“As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas
misericórdias não tem fim” (Lamentações 3:22)
AO
RETIRAR AS MISERICÓRDIAS DE DEUS APARECE O JUÍZO: “...são a causa de não sermos consumidos...”
Caro leitor, prossigo para mostrar o
quanto é terrível e avassalador para os homens quando Deus retira Sua
misericórdia. Os santos do Velho Testamento, ligados à aliança da lei mostram
em palavras o real significado desse afastamento de Deus. Por vezes vemos a
expressão: “...faze resplandecer o teu rosto e seremos salvos” (Salmo 80:18).
O que significa isso? Os santos entendiam bem que quando Deus retirava Sua
face, era sinal claro de miséria e de domínio dos inimigos. Quando rogavam
pelas misericórdias de Deus, a Sua face de graça era aquilo que mais desejavam.
Foi exatamente isso que Moisés tanto pediu ao Senhor, quando Israel fez o
bezerro de ouro aos pés do Sinai. Aquele homem rogou a presença do Senhor e o
sinal dessa presença foi quando Deus voltou sua face, aceitando as súplicas de
Seu servo (Êxodo 34:1-9).
Caro leitor, a natureza enganosa do
homem se engana ao pensar que a felicidade é achada neste mundo e nos bens
desta vida. Volto a afirmar que tudo aquilo que tanto a nossa natureza carnal e
terrena almeja é tão tênue e sempre está dando adeus. Os homens neste mundo
lutam por aquilo que jamais hão de segurar; lutam por aquilo que certamente hão
de deixar. Caro leitor, tudo aquilo que tanto odiamos aqui é o que permanece.
Permanece a dor, permanece a fome, a sede, a tristeza, a miséria, etc. Elas
estão aí, estão presentes e denunciam nossa culpa, miséria e são lembretes do
sofrimento eterno. Note bem que mesmo em sua eminente posição, Herodes era
insensato o suficiente para não perceber essas coisas e dar glórias a Deus.
Quando a morte chegou de forma inesperada, todo seu anseio por fama e prazeres
desapareceu imediatamente e a morte chegou para mostrar que aquele monarca tão
exaltado aqui, não passava de um verme (Atos 12:20-23).
Caro leitor, eu sei que Satanás faz de
tudo para que os homens venham nutrir esperança de um mundo melhor. Quanta
ilusão é posta nos corações dos homens! Quantos tentam segurar aquilo que
fatalmente hão de perder! Quanto vivem dos sonhos mundanos! Nem mesmo a morte
rondando neste mundo e mostrando todo seu sucesso realizado na história dos
homens, faz com que os homens parem para meditar nessas coisas. Toda tentativa
é cobri-las e ignorá-las. Os resultados do pecado são permanentes neste mundo e
andamos por lugares perigosos.
Outro detalhe é que a condição do
homem no pecado afirma que ele precisa ser consumido. O dono da terra pode exigir que a árvore seja
cortada pela raiz. No pecado os homens ignoram isso, acham que tudo aqui
pertence aos homens e que eles têm direito de possuir o que bem quiserem. Ao
entrar neste mundo, os homens já são imediatamente introduzidos nesse sistema
mentiroso. A Bíblia chama isso de “curso deste mundo”. O pecado é o poder que
anula qualquer compreensão da verdade de Deus. O coração suspenso pela vaidade
ignora que a terra pertence ao Senhor (Salmo 24:1). Ninguém é dono de qualquer
coisa; ninguém pode reter para si qualquer bem. Os homens no pecado não
acreditam que o reino é de Deus. Mas a verdade é que o Senhor reina e que está
sob o seu controle soberano a existência de cada pessoa aqui. A santidade de
Deus revela o quanto Deus odeia o pecado e que homens e mulheres vivem neste
mundo sob a constante ameaça de serem retirados daqui a qualquer instante. As
obras pecaminosas requerem que os homens sejam consumidos com extrema
facilidade, como se arranca qualquer erva do solo.
Meu amigo, tudo isso prova o fato que é
a misericórdia de Deus a causa do homem ainda não ter sido consumido. A
misericórdia de Deus é para o homem o que o que o ar representa para a vida.
Essa misericórdia conta a história da cruz, do fato que Deus enviou Seu Filho
ao mundo para arrancar pecadores da maldição eterna.
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