“Como ovelhas são postos na sepultura; a morte é o seu pastor; eles
descem diretamente para a cova, onde a sua formosura se consome; a sepultura é
o lugar em que habitam. Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois
ele me tomará para Si” (SALMO 49:14,15).
A MORTE DO SALVO: “Mas Deus remirá a minha alma...”
Caro leitor, para
encerrar esses comentários creio que devo aprofundar um pouco mais esse tema
tão precioso acerca da “morte do salvo”. A próxima lição com a qual deparamos e
que o próprio texto exala é que não cremos que nossas almas não ficarão
aprisionadas na morte. Creio que isso é particular importância, porque
alguns creem que após a morte nossas almas ficam no sepulcro aguardando ali em
sono o dia da ressurreição. Mas o fato é que o intuito da morte é arrancar as
almas do corpo, como uma lêmure enfia seu dedo num buraco da árvore, a fim de
tirar sua comida.
No caso dos
ímpios, o inferno os espera com ardor e jamais diz “basta”. Mas no caso dos
crentes, assim que a morte física paralisa seus corpos, é como a abertura de
uma prisão, a porta é aberta e sua alma voa imediatamente para o céu. Notemos
bem que Jesus disse ao ladrão na cruz: “...hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.
Também vemos como Paulo confirma isso em sua declaração feita aos Filipenses: “...tendo
desejo de partir e estar com Cristo...” (Filipenses 1:23). Notemos essa
verdade de forma prática na morte de Estevão, pois momentos antes de tombar
morto, eis que ele viu o céu aberto e Jesus em pé, como que aguardando Seu
servo. Qual foi a petição daquele mártir? “...Senhor Jesus, recebe o meu
espírito” (Atos 7:59).
Caro leitor, tem
muito mais que poderia usar de textos bíblicos mostrando essa verdade acerca da
ida dos salvos para o céu, imediatamente após a morte física. Também o ensino
que as almas dos santos dormem aqui, aguardando a ressurreição é destituída de
bom senso. Imagine os crentes que foram devorados por feras; suas almas estão
dormindo aonde mesmo? E os que foram queimados e seus corpos feitos cinza? Onde
estão dormindo? O que a bíblia fala é do sono do corpo e não da alma. Nossos
corpos provam isso aqui, o quanto são frágeis, mortais e necessitados de
descanso. Nossas almas não; elas não dormem. A linguagem bíblica acerca da
morte dos crentes é que eles dormem: “Não queremos, porém irmãos que sejais
ignorantes com respeito aos que dormem...” (1 Tessalonicenses 4:13).
Dizem os estudiosos da língua original (grego), que o termo usado no texto para
“dormir” é de onde surgiu o nosso vocábulo “cemitério”, que significa
literalmente “câmara de dormir”.
Finalmente, o texto
acima nos mostra que nossa salvação é fruto do precioso trabalho da graça: “...pois
Ele me tomará para si”. Ora, por que a salvação? O Senhor veio buscar e
salvar um povo para Ele (Tito 2:14). Toda Sua entrega na cruz tinha em mira
salvar perdidos e levá-los para a glória. Caro leitor, o poder da morte só pode
ser vencido pelo Senhor, e Ele a derrotou, vencendo-a na cruz e na
ressurreição. Veja como Ele tomou Enoque para Si; veja como Ele afirma que
preciosa é para Ele a morte dos Seus santos (Salmo 116:15). A morte é fim da
jornada terrena e o início da eternidade. A morte põe um ponto final nessa
peregrinação. Ela simplesmente quebra a “casca do ovo”- nosso corpo. Ela
desmancha a casa de barro, a fim de mostrar as maravilhas da eternidade.
Meu caro leitor, o
que será de sua alma quando partir deste mundo? Lembre-se que se você não foi
salvo, purificado pelo sangue do Cordeiro de Deus, certamente sua alma está
marcada para um destino de terror eterno, para enfrentar a ira vindoura. Os
verdadeiros crentes estão plenamente conscientes de sua segurança eterna, por
isso afirmam: “...Ele me tomará para Si”. Um soldado crente, ferido na guerra,
em seu leito de dor, de repente disse a todos no quarto do hospital: “Silêncio!
Estou sendo chamado para o lar”. Depois imediatamente fechou os olhos e partiu.
Benjamim Parsons à
beira da morte disse: “Minha cabeça descansa mui suavemente em três
travesseiros – poder infinito, amor infinito e sabedoria infinita”.
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