Spurgeon
“O espírito é o que vivifica; a carne
para nada aproveita” (João 6:63)
Entretanto, alguns romanistas sábios
dirão:
- Isto
não é justo. O Dr. Não tem a intenção de transformar veneno no corpo e no
sangue de Cristo; só pão puro.
- Está
bem – diz o Dr. Carson, - vou testá-lo de outra forma. Eu deixarei que ele
escolha um dentre sete ou oito rapazes católicos, depois transforme um litro de
vinho à sua maneira no sangue de Cristo. O rapaz deve beber o litro de vinho e,
se não estiver bêbado após seis horas, eu lhe pagarei as cem libras. Se isto é
o sangue de Cristo, não o tornará bêbado; poderá beber um barril inteiro sem
que o intoxique.
O Dr. Cahill não se arrisca a encarar o
desafio, porque acho que ele logo descobrirá que este vinho embebeda o rapaz
como qualquer outro vinho; por isso, não deve ter sido transformado em nada
parecido com o sangue de Cristo, nem pelo próprio grande Médico. O fato é que a
mentira é tão palpável, a ilusão tão absurda, que qualquer criança de qualquer
idade logo pensaria em acreditar na história do galo e do boi que gostávamos de
ouvir em nosso tempo de criança, sobre o que o boi disse ser a verdade e o que
o galo disse, antes de acreditar que seja realidade que um sacerdote ou
qualquer outra pessoa no mundo pode transformar pão e vinho em corpo e sangue.
Ainda assim, mesmo que pudessem, observe as palavras do texto: “O espírito é o
que vivifica; a carne para nada aproveita”. Se, no fim das contas, o sacramento
católico romano é realmente uma fez canibal com o corpo e o sangue de Cristo,
isto não lhes traz nenhum proveito terreno; somente o sacramento em que
recebemos a carne e o sangue de Jesus de uma maneira espiritual e assim temos
comunhão com Ele é que nos dá vida.
Isso me leva à verdade específica a que
quero chegar. Assim como Cristo Jesus em Sua carne foi a personificação da Sua
doutrina, e que não Sua carne, mas o espírito da Sua doutrina que aviva a alma,
assim as formas e cerimônias externas que Cristo preparou como um corpo que
contém o espírito, não têm nenhuma serventia terrena se o Espírito de Deus não
estiver nelas. Pensemos no batismo: ali estão o lago e a água; estes são, por
assim dizer, a carne e o sangue da dedicação. Esta ordenança santa significa
que nos dedicamos ao Senhor Jesus. Imagine, porém, que nossos corações estejam
em situação errada ou que não somos convertidos – imagine que não estamos sob a
influência do Espírito no ato do batismo – então o ato é como a carne do corpo:
é coisa morta, sem nenhum proveito, porque está sem a alma. No próximo domingo
teremos a mesa do Senhor: os servos de Deus quebrarão o pão, os diáconos
servirão com mãos santas o vinho para cada um receber seu gole. Mas veja, não
importa a reverência com que o ato é executado, se o Espírito do Deus vivo não
inspirar toda ordenança divina, “a carne”, isto é, a forma física da comunhão,
não lhe aproveitará nada. Você pode participar de milhares de sacramentos e ser
batizado numa miríade de lagos, tudo isto não acrescentará nem um “i” nem um “til”
à sua salvação, se não tiver o espírito que o aviva.
Avancemos mais um pouco, não são só
estas duas ordenanças que precisam ter o Espírito em si: o mesmo vale para tudo
o mais. Queridos amigos, vocês já leram sobre cristãos famosos que tiveram uma
comunhão profunda com Cristo através da oração. Talvez você já tenha concluído
que, se você fosse para casa e passasse tantas horas em seu quarto quanto eles,
você teria o mesmo proveito que eles. Sem pensar no Espírito Santo, você
ficaria em seu quarto como faria qualquer exercício manual, na esperança de tirar
proveito do simples gesto. Eu lhes digo, vocês podem ficar de joelhos até estes
ficarem em carne viva e podem ficar em seus quartos até que o vapor da sua
devoção escorra pelas paredes, mas se o Espírito do Senhor não esteve com você
naquele quarto, a simples prática carnal da oração não lhe traria mais proveito
do que se estivesse cantando louvores à lua ou ficasse parado na rua vendendo
seus bens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário