sexta-feira, 13 de junho de 2014

A MORTE DO SALVO E DO NÃO SALVO (9).




Como ovelhas são postos na sepultura; a morte é o seu pastor; eles descem diretamente para a cova, onde a sua formosura se consome; a sepultura é o lugar em que habitam. Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois ele me tomará para Si” (SALMO 49:14,15).
A MORTE DO SALVO: “Mas Deus remirá a minha alma...”
         Caro leitor, somos agora levados a contemplar o que somente a fé pode ver, porque se dependermos da visão carnal, jamais entenderemos o que o crente confessa no verso 15. O que os olhos físicos não veem, nem a mente natural pode entender é o que Deus tem preparados para Seus santos. Do lado de cá tudo é igual; não há aparentemente qualquer diferença entre a morte do crente e do não crente. Seus corpos igualmente são levados à sepultura. Mas a fé não vê as coisas assim, pois lida com o invisível e não com aquilo que é físico e psicológico. Portanto, importa que sondemos de perto essa confissão de fé feita por todos os verdadeiros crentes: “Mas Deus remirá a minha alma...”.
         A primeira lição que se desponta é a consciência do salvo acerca da transitoriedade desta vida. Na salvação o homem é liberto dessa ilusão, dessa aparência terrena e transitória. Na salvação o homem vê sua alma salva e não seu corpo físico. Na salvação é descoberto o homem interior, o homem do coração é visto ali em sofrimento e angústia, porque está longe de Deus e completamente abandonado dentro desse corpo mortal. Quando Deus opera salvação no perdido é sua alma que é remida, purificada e resgatada da penalidade eterna. Seu corpo não; seu corpo continua sendo o que é até a morte; continua sendo mortal, corruptível e carregado de humilhação.
         Os verdadeiros crentes precisam saber dessas coisas. Precisam estar conscientes que apesar da alma salva, eles continuam habitando nessa prisão temporária e sujeito a toda fraqueza e manifestação da morte. É esse o ensino que Paulo trata no cap. 7 e 8 de Romanos. Paulo mostra o quanto nossos corpos aqui são terrivelmente afetados pelo pecado; estão sujeitos a toda essa limitação terrena e cheios de miséria e gemidos. Os santos de Deus precisam ter cuidado com a mensagem moderna da prosperidade, porque ela atinge até mesmo o nosso corpo mortal.
         Muitos creem que os corpos dos crentes não podem sofrer enfermidades, porque segundo eles Cristo levou essas enfermidades e dores sobre Si. Quanto engano! Cristo livrou Seu povo das consequências eternas da morte física, mas não das consequências temporárias. O livramento do corpo acontecerá na ressurreição. Ainda não habitamos num corpo perfeito; nosso lugar de habitação terrena é feito de barro e todo crente humilde está consciente disso. Estamos sujeitos às dores e atrocidades da morte, enquanto habitarmos nessa tenda passageira. Acreditar num corpo sem enfermidades aqui é viver numa falsa espiritualidade, sendo enganado e sujeito às terríveis decepções desta vida.
         Caro leitor, quanto precisamos acautelar-nos dessa super fé e falsa espiritualidade de nossos dias! Os crentes são exortados a viver na sobriedade e não na audácia de exigir de Deus o que Ele jamais prometeu aos crentes. Paulo, um homem grandemente usado por Deus experimentou esses dilemas no seu próprio corpo. Ele tinha problema físico, mas jamais exigiu de Deus a cura. Viveu assim sentindo a miséria do pecado e da morte em seu corpo mortal, até a morte.
         Ora, tomemos nosso Senhor enquanto aqui viveu. Seu corpo também foi semelhante ao nosso. Ele foi chamado de Varão de dores (Isaías 53); Ele soube por experiência própria o que significa padecer. Nosso Senhor não foi levado à cruz com um corpo de glória, mas sim nesse corpo de humilhação e dor. Os crentes devem viver assim, conscientes desses fatos. Qualquer atitude contrária é clara exposição às promessas perigosas e letais do diabo.
         Os crentes em Cristo devem ser cuidadosos com seus corpos. Devem zelar pela sua aparência e honrar esse vaso de barro, a fim de honrar o Senhor que habita neles por meio do Seu Espírito.

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