“Porque, todo aquele
que invocar o nome do Senhor será salvo” (Romanos 10:13)
A CONDIÇÃO DA
PROMESSA: “...que invocar o Nome...”
Por que a promessa de salvação foi
estendida a todos os homens no mundo inteiro? Paulo deixa claro que, tanto
judeus como gentios, todos estão debaixo do pecado (Romanos 3:9). A tendência
maligna dos homens é criar barreiras em todos os aspectos, por essa razão o
mundo é marcado sempre por conflitos religiosos, bem como sociais. Mas a Bíblia
nos mostra a visão de Deus e não do homem ou de qualquer religião entre os
judeus e gentios. Todos pecaram e a queda foi igual a todos. Não teve um grupo
que caiu mais do que outro; não tem uma nação menos culpada do que outra nação.
Visto externamente, certamente veremos que há diferença. Mas o evangelho
bendito põe homens e mulheres, judeus e gentios, pretos e brancos, etc. todos
igualmente debaixo da condenação em Adão, a fim de que Deus venha a usar de
misericórdia para com todos.
Agora meu trabalho consiste em mostrar a
condição da promessa, conforme o texto deixa bem elucidado: “... invocar o nome
do Senhor...”. Minha esperança é que a graça me capacite a expor essa verdade,
porque eu sei o quanto um evangelho feito do chazinho humanista apareceu no
cenário evangélico, a fim de convidar a todos os homens para uma salvação
baseada numa mera decisão do homem. A luta ansiosa para que os homens sejam
salvos, eis que muitos lutam para que homens e mulheres tomem logo uma decisão
por Cristo, crendo que tal decisão implicará em imediata salvação. Nem podemos
imaginar o quanto esse evangelho resulta em falácia para a causa da verdade! Eu
sei que muitos se levantarão contra meus argumentos aqui; eles vão dizer que eu
estou declarando que todos aqueles que fizeram uma decisão de aceitar Jesus não
são salvos. Em nada contestarei uma decisão dessa, porque se foi algo feito no
coração, sendo que o trabalho foi do Espírito de Deus e da sua palavra,
certamente aquela pessoa há de mostrar pelos frutos que ela de fato foi salva.
O perigo jaz em dar aos homens uma certeza que Deus não imprimiu em seus corações,
porque isso resulta em maior soberba brotada pela falsa paz no íntimo.
Para ajudar melhor meus leitores, creio
que devo partir para aquilo que o Espírito Santo nos mostra no próprio texto: “...que
invocar o nome do Senhor...”. O termo “invocar” já traz consigo a explicação
clara. Cremos que o evangelho é para todos, mas quem são esses “todos”? “Todo o
que invocar...”. O evangelho não é a riqueza que vem do céu para ser distribuída
aos homens de qualquer forma. Quando Pedro pregou em Jerusalém por ocasião do Pentecoste,
o apóstolo não ficou distribuindo vida eterna a todos que puderam ouvi-lo. Ali
estava uma multidão de homens e mulheres culpados enganados pela religião judaica,
mas culpados pela crucificação e morte do Filho de Deus. Pedro não amainou a
culpa deles, trazendo-lhes uma mensagem “amiga”. Pedro, cheio do Espírito
pregou em Joel, um texto que eles bem conheciam, mas que foi suficiente para
despertar sua consciência culpada; suficiente para deixa-los perplexos perante
Deus e conscientes de seus pecados. O que aconteceu ali? A mensagem do céu
mexeu com eles; eles sentiram a dor do pecado; houve ali um derramamento da
graça e aqueles homens puderam invocar quando perguntaram aos apóstolos: “Que
faremos irmãos?”.
Diante desse fato podemos nós ignorar o
termo bíblico “invocar”? Claro que não! Não fomos chamados para entrar onde
somente Deus pode entrar; não fomos chamados para encher os corações dos homens
de uma esperança que Deus não lhes concedeu; não temos em nós poder para encher
corações perversos da paz que vem da cruz ao pecador arrependido. Então, vemos
que a obra é do Espírito Santo no íntimo; vemos que Deus requer sua verdade no
íntimo (Salmo 51:6). Se eu for à casa de alguém e lá ele me trouxer um copo de
água, sem que eu tenha pedido, certamente vou dizer não, porque não tenho sede.
O evangelho é a agua pura e cristalina que vem do céu, a fim de sanar a sede de
toda alma sedenta: “Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas!”.
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