“Mas se não fizerdes assim, estareis
pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado vos há de achar”
(Número 32:23).
O
JUIZO DE DEUS
Caro
leitor, nossas palavras são tão débeis para expor a profundidade do poço da
perdição onde o pecado faz o homem descer. Quando Isaías presenciou o trono da
glória pode conhecer o maligno estado de seu coração e suas obras más. Foi ali
perante a majestade santa que o profeta viu seu merecimento da perdição que estava
escancarada à sua frente: “Ai de mim, estou perdido...” (Isaías 6). Deus tomou
os homens mais santos da história, para que por meio deles, em amarga
experiência, o pecado fosse conhecido como realmente é. Todas essas coisas
foram escritas para que nós agora pudéssemos andar em santo temor ao Senhor,
conforme o ensino de 1 Pedro cap. 1.
Dentro
do palácio ergueu-se o inimigo que tomou a família de Davi para mostrar seu
terror, trazendo sofrimento e angústia, especialmente para os mais fracos. O pecado quer reinar em lugar de Deus, e onde
assume o trono todos sentirão seus bombardeios de destruição. Uma paixão sexual
descontrolada levou um moço a agir com covardia com sua própria Irmã,
estuprando-a; a vingança tomou conta de Absalão que planejou friamente o
assassinato de Amnon, vingando assim seu ato sujo praticado contra Tamar. O
pecado de Davi desmanchou sua autoridade e capacidade de julgar a maldade,
tanto fora como dentro de sua própria casa. Essas conseqüências são inevitáveis
onde a maldade penetra sem que haja arrependimento e confissão. Quando a luz da
graça é retirada, as trevas tomam conta.
Agora
chegou a vez de o rei sofrer o mais amargo sofrimento, como prova de que o
pecado é de fato um perseguidor implacável. Absalão, um criminoso frio e calculista
chega de volta à Jerusalém, depois de bom tempo viver como fugitivo. Em seu
retorno, astuto e perverso, percebe logo como seu pai agora age baseado nas
emoções paternais e sem qualquer possibilidade de julgar. Quando o pecado não é
julgado e punido, ele gera uma maldade extremamente maior. Do palácio foi
retirado a santidade e o temor ao Senhor, não tinha alguém zeloso para promover
o cumprimento das leis santas de Deus, por essa razão o pecado assume o
controle para reinar e assumir a injustiça e promover a destruição.
Amigo
leitor, o mal não pode habitar com o bem, assim como o leão não pode conviver
com o cordeiro em santa harmonia. Numa casa onde o chefe de família tem seu
viver corrompido com qualquer maldade, certamente o mal ocupará todo espaço,
não deixando qualquer lugar para o temor a Deus e para a prática de um viver
piedoso e reto. Ou a maldade é extirpada de uma vez por todas, ou então
funcionará como um câncer destruindo toda saúde espiritual. Agora a vida do rei
e o reino de Israel estão em perigo. Absalão quer o reino para si; agora não
somente o palácio, mas também toda Jerusalém sofrerá o castigo da maldade
cometida por Davi. Deus retira sua misericórdia, a fim de revelar Sua Ira!
Agora Deus está mostrando o quanto Ele permite que homens perversos ganhem
forças, a fim de punir a maldade. Ele é Soberano Senhor, Seu Nome fora profanado
e a vanglória humana fora elevada, então é o momento onde toda vaidade deve ser
destruída e todo atrevimento humano deve ser posto no pó. A glória pertence tão
somente ao Senhor que reina, por essa razão Deus permitiu que o rei sofresse a
maior humilhação de sua vida, com uma revolta armada pelo seu próprio filho a
fim de tomar o reino.
Porém,
foi nesses momentos trágicos que brilhou a força da graça na vida de fé de um
homem de Deus. O brilhante e vitorioso general do exército do Senhor agora
jogou fora toda sua força, toda habilidade e todo seu arsenal de guerra. Davi
sabia que toda essa aflição era proveniente do Senhor, por isso ao fugir de
Jerusalém pode dizer: “...se eu achar graça aos olhos do
Senhor, ele me fará voltar para lá, e me deixará ver a arca e a sua habitação.
Se ele, porém, disser: Não tenho prazer em ti; eis-me aqui, faça a mim o que
bem lhe parecer”. (2Samuel 15:25,26)
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