“Preparas-me uma mesa na presença dos meus
adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda (Salmo 23:5)
FEITO HABITAÇÃO DO ESPIRITO “... O meu cálice
transborda” (segunda)
O Cap. 16 de
João é de fato uma poderosa passagem, onde o Senhor Jesus despede de seus
discípulos. O Senhor estava pronto para enfrentar a dolorosa morte de Cruz para
ali, fazer a vontade de Seu Pai, como Cordeiro de Deus, ser entregue para
derramar seu sangue, a fim de remir-nos de nossos pecados. Os discípulos
estavam tristes. Ele falou da morte e da Sua partida e: “... a tristeza encheu
o vosso coração” (João 16:6). Ele compara a tristeza de seus discípulos à
mulher que está para dar à luz, mas que depois de ter nascido o menino, a tristeza
dela transforma-se em alegria (verso 21). O que o Senhor estava dizendo? Estava
mostrando aos discípulos que a descida do Espírito Santo traria gozo, regozijo
infindo, aos corações tristonhos de seus discípulos. A vinda do Espírito Santo
para habitar neles era o Senhor vindo, de forma diferente, na pessoa daquele
que é denominado na passagem de “O Consolador”. Em outras palavras, o Senhor
Jesus estava dizendo aos seus discípulos que eles não ficariam sós, mas que Ele
voltaria para estar neles. Paulo afirma que a presença do Espírito Santo no
salvo é “Cristo no salvo” (Colossenses 1:27).
Eis aí o que
significa: “O meu cálice transborda”. Há um verdadeiro mistério que envolve a
vida do verdadeiro crente. O mundo nada pode entender, nem sondar a respeito
desse mistério. Mas o fato é que Deus tomou nosso “cálice” feito de barro, que
é nosso corpo e encheu com Seu Espírito. A maioria dos crentes hoje não entende
a glória que envolve esse mistério revelado somente a eles. Perante o salvo
estão todos os seus adversários; eles são inimigos cruéis, terríveis, e vezes
após vezes receberão autorização por parte de Deus para açoitar-nos, perseguir,
causar dores, trazer tristezas e gemidos, etc. Mas esses adversários estão
tentando destruir apenas o “cálice” que é feito de barro. Satanás trouxe
profundas aflições físicas sobre Jó, mas não sabia que o que estava dentro do
“cálice” era sumamente glorioso.
Amado irmão,
nossa alegria, regozijo infindo, glória, tudo isso e muito mais que nem sequer
tem chegado ao nosso entendimento estão ocultas dentro do “cálice” feito de
barro. Nossa festa eterna não está aqui neste mundo. A verdadeira alegria
cristã não está naquilo que o mundo tanto procura e tanto ambiciona. Tudo aqui
passa. Aquilo que a sabedoria humana afirma ser lucro, não passa de eterna
perda. Deus nada tem prometido aos homens no que diz respeito às coisas
temporais. O plano de Deus envolve coisas eternas, ligadas à alma e não ao
corpo. Nosso corpo é o vaso de barro, onde Deus aprouve colocar o Espírito:
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder
seja de Deus e não de nós” (2 Coríntios 4:7).
Então, “O cálice transborda”, de que mesmo?
Transborda de alegria, mesmo que por fora só podemos ver tristeza, luto, dores
e todo tipo de aflição. Transborda de riqueza, mesmo que por fora sejamos
assaltados por miséria, pobreza, nudez e fome. Transborda de segurança, mesmo
que por fora estejamos sozinhos, ninguém nos entenda, ou mesmo sendo
perseguidos. Transborda de glória, mesmo que por fora o homem exterior esteja
sumindo pela enfermidade ou pela velhice. Transborda de vida, e vida abundante,
mesmo que por fora a morte esteja golpeando e declarando que o fim está perto.
Transborda de expectativa por estar deixando “esta leve e momentânea
tribulação”, a fim de alcançar o “eterno de peso de glória” (2 Coríntios 4:17).
Transborda de exultação, por aguardarmos o momento triunfante de vermos o
Senhor face a face e sermos, para sempre, semelhantes a Ele (1 João 3:2).
Pensemos na mensagem que traz este belo e antigo hino:
Oh! Quando o momento chegar,
De eu ir com Jesus habitar;
Em paz eu verei meu Senhor,
Em todo o Seu resplendor!
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