamento é amplíssimo". (Salmo 119:96).
Não
se fie nos mandamentos gerais, pois há muito engano neles, mas concentre o seu
coração nos mandamentos específicos de Cristo. Aqueles judeus, de quem fala o
profeta, pareciam tão determinados como quaisquer outros no mundo e chamaram
Deus para testemunhar que estavam sendo sinceros. Entretanto, limitaram-se aos
mandamentos gerais. Quando o mandamento de Deus se opôs às suas inclinações,
eles não obedeceram (Jeremias 42:1-6, 43:2). Você está resolvido, pela força de
Cristo, a dedicar-se à prática consciente de cada tarefa que lhe for requerida
e a colocar-se contra todo o pecado por Deus proibido? Essa é a maneira de
estar firmado nos estatutos de Deus para que nunca seja confundido (Salmo
119:80).
Observe
os deveres especiais que seu coração mais abomina e os pecados especiais aos
quais está mais inclinado e veja se ele realmente está disposto a abandonar os
pecados e a cumprir os deveres. O que você diz ao seu pecado predileto, seu
pecado lucrativo? O que diz aos deveres difíceis, perigosos, desagradáveis à
carne? Se hesitar aqui e não se resolver pela graça de Deus a mortificar a
carne, você não é autêntico.
10. Permita que tudo isso se
realize num solene concerto entre sua alma e Deus. Separe algum tempo, de vez
em quando, para ficar a sós com o Senhor —buscando sinceramente a Sua especial
ajuda e graciosa aceitação— sondando o seu coração, para verificar se você está
desejando realmente abandonar os seus pecados, submeter-se de corpo e alma a
Deus e ao Seu Serviço; servi-Lo em santidade e retidão todos os dias da sua
vida.
Ponha
o seu espírito na postura mais séria possível, adequada a uma transação de tão
elevada importância. Lance mão do concerto de Deus e apoie-se na Sua promessa
de dar graça e força, com as quais você será capaz de cumprir a sua promessa.
Não confie na sua própria força, na força de suas próprias resoluções; mas
aposse-se da força Dele. Estando assim preparado, devido ter separado algum
tempo para esse propósito, inicie o trabalho e solenemente, como se estivesse
diante do Senhor, ajoelhe-se e elevando seus braços para o Céu abra o seu
coração para Ele, orando mais ou menos assim:
"Ó Santíssimo Deus, pela
paixão de Teu Filho, imploro que aceites Teu pobre pródigo, que agora se
prostra diante da Tua porta. Caí da Tua graça pela minha iniquidade e sou, por
natureza, filho da morte e muitas vezes mais filho do Inferno pelas práticas
pecaminosas. Mas na Tua infinita graça, Tu me prometeste misericórdia em
Cristo, se eu simplesmente voltar-me para Ti de todo o meu coração. Assim, pela
chamada do Teu evangelho venho agora e, despojando-me das minhas armas,
submeto-me à Tua misericórdia. E agora, visto que exiges, como condição de
minha paz Contigo, que eu extermine meus ídolos e me oponha a todos os Teus
inimigos com os quais, reconheço, tenho compartilhado contra Ti, renuncio do
fundo do meu coração a todos eles, comprometendo-me firmemente Contigo a não me
permitir a prática de qualquer pecado consciente, mas a empregar decididamente
todos os meios preceituados por Ti, a fim de mortificar e destruir totalmente
todas as minhas corrupções. E embora no passado eu tenha posto as minhas
afeições no mundo, idolatra e desordenadamente, submeto o meu coração a Ti, que
o fizeste, declarando humildemente diante de Tua gloriosa majestade que a firme
resolução do meu coração é que eu sinceramente desejo a Tua graça, para que
quando Tu me requereres eu possa pôr em prática esta resolução mediante a Tua
ajuda. Desejo abandonar tudo o que aprecio neste mundo, ao invés de deixar-Te e
seguir pelas sendas do pecado. Quero estar vigilante contra todas as tentações,
seja na prosperidade ou na adversidade, a fim de que elas não afastem o meu
coração de Ti. Rogo-Te, também, que me ajudes a não cair nas tentações de
Satanás a cujas sugestões ímpias resolvo, pela Tua graça, jamais me submeter
como servo. E visto que a minha justiça é como trapo de imundícia, renuncio a
toda confiança nela depositada, reconhecendo que sou, em mim mesmo, uma
criatura desesperançada, desamparada e destruída, sem força e sem justiça.
"E
desde que, pela Tua infinita misericórdia, tens Te oferecido graciosamente a
mim, um vil pecador, para ser novamente o meu Deus através de Cristo se eu Te
aceitar, conclamo o Céu e a Terra para testemunharem que neste dia eu Te
declaro, solenemente, meu Senhor e Deus. Declaro com toda a reverência possível
que prostro a minha alma aos pés da Tua santíssima majestade e aceito-Te a Ti,
Senhor Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, como a minha porção e bem supremo, e
ofereço-me de corpo e alma para ser Teu servo, prometendo e jurando servir-Te
em santidade e em justiça todos os dias da minha vida. "E visto que Tu
apontaste o Senhor Jesus com único meio de ir a Ti, uno-me solenemente a Ele,
através de uma aliança de casamento.
"Ó
bendito Jesus, venho a Ti faminto e sedento, pobre e infeliz, miserável, cego e
nu, um abominável e corrupto desgraçado, um malfeitor culpado e condenado,
indigno de lavar os pés dos servos do meu Senhor, quanto mais de estar
solenemente unido com o Rei da Glória. Mas tal é o Teu incomparável amor, que
Te aceito como todo o meu poder e Te tomo como meu Chefe e meu
"Marido", para no melhor ou no pior, na riqueza ou na pobreza, em
todos os momentos e condições, para Te amar, honrar e obedecer acima de
qualquer outro, até que a morte nos separe. Eu Te aceito em todos os Teus
ofícios. Renuncio a minha própria dignidade e Te declaro meu Senhor e minha
Justiça. Renuncio à minha sabedoria própria e Te aceito como meu único Guia.
Renuncio à minha vontade própria e Te tomo por minha lei.
"Posto
que Tu me disseste ser necessário que eu sofra para reinar, assumo compromisso
Contigo que aceitarei a minha sorte, seja ela qual for, e pela Tua graça
correrei todos os riscos Contigo, crendo verdadeiramente que nem a morte nem a
vida poderão nos separar.
"E
uma vez que Te agradaste dar-me Tuas santas leis como regra para a minha vida e
o caminho em que devo andar para chegar ao Teu reino, submeto voluntariamente o
meu pescoço ao Teu jugo e os meus ombros ao Teu fardo; e reconhecendo todas as
Tuas leis como santas, justas e boas, tomo-as solenemente como regra para as
minhas palavras, pensamentos e ações, prometendo que, embora a minha carne
contradiga e se rebele, vou empenhar-me para ordenar e governar toda a minha
vida conforme a Tua direção, e não negligenciarei coisa alguma que conheço ser
do meu dever.
"E
sendo que pela fragilidade da minha carne estou sujeito a muitas falhas,
inclino-me humildemente para pedir que as faltas involuntárias, opostas à
inclinação e à resolução do meu coração, não venham a invalidar este pacto,
segundo a Tua Palavra. Agora, Deus Todo-Poderoso, que sondas os corações, sabes
que hoje faço este concerto Contigo, sem quaisquer fraudes ou reservas
conscientes, implorando-Te que Se desvendares qualquer imperfeição ou falsidade
em meu coração, possas revelar-me e ajudar-me a agir corretamente”.
"Ó Deus Pai, a quem me
submeto de hoje em diante para buscar-Te como meu Deus e Pai, glória seja a Ti
por proveres tal maneira de recuperar os pecadores perdidos. Glória seja a Ti,
ó Deus Filho, que me amaste e me lavaste dos pecados em Teu próprio sangue, e
agora Te tornaste meu Salvador e Redentor. Glória seja a Ti, ó Deus Espírito Santo,
que pelo dedo de Teu poder onipotente voltaste o meu coração do pecado para
Deus. Ó Santo e Supremo Jeová, Senhor Deus Onipotente, Pai, Filho e Espírito
Santo, és agora meu Amigo aliado e pela Tua graça infinita sou Teu servo
aliado. Amém, assim seja. E permite que o concerto que fiz na Terra seja
ratificado no Céu".
Aconselho-o
a fazer essa aliança não apenas no coração, mas com palavras também; não apenas
com palavras, mas por escrito também; e que, com toda a reverência possível, o
apresente diante do Senhor como se fosse um documento legal. E depois que tiver
feito isso, pegue-o e assine-o. Guarde-o como um registro das solenes
transações feitas entre Deus e você, ao qual possa recorrer em ocasiões de
dúvidas e tentações.
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