C. H. Spurgeon
Viajei há algum tempo num navio
de ferro a vapor para o Continente e o capitão disse-me que a bússola estava
muito longe de ser digna de confiança quando estava rodeada de muito ferro, e
que algumas vezes, até onde sabia, quando tinha manobrado o timão corretamente,
se havia encontrado consideravelmente muito fora da sua rota. Ainda que a
bússola estivesse colocada no alto dos mastros, para que estivesse o mais longe
possível da região da atração metálica, o desvio e as aberrações no caso da sua
própria bússola tinham sido extremamente notáveis em várias ocasiões.
De
igual maneira, a nossa consciência, como originalmente procedeu de Deus era,
sem dúvida, uma norma extremamente correta acerca do bem e do mal, e se
tivéssemos navegado de conformidade com ela, teríamos alcançado muito
certamente o porto; mas, a consciência está agora vinculada com uma natureza
depravada, que impede o seu correto funcionamento. Agora, se quando a bússola
errar, as leis da natureza variassem para compensar os defeitos dela, as aberrações
não importariam; mas, se o homem é desorientado por uma agulha desviada, poderá
chocar inesperadamente contra uma rocha, e irá a pique, tão certamente como se
o timoneiro se tivesse descuidado de revisar a bússola totalmente.
Assim,
se a lei de Deus pudesse ser moldada para que se adequasse aos erros do nosso
juízo, poderia não importar; porém, as leis permanecem sendo as mesmas teimosa
e inflexivelmente, e se nos desviarmos do caminho reto por causa deste nosso
falso juízo, não seremos menos culpados e descobriremos que o nosso destino não
será menos terrível.
Por
isso, na verdade, com uma maior veemência e sinceridade devida para convosco, e
com um maior quebrantamento e humildade de espírito por minha conta, esta manhã
trato deste assunto, desejando falar com as diversas espécies de pessoas que
haja entre vós, exortando-vos a não vos deixardes adular pelas vossas próprias
concepções da vossa posição para não sairdes do rumo no qual deveríeis manobrar
e suplicando-vos para que recordeis que, sem importar quão bem possais
adular-vos a vós mesmos com a ideia de que o vosso caminho é reto e claro, o
inevitável dia do juízo deverá acabar com todos os erros, por prazenteiros que
sejam.
Comerciantes
espirituais, falo para vós, neste dia, para vos recordar a grande auditoria que
se aproxima e para vos advertir que não façais um formoso espetáculo por um
tempo, terminando por fim numa colisão. Estou seguro de que há muito comércio
espiritual por toda parte, e para vos salvar disso, peço ao Espírito Santo que
me ajude a falar de maneira clara e esquadrinhadora nesta manhã.
Pretendo,
com a ajuda de Deus, aplicar o versículo a diferentes tipos de pessoas.
Esforçar-nos-emos por sermos práticos durante a pregação do sermão, enfatizando
para cada um de vós a verdade vital com grande denodo.
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