“Como
está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Romanos 9:13)
EXPONDO
A LIBERDADE DE DEUS (versos 14 a 17)
Minha esperança é que a mente dos meus
leitores não esteja confusa neste momento, quando preciso mostrar o que
realmente significa que Deus é livre para salvar. Nós viemos do pecado e o
pecado traz confusão, trevas e nos enche de ciladas na mente e nas emoções.
Estamos sempre nos envolvendo com conflitos, porque achamos no íntimo que Deus
está agindo com injustiça no tocante a salvação dos homens. Por exemplo, o
verso 14 mostra a interrogação: “Que diremos, pois? Há injustiça da parte de
Deus?...”. Sempre foi assim; sempre encontramos em nós meios para discutir com
a soberania de Deus; sempre achamos aqui e ali motivos para acreditar que Deus
age como os homens. Foi por essa razão que Paulo introduziu o verso 14 com essa
interrogação, porque ele bem sabia o quanto achamos que somos mais sábios que o
todo-poderoso.
Mas a resposta de Paulo foi imediata: “...de
modo nenhum!” (verso 14). O que acontece é que nós temos no íntimo um
entendimento profundamente errado acerca da justiça de Deus. Nós nos assentamos
como se fôssemos advogados de defesa, para contestar contra o sistema justo e
santo do Senhor. Acontece que a natureza humana sempre está descobrindo que há
no homem algum ato de justiça que precisa ser observado por Deus, por isso
analisamos o texto do verso 13 achando no íntimo que Deus ignorou as virtudes
naturais achadas na vida de Esaú. Mas quando Paulo responde abruptamente: “...de
modo nenhum!” ele traz a lume o fato que há diferença entre justiça e
misericórdia. Se Deus age com justiça, então a misericórdia fica de lado,
porque justiça exige justiça. Aqui neste mundo (não raro aqui no Brasil) vemos
como os juízes operam recebendo subornos e assim procedendo com injustiça e
perversidades, no trato com aqueles que merecem punição.
Vamos agora abrir o cenário da justiça
de Deus. Se ele há de agir com Esaú e Jacó tendo como base sua justiça, então é
certo que ambos devem ser punidos imediatamente. As palavras de Deus dirigidas
aos pais seriam assim: “Odiei Jacó, tanto quanto odiei Esaú”. Ambos eram
pecadores; ambos nasceram no pecado; ambos viriam ao mundo para odiar Deus e
amar a iniquidade. Poderia haver diferença em termos de personalidade,
temperamento e até opinião e gostos particulares. Mas a verdade é que diante de
Deus seriam dois réus, condenados ao inferno. É essa a verdade mostrada por
Deus em Romanos 3, onde vemos Paulo afirmando que não há qualquer diferença entre
judeus e gentios. Para nosso entendimento, não há diferença entre pessoas do
Brasil, dos EUA, Japão; entre os negros e brancos; entre pobres e ricos, entre
cultos e ignorantes. O que foi que Deus fez com todos? Colocou todos debaixo do
pecado, a fim de usar de misericórdia para com todos.
Sendo assim, rompamos os laços com nossas
pobres opiniões tão cheias de abomináveis erros. As palavras ditas pelo Senhor
em relação aos gêmeos, Jacó e Esaú eram palavras que ressoavam juízo, no caso
de Esaú e que ressoavam misericórdia, no caso de Jacó. Pronto! Essas lições nos
humilham; elas tapam nossas bocas e silenciam nossa ilusória soberba. Se entre
meus leitores há alguém que quer achar justiça de Deus, pode ter certeza que
ele há de agir com você na base da sua justiça, caso não houver arrependimento.
O que o pobre pecador merece? Justiça? Então, é certo que o grande Juiz
ordenará que a alma impenitente deve ser amarrada e lançada nas trevas
eternais.
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