sexta-feira, 5 de outubro de 2012

É CORRETO QUE AS MULHERES FALEM, OREM OU ENSINEM EM PÚBLICO? “O QUE DIZ A ESCRITURA?” RESPOSTA A UMA CARTA



Mackintosh
   
         A Escritura é muito clara quanto ao lugar da mulher (veja-se 1Co 11:1-16) Não cremos que seja conforme à natureza, nem conforme à revelação, que uma mulher seja proeminente na Igreja, nem no mundo. É nossa profunda convicção que não existe outra esfera na qual a mulher se desenvolva com tanta graça e dignidade, do que na privacidade e no retiro do círculo doméstico. Ali ela pode demonstrar que é a ajuda idônea do homem, para toda a boa obra. O lar é proeminentemente o lugar da mulher. O Espírito Santo atribuiu-lhe muito pontualmente a Sua obra, quando declara que ela deve “governar a sua casa” (1Tm 5:14).
         Pode haver, segundo as circunstâncias, casos excepcionais em que a mulher cristã, ao não ter nenhum dever caseiro particular, desempenhe um trabalho exterior para o autêntico benefício de muitos; mas, tais casos são muito poucos e excepcionais. A regra geral é tão clara como a água (veja-se 1Tm 5:14). Quanto à questão a respeito «dos direitos da mulher», «a liberação da mulher», etc., não temos nada que ver com política. É nosso desejo sermos ensinados exclusivamente pelas Escrituras. E, de fato, não encontramos nada no Novo Testamento a respeito de que as mulheres ocupem um lugar na legislatura.
         Na história de Israel, sempre que a mulher foi promovida a uma posição de proeminência, era uma prova da baixa condição espiritual da Nação. A diminuição e o abandono de Barac foi o que impulsionou Débora para a dianteira. De acordo com a ideia divina normal, o homem é a cabeça. Isto é visto, em perfeição, em Cristo e na Igreja. Eis aqui o verdadeiro modelo sobre a base do qual temos de formar os nossos pensamentos. No que respeita a este pobre mundo, tudo nele é confusão. A marcha deste acha-se afastada dos fundamentos.
         Deus tem dito: “À ruína, à ruína, à ruína o reduzirei, e isto não será mais, até que venha aquele de quem é o direito, e eu o entregarei.” (Ezequiel 21:27) Não pode haver nada direito até que “os reinos do mundo tenham vindo a ser de nosso Senhor e de seu Cristo.” (Apocalipse 11:15). Até então, o cristão tem de estar contente, sendo um “estrangeiro e peregrino” nesta Terra (1Pe 2:11) tendo a sua “cidadania”, o seu lar, a sua porção, “nos céus” (Fl 3:20). Que assim seja com todos os que pertencem a Cristo! Não poderíamos esperar tal coisa, naturalmente, daquelas pessoas que se inclinam por levar a cabo os seus próprios pensamentos; cuja própria vontade nunca foi quebrantada; que discutem e argumentam, em vez de submeter-se à autoridade das Escrituras; que dizem: «eu penso», em vez de procurar e ver «o que Deus pensa.» Não esperamos que qualquer de tais pessoas aprove ou aprecie o que vamos escrevendo em resposta à sua pergunta. Mas, devemo-nos inclinar ante a autoridade de Deus nisto, assim como em todo o resto.
         Compartilhamos plenamente consigo todos os exercícios de coração que está experimentando a respeito deste tema. Acreditamos que obra de uma maneira absolutamente correcta ao recusar-se a estar presente quando uma mulher toma a palavra para falar ou para orar em público. O espírito e o ensino do Novo Testamento estão contra semelhante prática. À mulher ordena-se o «silêncio» em público, na presença de um homem (1Tm 2:8-11). 
         Quanto a 1Co 11, não encontramos nada a respeito da reunião da Assembleia até o verso 17, onde se introduz um novo tema; e, como o faz notar bem, o Espírito de Deus não pode contradizer-Se. Este não pode dizer-lhe que num lugar a mulher guarde silêncio, e, noutra passagem, que rompa esse silêncio. É contrário a Deus, e contrário à natureza, que uma mulher proceda como pregadora em público. A mulher deve ilustrar o lugar próprio da Igreja —a sujeição—, não o ensino. A Igreja não ensina — não deveria fazê-lo—, e se o fizesse, seria falsa. “Toleras que essa mulher Jezabel, que se diz profetisa, ensine” (Apocalipse 2:20). Este é o espírito e o gênio do Papado. Dizer que a Igreja tem poder para decretar, estatuir e ensinar, é apostasia.
         A Igreja é ensinada pela Palavra de Deus. Ela tem de obedecer e estar em sujeição. Deveria ser “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3:15), quer dizer, deveria sustentar e manter a verdade, mas nunca ensinar. Tal é o invariável ensino do Novo Testamento quanto à Igreja, da qual a mulher deve ser a imagem.
         Pode ser que em resposta a isto, se diga que Deus utiliza a predicação(1)  e a oração das mulheres para a bênção das almas. Pois bem, o que é que isto prova? Acaso, que seja correto que as mulheres preguem? Não; mas a soberana bondade de Deus. Vamos arguir, apoiados no fato da bênção divina, o que não deveríamos ser levados a aprovar? Deus é soberano, e pode obrar onde e mediante quem Lhe agrade; nós somos servos, e devemos fazer o que Ele nos diz que façamos.
         No tempo do avivamento do Ulster em 1859, foram alcançadas muitas almas em Igrejas Católicas Romanas, em presença do sacrifício da missa. Demonstra isso que o Catolicismo Romano é correto? Não; só prova que Deus é bom. Raciocinar a partir dos resultados, pode conduzir-nos ao mais crasso(2)  erro. Deveria ser suficiente, para todo aquele que se inclina debaixo da autoridade das Escrituras, saber que o Espírito Santo manda estritamente à mulher que guarde silêncio na Assembleia pública (1Co 14:34-35). E certamente podemos dizer: “A natureza mesma não vos ensina” o moralmente inapropriado que é o fato de que uma mulher apareça num púlpito ou sobre uma plataforma? Inquestionavelmente o é. Há muitas e diversas maneiras em que as mulheres podem “combater conjuntamente com Evangelho” (Filipenses 4:3) sem o indecoroso da predicação em público. Não nos é dito como “elas combateram conjuntamente” com o bem-aventurado Apóstolo; mas com toda segurança, que não o fizeram falando em público.
         Quanto às quatro filhas de Filipe, o evangelista “que profetizavam” (At 21:9), falta que os defensores da predicação das mulheres demonstrem que elas exerciam esse dom em público. Cremos que o faziam na privacidade e no retiro da casa de seu pai.
         Em conclusão, pois, querido amigo, só queríamos expressar sempre a nossa profunda convicção de que o lar é, proeminentemente, a esfera de atividade da mulher. Ela pode mover-se ali com graça e dignidade moral. Pode brilhar ali ou como esposa, ou como mãe ou como pessoa, para glória Daquele que a chamou a ocupar essas santas relações. Ali se desenvolvem os mais belos traços do caráter feminino, traços que são completamente desfigurados quando ela abandona o seu trabalho doméstico e usurpa o domínio do pregador público.
         Já em várias outras ocasiões desenvolvemos o tema das irmãs ensinando e pregando. Cremos que é claramente oposto às Escrituras que uma mulher fale na Igreja, ou que ensine, ou que usurpe de uma ou de outra maneira a autoridade do homem (1Tm 2:8-14). Mas, se houver uma reunião de caráter privado, social, então, na nossa opinião, há liberdade para a livre comunicação de pensamento, sempre que a mulher guarde o lugar que lhe foi atribuído pela voz da natureza e pela Palavra de Deus.
         A julgar pelo tom de sua carta, estamos persuadidos de que o Senhor o guiará no caminho do serviço correto. Não nos diz de maneira específica como aquelas mulheres “combateram no evangelho” juntamente com Paulo, mas sabemos que há milhares de maneiras em que uma mulher pode servir no Evangelho sem jamais dar um passo para fora dessa esfera de atividade que propriamente lhe pertence. Quanto às mulheres casadas, cada vez estamos mais persuadidos de que o lar é proeminentemente o seu lugar. Ela tem ali uma sagrada e elevada esfera de atividade na qual pode servir estando plenamente consciente de que se encontra exatamente no lugar onde a mão de Deus a colocou, e onde a Sua Palavra a dirige. Queira o Senhor abençoá-la e guardá-la! 
         A Escritura é muito clara quanto à maneira como a mulher cristã se tem de vestir, não só ante a Mesa do Senhor, mas também em todo o momento (1Tm 2, etc.). Certamente que nisto, como em todas as demais coisas, existe a urgente necessidade de ter uma consciência dócil e exercitada; uma piedosa sujeição à autoridade da Palavra de Deus. Se os crentes não querem emprestar atenção à exortação do Espírito Santo, o mais provável é que tampouco emprestem muita atenção às páginas de uma revista. Uma das especiais necessidades do momento presente, é uma completa submissão aos verdadeiros ensinos das Escrituras. Quando o coração está debaixo do direito governo da Palavra, tudo estará bem; mas quando não o está, nada estará bem.  
         A julgar pelo considerável número de perguntas que desde há muito tempo nos vêm formulando sobre o tema da predicação e do ensino das mulheres, concluímos que deve haver uma forte dose de dúvida sobre esta questão nas mentes, inclusive, daqueles que estão comprometidos na obra. Uma e outra vez temos dado a expressão da nossa opinião sobre este assunto. Cremos que o espírito e o ensino do Novo Testamento, assim como a voz da própria natureza, estão completamente contra a ideia de que uma mulher tome o lugar de pregadora ou ensinadora em público.
         O lar é proeminentemente a esfera da atividade da mulher, quer seja que a consideremos como filha, como esposa ou como mãe. E que santa, ditosa e elevada esfera de atividade é esta para uma mulher que se conduza retamente ali! O coração mais devoto  pode achar nessa esfera, um amplo raio de ação para o exercício de cada dom. Não conhecemos nada mais belo nem atrativo, nada que adorne melhor o Evangelho de Cristo e a doutrina de Deus, que uma mulher cristã que ocupe como lhe corresponde o lugar em que a providência de Deus a colocou.
         Se considerarmos toda a Escritura, e olhamos através de toda a história da Igreja de Deus, e vermos quem foram as que renderam o serviço mais eficaz para a causa de Cristo, veremos que, sem exceção, aquelas que mostraram piedade no lar, que andaram em santidade e graça no meio do círculo doméstico, aquelas que se encomendaram à verdade dos seus pais, que viveram em piedosa sujeição aos seus próprios maridos; aquelas que educaram os seus filhos no temor de Deus, que governaram a casa conforme à autoridade da Santa Escritura, estas foram as mulheres que mais efetivamente serviram a sua geração, que deixaram a mais sagrada impressão no seu tempo, e que andaram na mais plena harmonia com a mente do Céu.
         Queríamos perguntar-lhe, querido amigo, do que serve que nos assinale a esta ou a aquela que possa pregar eloquente e imponentemente a milhares convocados para ouvi-la? A pergunta que realmente vale é: “O que diz a Escritura?” (Romanos 4:3). É esta a tarefa de uma mulher? E não sucede às vezes que, enquanto uma mulher parece estar obtendo os mais esplêndidos e excitantes resultados numa esfera proibida, os seus simples, óbvios e divinamente atribuídos deveres domésticos são grosseiramente descuidados? Os seus pais não estão sendo recompensados, o seu marido é descuidado, ou os seus filhos são deixados aos cuidados de amas-secas ímpias ou inconscientes, que poluem a sua imaginação, iniciam-nos em práticas vis, educam-nos no erro e na mentira, e inculcam-lhes hábitos e vícios que os arruinarão para toda a vida. É vão dizer que Deus abençoa a predicação das mulheres. Não constitui nenhum justificativo. O que é o que Deus não abençoa ou deixa de governar? Esta mesma semana ouvimos de dois jovens que se converteram mediante uma dessas predicadoras, em completa chacota numa reunião pública de oração. Deus fez uso da espantosa conduta de uma mulher, para trazer convicção aos dois. Assim é a Sua soberana bondade. Mas usar esta bondade como argumento para justificar o que é claramente contrário às Escrituras, é um engano fatal. 
Pode ser que se pergunte, todavia, o que é o que aprendemos então de At 21:9 e de 1Co 11:5?
         A primeira passagem ensina-nos simplesmente que as quatro filhas de Filipe possuíam o dom de profecia, enquanto isso, a outra passagem ensina que o dom devia ser exercitado unicamente com a cabeça coberta. Resta para ser demonstrado que o dom de profecia era exercitado na Assembleia. Não o cremos. Ao contrário, está claro que o Apóstolo, em 1Co 11, não fala da Assembleia reunida até ao versículo 17. É muito importante notar isto. No capítulo 14, o ensino é categórico, formal e inequívoco: “Como em todas as igrejas dos santos, as suas mulheres calem-se nas congregações; porque não lhes é permitido falar, mas sim estejam sujeitas, como também a lei o diz. E se querem aprender algo, perguntem em casa a seus maridos; porque é indecoroso que uma mulher fale na congregação” (v. 34-35). E lemos deste modo em 1Tm 2:11-12: “A mulher aprenda em silêncio, com toda sujeição. Porque não permito à mulher ensinar, nem exercer domínio sobre o homem, a não ser estar em silêncio.”
         Mas, também se esgrime o argumento de que pregar o Evangelho aos inconversos, não é «ensinar na Igreja». A isso respondemos que o Espírito Santo manda à mulher o estar em silêncio, e a ser “cuidadosas de sua casa” (Tt 2:5). Que tanta obediência a estes santos mandamentos é compatível com o ir de um lugar a outro, e pregar a numerosos auditórios, fica em mãos de outros julgar. Pode, não obstante, perguntar-se: Não há nenhuma forma em que uma mulher possa tomar parte na obra do Senhor? Certamente que sim. Em Lucas 8:2-3 lemos de certas mulheres que gozaram do elevado privilégio de ministrar diretamente ao próprio Senhor; e em Fl 4:3, lemos de outras mulheres que trabalharam ou combateram juntamente com o Apóstolo no Evangelho. Há um sem número de formas em que uma mulher pode colaborar na obra do Senhor sem sair da esfera de atividade que lhe foi divinamente atribuída e atuar em oposição à voz da natureza e à autoridade das santas Escrituras.

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