“Todo aquele que o
Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora”
(João 6:37)
Caro leitor, não esqueçamos que a mais
terrível atividade do pai da mentira neste mundo é confundir a mente humana acerca
da pessoa de Cristo. Especialmente em nossos dias estamos cercados de completa
ignorância acerca da pessoa bendita do Filho de Deus. Urgentemente o povo de
Deus precisa conhecer a verdade a respeito daquele que o Pai enviou ao mundo; a
igreja de Cristo precisa ser acordada de sua ignorância para ter verdadeiro
discernimento entre o falso e o verdadeiro, especialmente porque ela deve
submissão e respeito ao seu noivo amado.
O Cap. 6 desse esplêndido evangelho de
João mostra o Senhor perante um povo religioso, porém cegado pela ignorância e
pela dureza de seus corações. Eram idólatras e supersticiosos no coração, mesmo
que sua religião judaica proibia adoração a ídolos. Eram também extremamente
apegados aos prazeres terrenos, por isso estavam prontos a buscar a presença de
Jesus por causa dos sinais miraculosos, e conforme o relato do cap. 6 foram
atrás de Cristo por causa do milagre da multiplicação. Por detrás de toda
aquela aparência de homens e mulheres piedosos escondia um coração perverso e
assassino. Algumas vezes tentaram assassinar Jesus devido aos seus sistemas
religiosos baseados apenas em coisas externas.
Cristo jamais se esforçou para ser
reconhecido como Filho de Deus, porquanto suas obras e suas palavras, subordinadas
a autoridade do Velho Testamento eram suficientes provas que aquele homem
simples, rude de aparência era de fato o Filho de Deus que desceu do céu. Estava
perante aquele povo insensato o Senhor da glória, aquele que Moisés não pode
contemplar a face (Êxodo 4); aquele que deixou Isaías aterrorizado, achando que
cairia no inferno (Isaías 6). Aquele homem desprezado perante o povo obstinado,
regido pela dureza de um coração impenitente era o próprio Verbo, cuja glória
estava encoberta pela humilhante encarnação (João 1:15).
O evangelho de João está carregado da
glória de Cristo, mas quero sublinhar apenas esta frase “Todo aquele que o pai
me dá...” , a fim de que meditemos nessa pessoa bendita. Não estarei
focalizando tanto em Sua gloriosa obra salvadora, mas sim naquilo que aprendemos
a Seu respeito visto na ligação que Ele tem com o Pai.
Em primeiro lugar vemos a perplexidade
causada em Seus ouvintes judeus quando Ele chama Deus de “Pai”. É uma linguagem
que facilita nosso entendimento no que tange a esse relacionamento glorioso.
Ora, quem está falando é um homem sim, mas não um homem qualquer. Nós viemos do
homem; nossa origem é de um Adão que tombou no Éden, mas ali estava um homem
que veio de Deus, totalmente isento da nossa culpa; alguém que podia afirmar
ser “o Filho de Deus”. Nós ouvimos uma declaração desta e nem sequer mexe com
nossas cogitações. Mas os judeus encararam isso com seriedade, porque para eles
aquele homem estava declarando ser o próprio Jeová, por isso é relatado no cap.
8 que eles pegaram pedras para atirar Nele, porque consideravam que tal
afirmação não passava de blasfêmia.
Mas consideremos o fato que quando
Cristo chama Deus de meu Pai, Ele está mostrando possuir a mesma natureza
divina. O que o Pai é, o Filho também é. É exatamente isso que acontece no terreno
natural. Quando um homem gera um filho, obviamente gera sua própria natureza
humana naquele filho. Quando estamos tratando a respeito da divindade devemos
estar mergulhados em pensamentos eternos: “De eternidade a eternidade tu és
Deus...” (Salmo 90). Ele é o único que pode dizer a respeito de Si mesmo: “Eu
sou”. Isso significa que Cristo possui a natureza eterna de Deus; que nunca
houve um início na natureza Dele. Para obter a natureza humana Ele nasceu como
homem, se humilhou e para tornar-Se semelhante a nós, com exceção do pecado. Quando
é dito que Ele é o “Filho do homem”, é uma linguagem que mostra sua empatia,
seu amor aos perdidos e sua missão em vir a este mundo para salvar perdidos
pecadores. (continua)
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