sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A RELIGIÃO ESPIRITUAL (4)




Spurgeon
         “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita” (João 6:63)

         Entretanto, alguns romanistas sábios dirão:
         -        Isto não é justo. O Dr. Não tem a intenção de transformar veneno no corpo e no sangue de Cristo; só pão puro.
         -        Está bem – diz o Dr. Carson, - vou testá-lo de outra forma. Eu deixarei que ele escolha um dentre sete ou oito rapazes católicos, depois transforme um litro de vinho à sua maneira no sangue de Cristo. O rapaz deve beber o litro de vinho e, se não estiver bêbado após seis horas, eu lhe pagarei as cem libras. Se isto é o sangue de Cristo, não o tornará bêbado; poderá beber um barril inteiro sem que o intoxique.
         O Dr. Cahill não se arrisca a encarar o desafio, porque acho que ele logo descobrirá que este vinho embebeda o rapaz como qualquer outro vinho; por isso, não deve ter sido transformado em nada parecido com o sangue de Cristo, nem pelo próprio grande Médico. O fato é que a mentira é tão palpável, a ilusão tão absurda, que qualquer criança de qualquer idade logo pensaria em acreditar na história do galo e do boi que gostávamos de ouvir em nosso tempo de criança, sobre o que o boi disse ser a verdade e o que o galo disse, antes de acreditar que seja realidade que um sacerdote ou qualquer outra pessoa no mundo pode transformar pão e vinho em corpo e sangue. Ainda assim, mesmo que pudessem, observe as palavras do texto: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita”. Se, no fim das contas, o sacramento católico romano é realmente uma fez canibal com o corpo e o sangue de Cristo, isto não lhes traz nenhum proveito terreno; somente o sacramento em que recebemos a carne e o sangue de Jesus de uma maneira espiritual e assim temos comunhão com Ele é que nos dá vida.
         Isso me leva à verdade específica a que quero chegar. Assim como Cristo Jesus em Sua carne foi a personificação da Sua doutrina, e que não Sua carne, mas o espírito da Sua doutrina que aviva a alma, assim as formas e cerimônias externas que Cristo preparou como um corpo que contém o espírito, não têm nenhuma serventia terrena se o Espírito de Deus não estiver nelas. Pensemos no batismo: ali estão o lago e a água; estes são, por assim dizer, a carne e o sangue da dedicação. Esta ordenança santa significa que nos dedicamos ao Senhor Jesus. Imagine, porém, que nossos corações estejam em situação errada ou que não somos convertidos – imagine que não estamos sob a influência do Espírito no ato do batismo – então o ato é como a carne do corpo: é coisa morta, sem nenhum proveito, porque está sem a alma. No próximo domingo teremos a mesa do Senhor: os servos de Deus quebrarão o pão, os diáconos servirão com mãos santas o vinho para cada um receber seu gole. Mas veja, não importa a reverência com que o ato é executado, se o Espírito do Deus vivo não inspirar toda ordenança divina, “a carne”, isto é, a forma física da comunhão, não lhe aproveitará nada. Você pode participar de milhares de sacramentos e ser batizado numa miríade de lagos, tudo isto não acrescentará nem um “i” nem um “til” à sua salvação, se não tiver o espírito que o aviva.
         Avancemos mais um pouco, não são só estas duas ordenanças que precisam ter o Espírito em si: o mesmo vale para tudo o mais. Queridos amigos, vocês já leram sobre cristãos famosos que tiveram uma comunhão profunda com Cristo através da oração. Talvez você já tenha concluído que, se você fosse para casa e passasse tantas horas em seu quarto quanto eles, você teria o mesmo proveito que eles. Sem pensar no Espírito Santo, você ficaria em seu quarto como faria qualquer exercício manual, na esperança de tirar proveito do simples gesto. Eu lhes digo, vocês podem ficar de joelhos até estes ficarem em carne viva e podem ficar em seus quartos até que o vapor da sua devoção escorra pelas paredes, mas se o Espírito do Senhor não esteve com você naquele quarto, a simples prática carnal da oração não lhe traria mais proveito do que se estivesse cantando louvores à lua ou ficasse parado na rua vendendo seus bens.























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