quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A RELIGIÃO ESPIRITUAL (3)




Spurgeon
         “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita” (João 6:63)
         Ouça o que o Salvador diz na frase seguinte: “Não será a admiração da minha carne de alguma utilidade para vocês, porque minha carne não serve para nada; é o espírito que vivifica, e, se vocês quiserem saber qual é o espírito da minha encarnação, eu lhes digo que as palavras que lhes digo são espírito e são vida. Não será a veneração da minha carne e sangue, mas das minhas doutrinas, a alma e coração da religião que eu que vocês sintam”.
         Nosso Salvador, entretanto, foi levado a fazer essas observações pelo fato de, quando falou sobre comer sua carne e beber seu sangue, os pobres judeus pensaram que Ele queria que eles se tornassem canibais e o devorassem. Podemos sorrir com uma ideia assim ridícula, mas sabemos que a ideia ainda está em voga na igreja de Roma. O sacerdote romanista assegura solenemente que quem come o pão e bebe o vinho, ou aquilo que ele serve como pão e vinho, na prática age como canibal, comendo o corpo de Cristo e bebendo o Seu sangue. Você pode perguntar-lhe a sério:
         -        Caro senhor, isto é em termos figurados, não é mesmo, espiritualmente?
         -        Não  - diz ele, - não é. Estou dizendo que, quando pronuncio certas palavras sobre o pão, ele se torna corpo de Cristo, e depois que eu disse um abracadabra sobre o vinho, ele se torna sangue de verdade.
         -        Bem -        nós lhe respondemos, - isto é mesmo interessante, e nós achamos que o senhor não espera que creiamos nisso, uma vez que Deus permitiu que nossas cabeças fossem ocupadas por cérebros; porém, mesmo que creiamos, caro senhor, mencionamos esta passagem que diz: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita”, enquanto o senhor diz ao povo que eles realmente estão ingerindo carne e sangue. Imagine que seja verdade; o mero corpo e sangue de Cristo não tem serventia terrena para eles – mesmo que em Sua carne eles o metam entre os dentes e façam descer pela garganta, não lhes seria de serventia maior do que comer carne e sangue de qualquer outra pessoa. Isso não faria nada por eles; o próprio Cristo denuncia o erro da transubstanciação, declarando que Sua carne e sangue não aproveitam para nada. Somente o espírito, o receber espiritualmente carne e sangue, que nos pode se de algum proveito.
         Enquanto estou aqui permita-me dizer mais uma palavra, por o papismo ainda tem força hoje em dia, e essa doutrina de que pão e vinho se transformam em carne e sangue de Cristo é um dos pilares do papismo. O Dr. Carson de Coleraine contradisse o Dr. Cahill de modo marcante. Ele desafiou o Dr. Cahill para provar que pode transformar o pão e vinho usados no sacramento no corpo e sangue de Cristo. Ele ofereceu cem libras ao Dr. Cahill se o deixasse preparar uma hóstia, para que o Dr. Cahill a colocasse na boca e engolisse em sua presença.
         - Se o Dr. Não estiver morto em uma hora, eu lhe darei cem libras.
         - Não – disse alguém, - isto não é justo.
         - Bem, mas se ele sabe transformá-la no corpo e sangue de Cristo, ela não pode prejudicá-lo, não importa do que eu faça.
         - Quer dizer que o senhor a fará de veneno?
         - Sim, do mais mortal que eu encontrar.
         - Você realmente lhe daria veneno?
         - Eu não lhe daria veneno; ele é que o engoliria, por sua livre e espontânea vonta.
         - O Dr. Cahill retrocede, ele não tem como transformá-lo no corpo e sangue de Cristo. Se pudesse, o Dr. Carson afirma que não lhe faria mal, pois o corpo e o sangue de Cristo não podem envenenar.
        



















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