segunda-feira, 24 de novembro de 2014

CRISTO AMOU A IGREJA (9)



Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
A NOSSA ORIGEM NO PECADO:
         Prezado leitor estamos diante da infalível e inerrante Palavra inspirada, por isso todo nosso orgulho e vaidades são postos no pó. Corações envaidecidos pelo orgulho do pecado tomam a Bíblia como um amuleto de sortes, procurando aqui e ali alguma coisa que lhes faça bem e desprezam toda verdade revelada. Recebamos a Palavra inspirada com nossas almas humilhadas e profundamente dispostas a sentir o golpe da verdade. Ela é a espada do Espírito (Hebreus 4:12), por isso ela chega e golpeia nosso arrogante coração.
         O assunto que segue em nosso texto é profundamente revelador e humilhante. O cristianismo moderno, tão enganador e apóstata tem escondido a verdade, tem encoberto o coração com aparência de piedade. Como médicos mentirosos, falsos mestres têm dado paliativos ao povo e encobrindo a ferida mortal, a chaga maligna do coração. Eles espalharam às almas uma paz perigosa, paz letal (Jeremias 23:17), transformando pecadores em herdeiros do inferno duas vezes (Mateus 23:15).
         O assunto que vem a seguir mostra o amor genuíno, protetor e santificador do Noivo pela Sua noiva. No verso anterior vimos como ela foi achada, como Ele amou pecadores e provou isso vindo ao mundo para arrancá-los da masmorra cruel e enganadora deste mundo liderado pelo pai da mentira. Agora vemos como o Noivo amado comunica-se com Sua noiva e nessa comunicação Ele tem em vista o seguinte: Primeiramente quer mostrar-lhe onde foi achada, que ela está debaixo de grande perigo. É exatamente isso o que a Palavra de Deus comunica com os crentes, exortando-nos para que vivamos uma vida separada deste mundo e dependente do Senhor. Em segundo lugar o Noivo amado comunica seu amor de forma bem positiva. Ele avisa à noiva que Seu amor não parou e que ela não foi abandonada, entregue a si mesma. Seu amor está plenamente aceso e ativo em relação ao objeto amado.
         Ora, isso é de grande significado para nossas vidas práticas. Através do amor do marido pela sua esposa mostrado em Cantares somos advertidos a conhecer o amor provado do Senhor Jesus por nós. Todos os crentes genuínos, todos os que foram chamados pela verdade e santificados para Deus, todos os que foram selados pelo Espírito (Efésios 1:13), jovens, homens, mulheres comprados pelo sangue, não importa a idade, a condição social, todos são convocados a conhecer o real significado do amor do Senhor pelo Seu povo – a noiva amada. Milhares de crentes desconhecem a verdade do amor de Deus, nada sabem da atividade santificadora e disciplinadora desse amor de Deus. Que nossos olhos de santidade sejam abertos! Que sejamos capazes de enxergar as veredas pelas quais os justos devem andar! Que cuidemos com os perigos que assaltam nossa fé e mutilam a verdadeira vida cristã prática! Satanás sabe como anular a influência santa dos crentes; ele sabe como iludir corações com falsificações religiosas.
         Os crentes foram chamados não para mudarem o mundo, mas para separarem do mundo! Fomos convocados pela graça para avançar, seguir com persistência o caminho rumo à cidade santa. Estamos caminhando para o encontro com o Noivo amado, por essa razão sua comunicação é clara, a fim de que dependamos Dele. Somos como ovelhas no meio de ferozes leões; somos os santos no meio de uma multidão que odeia santidade; somos faróis que reluzem nessa escuridão tenebrosa de um mundo dominado pela mentira; somos cidadãos do reino de Deus num império onde satanás, a morte e o inferno cercam as multidões com tirania e domínio.

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