segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O PECADO



J. N. Darby
Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Romanos 3:23)
Pai! Teu amor soberano tem procurado
Cativos do pecado, de Ti afastados:
A obra que o Teu próprio Filho realizou,
Paz e liberdade nos deu—a Ti restaurados!

         Um só pecado é mais horrível para Deus do que mil pecados — mais até, que todos os pecados no mundo — o são para nós.
         É a ação de uma vontade independente o que constitui o princípio do pecado. Deus não pode deixar acontecer nada; Ele pode perdoar tudo e purificar de tudo, mas não pode deixar passar nada. Cristo é amor; quando maior pecador sou, tanta mais necessidade tenho Dele.
         Se todos os pecados jamais se cometessem no mundo e se acumulassem apenas num e fosse o próprio ato de um, isto não deveria impedir de crer em Cristo e ir a Deus por meio Dele.
         Contemplemos o estado em que o homem está realmente, no que diz respeito à confiança que ele deposita no homem antes que em Deus. Se o seu vizinho lhe pedisse para fazer algo, ainda que a sua consciência lhe possa estar dizendo que Deus aborrece o que seu vizinho lhe pede que faça, sem embargo, em vez de desprezar o seu companheiro, pecará contra Deus.
         O pecado e a religiosidade são coisas que andam juntas. Onde não há o poder da piedade, estar perto das coisas referentes à piedade é somente um maior perigo.
         Se os nossos corações não sentem o pecado, Cristo sentiu-o quando bebeu a taça e levou o pecado por nós. Se o coração não sentir a gravidade do pecado, não até ao mesmo ponto em que Jesus o conheceu, porém, ao menos em alguma extensão — por débil que possa ser, o sentimento de pecado é coisa estranha para nós — não teremos entrado absolutamente na mente de Jesus.
         Adão pecou e deixou a Deus porque valorizou mais o que Satanás lhe oferecia; pensou que o diabo era melhor seu amigo do que Deus: porém, desde então tem descoberto a grande preço que o diabo era um mentiroso; que nunca tinha o poder de lhe dar o que lhe tinha prometido, e isto por ter mordido a ceva do diabo; tragou o anzol, e aprendeu que «o pagamento do pecado é a morte».
         Na cruz esteve pendurado o único irrepreensível e bendito Homem, mas abandonado por Deus. Que acontecimento perante o mundo! Não é surpreendente que o sol se obscurecesse — aquela testemunha central e esplêndida da glória de Deus na natureza, quando a Testemunha Fiel e Verdadeira clamou ao Seu Deus e não foi ouvido. Abandonado por Deus! O que significa isto? Que parte tenho eu na cruz? Uma parte somente —  os meus pecados. … Confunde o pensamento, aquela hora solene e solitária até ao sumo que se levanta solitário acerca de todo o passado ou de todo o futuro.
         Cristo morreu antes que permitir que o pecado subsistisse diante de Deus.
         No momento em que a graça atua no coração, leva a consciência de pecado; porém, ao mesmo tempo, o amor de Cristo alcança a consciência, aprofundando a consciência de pecado; mas se esta é profunda, deve-se a que a consciência do amor de Cristo é também profunda.

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