“Porque
o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e
cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jeremias 2:13).
Caro leitor examinemos bem essa
declaração do Senhor a respeito de Jerusalém nos dias do profeta Jeremias. A
decisão insensata e ingrata daquele povo nos mostra na prática a decisão de
cada pecador em Adão, como foi que na queda deixamos o Senhor. Tenho procurado
mostrar nas Palavras usadas pelo Senhor como foi profunda e aterrorizante a
tragédia do pecado, porquanto os termos usados descrevem de todos os ângulos a
condição tão triste de cada homem em Adão. Somente por obra do Espírito de Deus
e da Palavra é que homens e mulheres podem saber a profundidade do poço da
perdição e que somente a compaixão do Senhor pode achar o perdido, conforme a estrofe de um antigo hino:
“Minha condição tão triste conheceu meu Salvador
Que
do céu desceu à terra, para ser meu redentor.
Ó
quão grande é o amor do meu Senhor!”.
Mas
vou prosseguir no esforço em mostrar pela linguagem bíblica a tão terrível decisão
tomada pela raça em Adão. Já vimos como Deus chama os homens no pecado de “filhos
da ira”. Mas eles também são chamados de “filhos da desobediência”: “nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o
príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de
desobediência” (Efésios 2:2). Que vínculo maligno! Em que posição
infame o pecado nos colocou!. A obra da perfeita e santa mão de Deus, agora é
vista neste mundo ligado ao príncipe deste mundo como filhos.
A obediência à voz da serpente resultou
num vínculo filial e os homens são vistos no mundo não como filhos de Deus; não
como filhos que carregam consigo o caráter santo de um Deus santo, mas sim
homens e mulheres seguindo os passos do anjo maligno. O mesmo Lúcifer que
voltou-se contra Deus e carregou consigo milhares de seres angelicais tem agora
milhares e milhares de homens e mulheres que lhe amam e lhe seguem com boa
vontade neste mundo e que estão aptos para executarem a vontade desse pai (João
8:44).
Nessa situação o que podemos esperar de
homens e mulheres que ainda não foram salvos? Há qualquer elemento de poder
neles para obedecer as mais simples ordenanças do Senhor? Como podem os filhos
da desobediência amar e respeitar ao Santo Senhor? Jamais! Eles amam o pai
deles! A casa de Deus é estranha para eles! A voz de Deus os afugenta para
longe! No reino de Deus não há qualquer elemento que possa fornecer felicidade
aos homens no pecado. No reino de Deus tudo é santo e puro, então, como eles
poderão amar aquilo que odeiam e rejeitam? No reino de Deus os filhos de Deus
vivem pela fé e obedecem ao comando do Pai pela Palavra, mas os filhos da
desobediência desconhecem isso, porque estão alheios à vida de Deus, aos
padrões de Deus e às Suas leis santas e puras.
Digo mais, que sendo eles filhos da
desobediência, todo percurso deles será pelo caminho largo. Não tem lugar mais
fascinante para aqueles que abandonaram ao Senhor do que o mundo. Mesmo que a
força da iniquidade aumente; mesmo que o pecado manifeste sua face de terror e maldade,
os filhos da desobediência estão adaptados a este lugar. São como parafusos,
porque cabe bem dentro desse espaço. Milhares deles servem como muralha, para
proteger os que estão arraigados nas profundezas das trevas. Em Sodoma e
Gomorra nem todos praticavam os atos libidinosos, mas serviam de amparo para
eles; eram luzes periféricas e adornavam a cidade com uma aparência de respeito
e pudor.
Caro amigo leitor, não posso me calar
diante desse quadro de miséria na qual se encontra a raça em Adão. Com as
palavras bíblicas e com rogos e súplicas hei de chegar aos corações enganados,
a fim de publicar que Cristo Jesus veio ao mundo para livrar pecadores das
densas trevas onde se encontram enganados, ludibriados, algemados, condenados e
destinados ao sofrimento eterno!
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