domingo, 23 de novembro de 2014

OBEDIÊNCIA AO REI



Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (Atos 4:20)
         O que aconteceu com aqueles homens? Por que agora não cessam de falar? Certamente não eram aqueles que foram vistos andando com Jesus, pois eram inibidos e covardes. A prisão e morte do Senhor fizeram o cenário que provou o quanto eles viviam da aparência e na segurança de um homem. Deixado sozinho o Pedro tão tagarela se acolheu na covarde decisão de negar seu Mestre amado, mas agora ei-lo tão mudado. O que aconteceu? A resposta deles mostra o que acontece quando Deus está usando homens para a realização de Sua majestosa obra salvadora neste mundo: “Pois não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”. Deleitemo-nos em examinar mais de perto essas palavras inspiradas pelo Espírito Santo.
         Primeiramente, vemos que aqueles homens foram cheios do Espírito Santo, a fim de que realizassem aquela obra de testemunhar a ressurreição do Senhor e proclamar a mensagem de salvação em Jerusalém. Suas bocas estavam cheias da Palavra; seus corações estavam inflamados de zelo e ardor. O fato de que eram homens simples, sem qualquer erudição tão atraente aos homens revelou que aquela não era obra de homens, mas sim de Deus.
         Outro detalhe é que eles receberam poder para isso: “Mas recebereis poder...” (Atos 1:8). O som impetuoso veio do céu e não das manobras religiosas da vontade e do querer dos homens, e quem veio habitar neles foi o próprio Deus, na Pessoa do Espírito Santo, por essa razão a pregação era proveniente da virtude de Deus e não daqueles simples homens. A obra da pregação e dos grandes feitos em Jerusalém era a vontade do Senhor em plena ação, operando Ele, quem impedirá? As armas, as ameaças, as prisões e outros instrumentos não podiam estorvar os santos intentos do Senhor, a fim de propagar em Jerusalém e no mundo que o Salvador ressurgiu e que veio para buscar e salvar perdidos.
         Em segundo lugar, vemos que eram homens transformados. Não eram robôs, autômatos, mas sim homens que conheceram o poder da mensagem e do conhecimento do Senhor: “...daquilo que vimos e ouvimos”. Eles não viram um mero profeta, mas sim o próprio Senhor da glória. Eles presenciaram Aquele prometido Messias do Velho Testamento; andaram com Ele, foram cercados pelo Seu amor e conheceram a graça que os recebeu com afeto, ternura e longanimidade, mesmo diante de tanta fraqueza. Em tudo reconheceram que de fato Ele era o Filho de Deus. Ora, aquele conhecimento transformou suas vidas e o Espírito de Deus desceu para guiar aqueles simples homens no pleno conhecimento da verdade.
         Também eles testificaram que eram discípulos do Senhor “...daquilo que vimos e ouvimos”. Foram atraídos pelo “Vinde a mim” do Senhor; puderam assentar aos Seus pés e ouvir Suas Palavras. Aqueles homens estavam declarando à casta religiosa de Jerusalém, que eles não eram meros discípulos de escribas e fariseus, que foram libertos do jugo de homens mentirosos e malignos. Ameaças de líderes religiosos e políticos em nada apagava essa santa investida da mensagem santa dirigida ao mundo e que começava em Jerusalém. Estavam confessando que morreram para o mundo e suas superstições e que eram homens pertencentes ao Senhor vivo e ressurreto; que não temiam absolutamente nada, pois não mais eram pertencentes a este reino mundano.
         Caro leitor, é exatamente isso o que acontece quando o Senhor opera Sua gloriosa obra de Salvação neste mundo. As forças das trevas e o exército da mentira jamais hão de perseguir esse evangelho tosco e humanista da nova era. Mas, quando o Senhor ergue homens santos para a pregação da verdade, certamente é obra do Senhor, então, de fato “Não podemos deixar de falar daquilo que vimos e ouvimos”.  Precisamos ver a igreja do Senhor de desprendendo para isso em nossos dias; precisamos ouvir esse som impetuoso, vindo do céu, homens e mulheres orando e consagrando suas vidas para esse maravilhoso evento em dias tão sobrecarregados de mentiras.

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