“Arrependei-vos,
pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que
venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (Atos
3:19).
Caro leitor tenho mostrado a
importância de pregar sobre o arrependimento. Acredito que os pregadores
modernos têm desprezado esse tema porque não é um assunto popular. Eles têm
lutado em suas exegeses e têm feito a “incrível” descoberta que
“arrependimento” é sinônimo de “fé”. Que o Espírito de Deus está dizendo a
mesma coisa quando se trata de arrependimento e fé. Puxa, que alívio! Uma
batalha a menos na pregação! Todo esse esforço teológico resultou num
menosprezo a riqueza da fé bíblica. Simplesmente eles perderam de vista o
brilho fulgurante da fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos (Judas
3).
Mas já pude mostrar aos meus leitores o
quanto a bíblia dinamiza o arrependimento! O arrependimento é o caminho
desbravado para chegar à fé verdadeira. O arrependimento é o homem no lugar em
que ele deve estar quando escuta a Palavra de Deus. Mostrar a fé antes do
arrependimento é simplesmente antecipar o trabalho que só o Espírito de Deus
pode fazer; é correr à frente na euforia de realizar algo que só ser feito
mediante o milagre da graça.
Na
mensagem anterior pude explicar superficialmente que arrependimento significa
“mudança de pensamento”. Mas não é mera mudança; não é algo feito
mecanicamente; não é algo que conquistamos porque simplesmente catequizamos
alguém com pensamentos teológicos corretos. Alguém pode ter todas as
informações acerca da salvação bíblica e de outras doutrinas e ainda não ser
salvo (Hebreus 6:4-6). O homem natural pode aprender tudo a respeito do
evangelho e ainda continuar sendo profano e ímpio no viver. Quando estamos
tratando de arrependimento, certamente estamos lidando com assuntos que somente
o Espírito de Deus pode ensinar aos pecadores: “Está escrito nos profetas: E serão todos
ensinados por Deus. Portanto todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim”
(João 6:45).
Tomemos Isaías 55:8, a fim de que
conheçamos melhor esse assunto. Encaremos de perto o que o Senhor diz: “Porque
os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os
meus caminhos, diz o Senhor”. Veja bem caro leitor que “arrependimento” é
conhecer os pensamentos de Deus; é entrar no lugar santíssimo para ver os
mistérios dessa tão grande salvação revelada aos santos. Tal fato não é algo
frio e insensível; é impossível ser visitado por essas realidades eternas e
ainda continuar indiferente. A mensagem
pregada por Pedro no dia de Pentecoste (Atos 2) realmente abriu o entendimento
para a compreensão da verdade nos corações daquelas três mil almas. Eles ali
ficaram sabendo que, conforme as Escrituras, eles foram culpados da
crucificação do Senhor. Eles conheceram os pensamentos de Deus quando Pedro
abriu o livro do profeta Joel e pregou. A reação foi incrível, pois diz que
aqueles homens tiveram seus corações “compungidos” (Atos 2:37). Notemos bem que
quando aqueles homens ouviram a verdade; quando os pensamentos de Deus foram
revelados por meio da pregação, a reação foi de temor e de humilhação. Até
aquele momento eles estavam iludidos, enganados; eram culpados sem que
percebessem sua culpa.
Levo a vocês o que aconteceu com o rei
Davi. Seu pecado de adultério e assassinato ficou escondido dentro do invólucro
do seu orgulho. Em seu engano ele achava que seu pecado não fora descoberto,
até que veio o profeta Natã trazendo-lhe a mensagem vinda de Deus ao rei. Natã
trouxe o recado em forma de pregação; foi uma mensagem rápida de juízo, mas foi
suficiente para a luz brilhar e descobrir a triste condição na qual o rei havia
se metido. Mas, notemos no Salmo 51 o real significado de arrependimento.
Naquele momento os pensamentos do Santo Deus, daquele que tudo vê e que julga
com justiça chegaram como flechas cravando em seu coração e lançando aquele
homem no desespero.
Caro leitor, eis aí a necessidade de
arrependimento! Eis a razão porque a pregação do evangelho traz esse efeito nos
corações de homens e mulheres, a fim de que eles sejam lançados ao pó.
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