“Pois
nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (Atos
4:20)
O que aconteceu com aqueles homens? Por
que agora não cessam de falar? Certamente não eram aqueles que foram vistos
andando com Jesus, pois eram inibidos e covardes. A prisão e morte do Senhor
fizeram o cenário que provou o quanto eles viviam da aparência e na segurança
de um homem. Deixado sozinho o Pedro tão tagarela se acolheu na covarde decisão
de negar seu Mestre amado, mas agora ei-lo tão mudado. O que aconteceu? A
resposta deles mostra o que acontece quando Deus está usando homens para a
realização de Sua majestosa obra salvadora neste mundo: “Pois não podemos deixar de falar
das coisas que vimos e ouvimos”. Deleitemo-nos em examinar mais de
perto essas palavras inspiradas pelo Espírito Santo.
Primeiramente, vemos que aqueles homens
foram cheios do Espírito Santo, a fim de que realizassem aquela obra de
testemunhar a ressurreição do Senhor e proclamar a mensagem de salvação em
Jerusalém. Suas bocas estavam cheias da Palavra; seus corações estavam
inflamados de zelo e ardor. O fato de que eram homens simples, sem qualquer
erudição tão atraente aos homens revelou que aquela não era obra de homens, mas
sim de Deus.
Outro detalhe é que eles receberam
poder para isso: “Mas recebereis poder...” (Atos 1:8). O som impetuoso veio do
céu e não das manobras religiosas da vontade e do querer dos homens, e quem
veio habitar neles foi o próprio Deus, na Pessoa do Espírito Santo, por essa
razão a pregação era proveniente da virtude de Deus e não daqueles simples
homens. A obra da pregação e dos grandes feitos em Jerusalém era a vontade do
Senhor em plena ação, operando Ele, quem impedirá? As armas, as ameaças, as
prisões e outros instrumentos não podiam estorvar os santos intentos do Senhor,
a fim de propagar em Jerusalém e no mundo que o Salvador ressurgiu e que veio
para buscar e salvar perdidos.
Em segundo lugar, vemos que eram homens
transformados. Não eram robôs, autômatos, mas sim homens que conheceram o poder
da mensagem e do conhecimento do Senhor: “...daquilo que vimos e ouvimos”.
Eles não viram um mero profeta, mas sim o próprio Senhor da glória. Eles
presenciaram Aquele prometido Messias do Velho Testamento; andaram com Ele,
foram cercados pelo Seu amor e conheceram a graça que os recebeu com afeto,
ternura e longanimidade, mesmo diante de tanta fraqueza. Em tudo reconheceram
que de fato Ele era o Filho de Deus. Ora, aquele conhecimento transformou suas
vidas e o Espírito de Deus desceu para guiar aqueles simples homens no pleno
conhecimento da verdade.
Também eles testificaram que eram
discípulos do Senhor “...daquilo que vimos e ouvimos”. Foram atraídos
pelo “Vinde a mim” do Senhor; puderam assentar aos Seus pés e ouvir Suas
Palavras. Aqueles homens estavam declarando à casta religiosa de Jerusalém, que
eles não eram meros discípulos de escribas e fariseus, que foram libertos do
jugo de homens mentirosos e malignos. Ameaças de líderes religiosos e políticos
em nada apagava essa santa investida da mensagem santa dirigida ao mundo e que
começava em Jerusalém. Estavam confessando que morreram para o mundo e suas
superstições e que eram homens pertencentes ao Senhor vivo e ressurreto; que
não temiam absolutamente nada, pois não mais eram pertencentes a este reino
mundano.
Caro leitor, é exatamente isso o que
acontece quando o Senhor opera Sua gloriosa obra de Salvação neste mundo. As
forças das trevas e o exército da mentira jamais hão de perseguir esse
evangelho tosco e humanista da nova era. Mas, quando o Senhor ergue homens
santos para a pregação da verdade, certamente é obra do Senhor, então, de fato
“Não
podemos deixar de falar daquilo que vimos e ouvimos”. Precisamos ver a igreja do Senhor de
desprendendo para isso em nossos dias; precisamos ouvir esse som impetuoso,
vindo do céu, homens e mulheres orando e consagrando suas vidas para esse
maravilhoso evento em dias tão sobrecarregados de mentiras.
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