“Cria em mim, ó Deus,
um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses
da tua presença, nem me retires do teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da
tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Salmo 51:10-12).
DESEJO POR
FELICIDADE: “...Restitui-me a alegria da tua salvação...”.
Davi, em seus santos desejos perante
Deus, mostra que também desejava felicidade. O gozo achado no pecado veio
carregado de engano e miséria encobertos, de tal maneira que envenenou seu ser.
O pecado alimenta no coração do homem a ideia que ser feliz é dar vazão às suas
paixões, exatamente como ocorreu com o rei Davi em seu ato sexual com uma
mulher alheia. Os mundanos vivem assim; eles querem encher suas vidas dessas
paixões; eles querem fundamentar o viver com aquilo que pensam ser felicidade.
Eles não consideram sequer o temor ao Senhor e o prejuízo ao próximo; eles
zombam daqueles que não lhes seguem e divertem com os que se acham ainda mais
fortes em suas práticas.
Quando Davi silenciou seu pecado por um
tempo, eis que no íntimo o pecado estava lhe preparando para dar um salto maior
na iniquidade. No íntimo estava dizendo que ele iria ser ainda mais feliz no
gozo dessas paixões iníquas. Não fosse a intervenção da graça levando-o à
humilhação, eis que o rei cobriria o reino de maldades e mais maldade, assim
como ocorreu com Joás, quando se uniu com perversos, trazendo prejuízo para si
e para o povo. Muitos acham que podem prevalecer no pecado e até mesmo alguns
que confessam ser crentes, acham que podem andar com suas maldades encobertas
no íntimo; acreditam que podem manipular Deus e continuar rindo com suas
perversidades guardadas no seio. Ah! Quanto engano traz o pecado não confessado
e abandonado!
Quando isso ocorre, eis que muitos
começam imediatamente a inventar seu próprio sistema religioso e fugir de
confrontos com a verdade revelada. Muitos pensam que podem prevalecer contra a
santidade do Senhor; pensam que podem conquistar o coração de Deus em andar
carregando o pecado no íntimo; muitos acreditam que estão salvos e empurram
essa segurança ilusória, enquanto percorrem o caminho largo, unidos com
mundanos. Os verdadeiros crentes são imediatamente alcançados pelo cajado do
bom Pastor e a vara da disciplina chega com força e vigor para humilhar
qualquer crente que tente andar na soberba. O nome santo de Deus está marcado
no viver de alguém que foi salvo, por isso qualquer pecado não confessado
acarretará em tremenda disciplina, e o verdadeiro crente compreenderá isso
logo.
Os verdadeiros crentes são tratados
normalmente com rigor nesta vida, a fim de saber que a felicidade verdadeira
consiste em andar sob a liderança de Deus e não fazendo o que bem quiserem. Sem
uma contínua mortificação da famigerada carne, jamais os santos hão de sentir
alegria nesta vida. Para os mundanos a alegria consiste alimentar suas paixões,
isso é sinônimo de felicidade. E quanto mais eles se aprofundam nessas veredas,
à busca de felicidade passageira, mais profundo se torna o peso do pecado no
íntimo, dinamizando a perversidade e a injustiça. Os verdadeiros crentes quando
caem, logo percebem quão miserável e tolo foram; quanta ruina trouxeram aos
seus semelhantes e quanto ofenderam a dignidade, a glória e a santidade de
Deus!
A salvação de homens e mulheres tem em
vista um andar em santidade, porque os verdadeiros crentes foram feitos filhos
de Deus (João 1:12). O viver de cada crente para a glória do seu Senhor é mais
importante que qualquer atividade religiosa. O mundo só será abençoado quando o
viver de cada crente condiz com a santidade de Deus. Sendo assim, quão
necessário é um viver em constante confissão, arrependimento e humilde
dependência de Deus! Avivamento começa assim, mesmo que tenhamos de beber o
amargo fel da humilhação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário