“Como
está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Romanos 9:13)
A
LIBERDADE DE DEUS ILUSTRADA: “Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú”.
Minha esperança é que a introdução tenha
atraído a atenção dos leitores para o que vem em seguida. O alvo da pregação é
a glória de Deus e não nossa querer. Em Romanos 9 Paulo está apresentando o
fato que Israel não foi abandonado; que o plano da salvação é a conquista de
todo Israel, porque os judeus que são salvos são unidos aos gentios, formando
um só rebanho, conforme o ensino do nosso Senhor.
Notemos bem que Paulo não está elevando
uma nação, só porque tem o nome de Israel. Paulo afirma que não é por ser judeu
que automaticamente a pessoa entrará no céu. Paulo amava seu povo, mas seu
ardente desejo de ver a salvação de seus conterrâneos estava subordinado à
livre soberania da graça. Paulo mostra que há uma descendência santa, mesmo nos
filhos dos patriarcas, como foi o caso de Isaque filho de Abraão e no caso de
Jacó, filho de Isaque. Os filhos gêmeos de Isaque e Rebeca são usados para
mostrar o quanto Deus opera não por obras, mas pela livre atuação da sua graça,
por isso ele diz: “Amei Jacó, porém, me aborreci de Esaú”. Vemos como Deus não
está lidando com os homens do ponto de vista humano, mas sim tendo a eleição
como o firme fundamento.
Deus falou a respeito dos gêmeos, antes
de terem nascido, que amou um, mas aborreceu o outro. Pronto! Para Paulo essa
declaração era suficiente; ele sabia que deveria estar subordinado à livre
misericórdia de Deus e não à sua opinião particular, mesmo amando seu povo e
desejando tanto a salvação de todos. A natureza humana não gosta de uma
declaração dessa, porque é muito ofensiva. Nós achamos que Deus tem que salvar
aqueles que nós queremos; nós somos apegados aos nossos entes querido aqui e
queremos que um filho, neto, irmão, mãe e pai, etc. vão para o céu conosco. O
que nós fazemos é tentar forçar a barra, achando que se a pessoa fizer uma
decisão logo, eis que ela entrará no céu. Eu estou certo das boas intenções e
dos santos desejos que temos pelo bem estar eterno de nossos entes queridos.
Voltando ao texto, vemos que Deus, no
tocante à salvação dos pecadores é livre para agir, porque ele mesmo mostrou
esse fato no tocante aos gêmeos, pois amou um e odiou o outro. Assim Deus
mostra que ele tem o Israel dele; que há uma descendência de Abraão que ele
intitula de filhos da promessa, enquanto outros são largados à dureza natural
de seus próprios corações. Não há um assunto que nos humilhe tanto quanto esse,
porque massacra nossa natureza arrogante. Por natureza os homens acham que a
decisão é deles de ir ou não ir para o céu; acreditam que é assim que Deus age,
esperando que cada um tome sua decisão. Mas o texto, assim como todo capítulo 9
de Romanos anula toda essa invenção que parte de corações corrompidos.
Esta página foi uma extensão da
introdução, porque anelo que meus leitores vejam com Deus é livre em atuar na
salvação de quem ele bem quer salvar. Isso está estampado em nossa experiência,
pois vemos que ele opera salvando uns e rejeitando outros; salva uma senhora e
não salva o marido; salva um filho ou dois numa família, mas entrega os outros
ao embrutecimento dos seus corações, etc. Por que ele age assim? A resposta
está no fato que ele é livre para agir com misericórdia com uns, enquanto com
outros ele simplesmente abandona. Esse é o Deus que sempre agiu com os homens,
comandado pelo livre curso de sua compaixão.
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